O URBANISMO NA ARQUITERURA
Por: Denilson Macurap Tupari • 30/8/2021 • Trabalho acadêmico • 1.078 Palavras (5 Páginas) • 156 Visualizações
Histórico
Novo brutalismo é um termo empregado pela primeira vez pelo casal de arquitetos ingleses Alison Smithson (1928-1993) e Peter Smithson (1923-2003) no memorial descritivo do projeto não executado de uma casa no bairro de Soho (Londres), publicado na revista britânica Architectural Design, em dezembro de 1953. O termo é endossado e propagado pelo crítico de arquitetura inglês Reyner Banham (1922-1988), a partir do importante artigo “The New Brutalism”, publicado na revista britânica Architectural Review, em dezembro de 1955, e com o livro The New Brutalism: Ethic or Aesthetic?, publicado em 1966.
A palavra brutalismo surge pela primeira vez com o arquiteto franco-suíço Le Corbusier (1887-1965), com uma acepção original associada à expressão francesa béton brut (concreto aparente). São brutalistas os projetos de Le Corbusier posteriores à Segunda Guerra Mundial (1939-1945), tendo como marco inicial a Unidade de Habitação de Marselha (1947-1952).
O termo novo brutalismo é adotado, primeiramente, por um grupo de arquitetos ingleses no início da década de 1950, que tem o casal Smithson como representantes mais relevantes, contrapondo-se à trajetória na qual a arquitetura moderna se dirigia, e decepcionados com a aplicabilidade das questões defendidas pelas vanguardas modernas do entreguerras.1
Na publicação da casa no Soho, os Smithson pontuam os propósitos iniciais do novo brutalismo: “É nossa intenção que este edifício tenha a estrutura inteiramente exposta, sem acabamentos internos sempre que possível”.2 Nos anos seguintes, os periódicos arquitetônicos ingleses exploraram essas questões tendo como objetos de estudo a escola de Hunstanton (1950-1954), também de autoria do casal Smithson, e a exposição Parallel of Life and Art (1953), no Instituto de Artes Contemporâneas de Londres.
Em dezembro de 1955, Reyner Banham (1922-1988) escreve o artigo que organiza histórica e programaticamente o novo brutalismo, atestando ser um movimento arquitetônico de origem inglesa. Para que um edifício se encaixe nessa categorização, sintetiza os três pontos que seriam necessários: “[1] capacidade de ser lembrado como uma imagem única, [2] exibição clara da estrutura, [3] valorização dos materiais por suas inerentes qualidades tais quais encontrada”.3 O primeiro aspecto diz respeito à ideia de que a edificação deve ser uma entidade visual apreensível imediatamente, sendo que toda experiência arquitetônica de estar no edifício é uma ratificação da primeira imagem compreendida. Já contido na definição introdutória do casal Smithson, o segundo ponto defende como a estrutura deve se diferenciar visualmente dos outros elementos da construção. O último aspecto é ressaltado quando Banham afirma, no mesmo artigo, que um edifício “deve ser feito daquilo de que aparenta ser feito”.4 Mesmo que essa honestidade material já estivesse contida desde o início do movimento moderno na arquitetura, segundo o crítico inglês, grande parte dos edifícios do período das vanguardas “parecem ser feitos de cal e vidro armado, quando são feitos de concreto e aço”.5 Em comparação, a Escola de “Hunstanton parece ser feita de vidro, tijolo, aço e concreto, e de fato é feita de vidro, tijolo, aço e concreto”.6
Em 1966, Banham escreve um livro estruturado na pergunta se o novo brutalismo é uma ética ou uma estética. Constrói toda a sua argumentação crendo na “ideia de que o relacionamento entre as partes e os materiais de um edifício constitui uma moral prática – e essa segue sendo, para mim, a validade do novo brutalismo”.7 Para Banham, conserva-se o ato de fazer arquitetura – isto é, a prática construtiva – no resultado do edifício, na sua imagem. Neste pensamento filiado às ideias marxistas, o processo da construção persiste expresso na estética da construção concluída.
Apesar de que os pontos apresentados por Banham caracterizam a arquitetura brutalista encontrada em vários lugares no planeta, não é possível afirmar que os textos do crítico inglês sejam a gênese de projetos externos à Grã-Bretanha. Para a crítica brasileira Ruth Verde Zein, o brutalismo só se manifesta internacionalmente como tendência estética (à parte de Le Corbusier) a partir de 1957, ou no mínimo, a partir de 1953, “a ‘conexão brutalista’ é uma rede complexa sem ponto original que não seja corbusiano”.8
No Brasil, o brutalismo proveniente das obras de Le Corbusier
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