O Século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais
Por: Cristina Albuquerque • 6/12/2017 • Trabalho acadêmico • 2.658 Palavras (11 Páginas) • 688 Visualizações
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Índice
Introdução 3
1- Enquadramento histórico 4
2- Aino Aalto 7
3- Villa Mairea 9
Conclusão 12
Bibliografia 13
Introdução
O presente trabalho é sobre a arquiteta Aino Marsio Aalto, mais concretamente sobre a sua obra Villa Mairea, juntamente concretizada com Alvar Aalto.
É objetivo deste trabalho enaltecer a importância das mulheres arquitetas na sociedade.
No final de 1927, quando o modernismo estava a construir avanços nos centros da cultura europeia, Alvar e Aino Aalto estavam a projetar edifícios neoclássicos e móveis artesanais numa variedade de estilos historios em Jyväskylä, uma pequena cidade no campo da Finlândia central, Jyväskylä estava longe de Turku e Helsinquia.
O trabalho de Alvar e Aino Aalto era competente, convencional no seu estilo a apropriado ao lugar. Olhando para a frente era improvável que uma obra prima moderna emergisse do seu escritório. No entanto, olhando para 1939, ano em que a Villa Mairea foi completada, a sua trajetória parece mais clara.
Está organizado em três partes, o enquadramento histórico, onde se situa a obra no espaço e no tempo em que foi concluída, a análise biográfica da arquiteta Aino Aalto que vai abordar tópicos importantes da sua curta vida e por fim iremos analisar Villa Mairea, uma obra grandiosa em parceria com Alvar Aalto.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, enriquecida em alguns livros, blogs, documentos da web e artigos.
Enquadramento histórico[pic 6]
O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas por acontecimentos do final do século XVIII pela Revolução Industrial, que gerou novos inventos com o objetivo de solucionar os problemas técnicos decorrentes do aumento de produção, provocando a divisão do trabalho e o início da especialização da mão-de-obra, e pela Revolução Francesa, que lutava por uma sociedade mais harmônica, em que os direitos individuais fossem respeitados, traduziu-se essa expectativa na Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se mais complexa. (Imbroisi, Martins, & Lopes, 1998)
Um dos primeiros movimentos artísticos que surge em reação ao Neoclassicismo do século XVIII é o Romantismo (fig.1) e historicamente situa-se entre 1820 e 1850. Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista. (Imbroisi, Martins, & Lopes, 1998)[pic 7]
O termo romântico foi empregue pela primeira vez na Inglaterra para definir o tema das novelas pastoris e de cavalaria que existiam nessa época. Romântico significava pitoresco: expressão de uma emoção que é definida e que foi provocada pela visão de uma paisagem. (Imbroisi, Martins, & Lopes, 1998)
O termo romântico passou depois a ser adotado no movimento artístico-filosófico Romantismo, que seguiu as ideias políticas e filosóficas do século das luzes (liberdade de expressão e afirmação dos direitos dos indivíduos) e também as ideias de um movimento alemão chamado – Strürm und Drang (que tinha como principais elementos o sentimento e a natureza). (Imbroisi, Martins, & Lopes, 1998)
Tem como caraterísticas o cultivo da emoção, da fantasia, do sonho, da originalidade; exaltação da natureza; gosto pela Idade Média, pois tinha sido o tempo de formação das nações; defendia os ideais nacionalistas; visão do mundo centrado nos sentimentos do individuo; subjetivismo, o artista idealiza temas, exagerando em algumas das suas caraterísticas. (Imbroisi, Martins, & Lopes, 1998)
É na Alemanha que se manifesta pela primeira vez a estética da interioridade, que considera a arte como um instrumento para se atingir o cerne da criação, para se entrar em contato com a natureza infinita, através do sentimento sublime. É o início da pintura moderna de paisagem, capaz de exprimir, melhor do que outro, certos aspetos da sensibilidade do homem oitocentista. (Imbroisi, Martins, & Lopes, 1998)
No século XIX aparece um movimento de reação que procura os fundamentos da arte nas antigas realidades nacionais. O gosto pela arqueologia torna-se extensivo à Idade Média e redescobre-se o românico e o gótico, que os artistas tentam fazer reviver em suas obras. Dedicam-se à redescoberta das técnicas construtivas desses dois estilos, chegando à conclusão que as soluções técnicas da Idade Média eram tão racionais como as clássicas greco-romanas. (Imbroisi, Martins, & Lopes, 1998)
O romantismo procura elementos rústicos e entrega-se às realizações espontâneas, o que dá origem à incorporação, na nossa cultura, de vários conhecimentos acumulados pelos povos primitivos ou que se desenvolveram longe da Europa civilizada. Isto leva ao estudo das artes chinesa, japonesa, indiana e a africana. Com o regresso à Idade Média, o romantismo recusa as regras impostas pelas academias neoclássicas, pois estas eram inspiradas nos valores clássicos (ordem, proporção, simetria e harmonia). (Imbroisi, Martins, & Lopes, 1998)
Os arquitetos românticos preferem irregularidades nas estruturas espaciais e volumétricas, preferem as geometrias mais complexas e as formas curvas. Preferem os efeitos de luz, o movimento dos planos e o pitoresco de decoração. (Imbroisi, Martins, & Lopes, 1998)
Em 1938, Aino e Alvar Aalto criaram a obra-prima das suas carreiras, a Villa Mairea, uma casa de verão construída para Mairea Gulichsen em Noormarkku. O primeiro esboço dessa construção em forma de “L” faz referencia explicita ao Romantismo. A planta da sala de estar principal remete á planta do estúdio Ruovesi construído em 1893. As duas obras ostentam uma lareira esculpida e saliente, e uma sala de estar escalonada que leva a uma escada de mezanino. Villa Mairea foi construída com uma mistura de tijolo aparente, alvenaria rebocada e chapas de madeira, tal como a Casa Munkkiniemi. (Frampton, 1997)
Mais que qualquer outra obra do pré-guerra de Aino e Alvar Aalto, a Villa representa um elo concetual entre a tradição construtivista racional do século XX e o movimento romântico nacional. Os seus espaços básicos, as salas de estar e jantar, ladeiam um pátio com jardim coberto dentro de uma clareira mais ou menos circular. A massa da casa e o perímetro de contorno irregular da piscina da sauna, sugerem uma oposição entre a forma artificial e natural, e esse principio de dualismo prevalece na obra toda. (Frampton, 1997)
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