O PROJETO E SEUS ASPECTOS SUSTENTÁVEIS

O PROJETO E SEUS ASPECTOS SUSTENTÁVEIS

Melbourne, em busca de emissões zero, decidiu construir um edifício que seja exemplo para o mercado local. Exigiu-se então um prédio que dependesse apenas de sistemas de energia passiva, ou seja, sem recurso a sistemas elétricos ou mecânicos, isso tudo sem perder a qualidade construtiva de alto padrão.

Council House é um edifício administrativo, foi o primeiro do país a alcançara classificação mais alta possível, seis estrelas, no credenciamento ambiental Green Star da Austrália. Sua inovação tecnológica possibilita uma redução de consumo de eletricidade de 85% e de gás em 87%, sendo assim, em cerca de 5 a 10 anos os custos de construção já seriam supridos.

Foi pensado em ser um sistema holístico com os usuários, ou seja, compreender o prédio como um todo, em que suas partes dependem uma das outras.

A fachada oeste utiliza-se de elementos naturais e brises de madeira reciclada automáticos que se movem em relação ao percurso do sol durante o dia para que assim a eficiência da capitação da energia solar por células fotovoltaicas seja maior. Assim como o edifício possui janelas automáticas que mantém todos os andares e ambientes com 100% de ar fresco, fazendo a troca do ar a cada meia hora, sendo que algumas destas janelas se abrem a noite para fazer a chamada “limpeza noturna”, onde, por cerca de 4 horas durante a noite no verão, usa-se o ar frio para resfriar o concreto do teto, o que proporciona uma economia de energia de 20%.

É interessante também dar destaque as conhecidas “torres de chuveiro” localizadas em seu exterior, que puxa o ar a 17 metros acima do nível da rua fazendo com que gotículas de água evaporem e sejam armazenadas em tanques no subsolo. Dentro deste tanque equipamentos congelam esta água, e quando necessitam resfriar o ar do prédio, a descongelam e mandam para um sistema de painéis no teto de cada andar para que assim deixe o ar em uma temperatura adequada.

Todo esgoto gerado pelo prédio é tratado por um sistema também no subsolo e esta água reutilizada nos banheiros e nos sistemas de irrigação das paredes verdes.

Toda a cobertura do edifício é composta por placas solares que geram energia e aquecem a água utilizada por seus usuários, em conjunto com estes sistemas passivos, temos sistemas de cogeração, ou seja, eletricidade gerada a partir de gás natural, tal energia é limpa e fornece cerca de 10% da eletricidade do prédio. Juntamente com estes elementos, turbinas localizadas na fachada norte ajudam a evacuar o ar do prédio assim como geram parte da eletricidade.

ABORDAGEM TÉCNICA

[pic 1]

Na carta solar acima de Melbourne, percebe-se que a fachada de maior incidência solar seria a fachada Norte, durante o ano todo. Nesta fachada do prédio podemos perceber a criação de um jardim vertical que ajuda a diminuir a temperatura e traz conforto a parte interna do edifício. Parte desta fachada também é coberta pelos brises de madeira reciclada que se estendem por toda a fachada oeste, como dito anteriormente estes possuem células fotovoltaicas que permitem, a partir de um sistema automatizado, mover os brises de acordo com o percurso do sol, portanto, nesta fachada os raios de sol nunca atravessarão diretamente para a parte interna dos escritórios do prédio.

[pic 2]CASASOLARE

CURIOSIDADE PROJETUAL

- O CONFORTO DOS OCUPANTES EM PRIMEIRO LUGAR

Algo que sempre é esquecido na maioria dos prédios, é o conforto de seus usuários/ocupantes, devido a isso o CH2 possui dutos escondidos nas paredes da fachada norte que puxam o ar da cobertura e, sob o chão existem registros que expelem este ar puro a cerca de 21°C. O corpo do ocupante aquece este ar que sai através de ranhuras nos tetos de concreto que possui uma forma ondulada, por fim, as turbinas expelem o ar quente. Tal medida atinge diretamente a produtividade daqueles que ali trabalham já que exercem sua atividade em um ambiente agradável.