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Linguagem Barroca

Por:   •  22/6/2015  •  Dissertação  •  1.189 Palavras (5 Páginas)  •  504 Visualizações

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A linguagem barroca

O barroco é profundamente conhecido por sua produção artística contudo, é uma produção que está além das artes. Segundo o historiador Maraval, o barroco é mais que uma expressão artística, é um conceito que serve para caracterizar a cultura entre o século XVII e parte do século XVIII. Para ele o barroco é um conceito histórico de que se estende a todas as manifestações que integram a cultura do período.

Em sua essência, o barroco é caracterizado pela tensão e conflito. A expressão barroca é a arte do convencimento e adesão, uma arte com aspecto de grandiosidade que torna o homem algo menor perante o criador. É uma arte que se posiciona contra a perspectiva reformista.

O termo “barroco” tem origem em uma pérola da cidade de “Broatki”, na Índia, descoberta em 1510 por portugueses. Estas pérolas tinham formato irregular, como peras, eram ásperas e de coloração claro-escura. A região passou a chamar-se Baróquia e o termo “barrueco”, em espanhol, passou a designar a pérola.  “Como definição do estilo artístico desenvolvido no século XVII, a palavra foi utilizada posteriormente, com um sentido negativo. Assim, em finais do século XVIII, os críticos de arte passaram a utilizar o termo para definir o estilo artístico do século XVII, que muitos rejeitaram como exagerado, extravagante.”

(PROENÇA).

O contexto histórico

“O século XVII foi uma época de enormes transformações em toda a Europa. Politicamente, o período testemunhou a ascensão de líderes e governantes autocráticos dispostos a se vangloriar de sua imensa riqueza: cálices com joias incrustradas, tapeçarias com fios de ouro e espirais arquitetônicos são característicos desta extravagância. Ao mesmo tempo, as obras de Newton e Galileu produziram inovações históricas no mundo da ciência, enquanto a filosofia de Descartes transformou a ideia do lugar que o homem ocupava no mundo. A maior revolução, contudo, aconteceu na religião, com a liderança dos papas em Roma sendo questionada pela Reforma Protestante. O cristianismo ocidental foi dividido e a Igreja Católica tentou recuperar sua autoridade combatendo a fé protestante, reformulando-se e expressando os novos conceitos por meio da arte. As estratégias dessa contrarreforma foram anunciadas durante o Concílio de Trento (1545 – 1563), que enfatizou a divulgação dos ideais religiosos por meio das imagens, com mais exatidão na representação de narrativas bíblicas e com obras que podiam despertar um fervor religioso renovado.” (FARTHING)

Quando o renascimento chegou ao fim, a Igreja tinha muito poder secular, mas suas bases morais haviam se deteriorado. O título de cardeal era vendido descaradamente; altos e baixos oficiais da Igreja tinham amantes e buscavam benefícios para seus filhos, que eram eufemisticamente chamados de “sobrinhos’; e as doações dos devotos eram gastas em projetos que careciam totalmente de propósitos espirituais. Os papas viviam em grande luxo, tratando o tesouro da Igreja como verba pessoal. Para financiar seus projetos sagrados e seculares, a Igreja instituiu práticas de levantamento de fundos questionáveis, como a venda de perdões e indulgências para poupar o pagador – ou um parente – de passar um determinado número de dias no Purgatório. Como seria de se esperar, a corrupção da Igreja originou pedidos de reforma religiosa, alguns ainda no século XIII. A reação mais radical e influente veio do monge Martinho Lutero, do monastério de Wittenberg, na Alemanha. Em 1517, ele pregou sua 95 teses ou propostas às portas da Igreja de Todos os Santos; essa foi a salva de abertura do movimento que ficaria conhecido como Reforma Protestante. Até então, a Igreja enfrentara os desafios propostos por desgarrados de seu próprio exército geralmente declarando-os hereges e destruindo-os com força. Desta vez, porém, o descontentamento era generalizado demais para que os métodos da inquisição funcionassem – embora tenham sido tentados.

A resposta mais razoável do Igreja foi a Contrarreforma Católica, programa que envolvia reformas no interior da Igreja e uma longa campanha para trazer as pessoas de volta às crenças do Catolicismo. O Concílio de Trento se reuniu em 1545 e concluiu que a arte era uma ferramenta essencial para aumentar o prestígio e os ensinamentos da Igreja. Todas as artes foram empregadas nesta inciativa de relações públicas e o estilo artístico criado para reafirmar os ensimentos católicos tradicionais ficou conhecido como Barroco. Os resultados eram abertamente propagandistas e extremamente emocionais e apelavam aos sentidos. Baseado em uma elaboração das formas clássicas, já bastante individualizadas pelos artistas e arquitetos do início do século XVI, o barroco foi um estilo didático, teatral, dinâmico e exuberante.” (FAZIO)

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