Iluminação Museu do Olho
Por: lorenabroni • 17/5/2015 • Trabalho acadêmico • 1.321 Palavras (6 Páginas) • 833 Visualizações
Introdução
Nesse trabalho poderemos notar que a iluminação e o modo como a mesma é trabalhada é de suma importância, com capacidade de proporcionar qualidade de vida e dar identidade ao lugar em que será trabalhada, dependendo dos objetivos que se procuram alcançar em determinadas construções, sendo capaz de mudar completamente o aspecto de qualquer ambiente e atmosfera ou até mesmo proporcionar segurança e conforto.
A luz envolve e revela os principais valores de um ambiente de forma única e é capaz de contagiar e alterar a energia de várias pessoas, agregando a personalidade do próprio lugar, pois ela cria as sensações visuais e a partir disso, intensifica experiências que podemos ter com o ambiente em que estamos.
O Museu Oscar Niemeyer é um exemplo de que a iluminação e os jogos de sombras, cores e luzes destacam as curvas e os traços da arquitetura do lado externo e a importância de um estudo para que a construção tenha o tipo certo de iluminação para cada tipo diferente de ambiente (hospital, hotel, clube, etc) para que cada um deles possa exercer seu papel com o máximo de conforto para as pessoas que irão usufruir, nesse caso, um Museu
Museu Oscar Niemeyer[pic 1]
O Museu Oscar Niemeyer fica localizado em Curitiba e é uma obra do arquiteto Oscar Niemeyer. Anexado ao prédio original, o museu é uma edificação elevada, e em duplo balanço, tem 70m de comprimento e 30m de largura e possui uma cobertura em formato parabólico apoiada numa espécie de torre de 21m de altura. A fachada é ampla e revestida com vidro e a edificação parece flutuar sobre um espelho d’água
Com o prazo de apenas 5 (cinco) meses do início da obra à sua inauguração, a edificação, assim como todas as criações de Oscar Niemeyer, é uma obra de arte em si e desperta o interesse de visitantes por todo o mundo. Cerca de 400 funcionário de diferentes especialidades foram mobilizados para trabalhar em turnos diurnos e noturnos
O lighting designer Peter Gasper foi o responsável pela iluminação do Museu. Começando pelo interior do grande olho, que é onde fica a maior sala de exposições do local.
Iluminação Interna
Foi feito um estudo para solucionar diversos desafios encontrados, dentre eles: Como fazer com que o ambiente tenha uma iluminação uniforme levando em consideração a forma parabólica do teto, sua altura e comprimento e fazer com que qualquer ponto da sala possua 150lux? Como ao mesmo tempo dar importância ao ambiente e às obras de arte para que elas possam contar com uma iluminação adequada? E como lidar com o revestimento do teto sendo ele uma espécie de colmeia metálica que rouba 80% da luz?
Para solucionar esses problemas o lighting designer teve que empregar 12 mil lâmpadas fluorescentes Philips (Serie 90 com IRC de 98) na iluminação interior da sala principal, elas foram colocadas em filas e colunas fixadas acima das colmeias. Para uma maior flexibilidade na forma de expor as obras, o sistema foi dividido em 48 circuitos, para que a iluminação possa ser reduzida e, assim, capacitar o museu a expor obras em papel e materiais que precisam de um limite de exposição inferior a 100 lux. [pic 2][pic 3][pic 4][pic 5]
Nas paredes soltas em derivadas posições projetadas por Niemeyer e postas ao longo do salão, foram instalados pontos de tomada de energia para que fosse possível a fixação de canhões de luz, para iluminação pontual e de destaque. E na passagem subterrânea que liga as edificações foram utilizadas fluorescentes azuis e brancas para dar um aspecto futurista ao lugar.
Utilizou-se também, da luz natural. Para isso, foi utilizado um sistema diferenciado de esquadrias, sendo estas projetadas em diagonal, como um grande painel e, para substituir os brises, foram colocados entre os vidros, elementos metálicos para proteção solar.
Com a incidência, mesmo que indireta, da luz natural, é possível uma apreciação melhor das obras devido ao excelente IRC, que torna a visualização das cores como elas realmente são. Porém, para que se utilize da luz natural, principalmente em um museu, é necessário investir em recursos no bloqueamento de raios ultra-violeta, já que esses contribuem fortemente para a depreciação de muitos materiais que compõem as obras, para isso é recomendável utilizar vidros especiais ou filtros anti-ultra violeta e anti- infra vermelho.
Iluminação Externa
Quanto a parte externa da edificação, a maior preocupação de Peter foi fazer com que a sua forma curva não fosse prejudicada pela iluminação. De que modo? Se ele optasse por iluminações diretas vindas de baixo do Museu, ele poderia acabar fazendo com que a forma fosse comprometida, fazendo com que esta ficasse reta, comprometendo as formas sinuosas do arquiteto. Além disso, como fazer com que essa construção parecesse flutuar?
A solução dessa problemática foi a instalação de uma fileira de 48 refletores de foco ultra-fechado, com lâmpada de vapor metálico MasterColor, da Philips, com potência de 150W e tubo cerâmico numa espécie de trincheira, a 30m de distância da edificação, a função desse tipo de iluminação seria evidenciar postas de modo a iluminar as laterais do Museu, na quina. Fazendo isso, a quantidade de luz no centro ficou menor criando uma espécie de sombreado que fez com que a forma convexa fosse enfatizada.[pic 6]
[pic 7]
Para realçar a cor do concreto armado, foi especificado um filtro corretor de cor em tom azulado, elevando a temperatura da cor para 7.000k.
A luz que ilumina a parte inferior cobre, também, apenas 1/3 da parte superior, causando a sensação de que, na verdade, toda a curva superior pareça estar iluminada, mas o lighting designer explica que é apenas uma sensação ocular, que ao vermos apenas uma parte, o nosso próprio cérebro se encarrega de completar o todo, como se uma vez que se ilumina o início da curva superior, nós automaticamente vemos, “completamos” o resto.
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