O Processo Projetual

Padrões de visibilidade e permeabilidade em espaços públicos abertos: um estudo sintático em Curitiba – PR

Renato T. de Saboya, Sofia Bittencourt, Mariana Stelzner, Caio Sabbagh e

Vera H. Moro Bins Ely

Esse artigo tem como intuito e ideia norteadora analisar um espaço público localizado na cidade de Curitiba, a partir de vários aspectos, entre eles: visibilidade, permeabilidade, acessibilidade, usos do solo do entorno, contexto histórico da região, etc.

O interessante do artigo analisado é que ele trata de maneira muita ampla o quanto um espaço público será ou não utilizado de fato pela população a qual ele é destinado, e traz pontos específicos estudados que podem nortear um arquiteto ou engenheiro civil no momento de projetar um espaço de uso similar.

No caso de Curitiba, em um mesmo espaço, conseguimos dividir diferentes tipos de uso e diferentes tipo de acesso que interferem diretamente no nível de utilização do espaço. Empecilhos visuais como paredões, prédios, vegetação densa, trazem ao usuário a sensação de distanciamento, espaços secundários, privados, relacionados a serviço, no entanto, espaços amplos, com permeabilidade visual, fácil acesso e onde se encontram várias classes, etnias e idades, trazem a sensação de coletivo, referência visual, poder, sociabilidade.

Além dos pontos citados anteriormente, o artigo também trata sobre os usos que se dão naquele espaço, sejam eles deslocamento, estar, ginástica, jogos, contemplação, etc. Constata-se que principalmente os de uso interativo com o espaço, como academias, praças para crianças, quadras de esporte, atraem o usuário a se apropriar do local.

E, além disso tudo, o entorno influencia também, se é um local central, de fácil acesso, com paradas de ônibus próximas ou não, e principalmente a diversidades de usos, que geram diferentes necessidades num espaço público.

O texto também menciona quais partes do local estudado obtiveram maior correspondência com os padrões encontrados no estudos e os que tiveram menor, como o caso de uma área de ginástica localizada num “canto” e também uma área de jogos, relativamente segregados, ambos com alto índice de ocupação, mostrando que, o histórico de cada local em particular, as necessidades e anseios das pessoas que ali vivem sempre serão norteadores de projeto e que em cada região fatores individuais devem ser analisados.

Concluo que, o artigo é de fácil leitura, abordagem completa e detalhada no tema escolhido, traz ao leitor (mesmo que leigo) uma boa visão do assunto. Apesar de trazer mais especificamente um estudo de caso da cidade de Curitiba, vários pontos abordados podem ser facilmente utilizados em todas as regiões do país, por se tratarem de uma estrutura urbana que é comum em diferentes regiões do Brasil.

Heloísa Zanchet Zanatta