O Urbanismo Fronçoise Choay
Por: Petalla Damatta • 9/4/2017 • Resenha • 464 Palavras (2 Páginas) • 506 Visualizações
Françoise Choay consegue passar para os leitores uma concepção diferente do que é urbanismo, que até então se entende pelo saber e a técnica da organização e da racionalização da cidade, ele consegue fazer com que enxerguemos urbanismo como um período da história das cidades, um período em que foi necessário começar a pensar na organização destas, um período quando a sociedade industrial começava a tomar consciência de si e a questionar suas realizações, tendo em vista todos os problemas que as cidades da época enfrentavam, como com higiene, o habitat insalubre do trabalhador, frequentemente distante do local de trabalho, lixões fétidos amontoados e a ausência de jardins públicos nos bairros populares.
O período do pré-urbanismo é marcado por filosofias e teorias dos pensadores da época em relação a cidade ideal, por não poder dar uma forma prática ao questionamento da sociedade, a reflexão situa-se na dimensão da utopia, tendo em vista os modelos almejados por estes. Um conjunto de filosofias políticas e sociais, vemos assim distinguir-se dois tipos de projeções espaciais de imagens da cidade futura que são chamadas pelo autor de “modelos”, os modelos progressista e culturalista.
O espaço do modelo progressista é aberto, intermediado por áreas verdes, tem como exigência a higiene. Relata-se que o verde oferece um quadro para momentos de lazer, consagrado à jardinagem e à educação. O espaço urbano é traçado conforme uma análise das funções humanas. Classificam e localizam separadamente as várias formas de trabalho. A cidade progressista recusa qualquer herança artística do passado, para submeter-se exclusivamente às leis de uma geometria natural, ela elimina a possibilidade de variantes ou adaptações a partir de um mesmo modelo. Entre os diversos edifícios, o alojamento padrão ocupa, na concepção progressista, um lugar importante e privilegiado. A abundância do verde e de áreas livres exclui uma atmosfera urbana.
O segundo modelo, o culturalista, não tem como ponto de partida crítico a situação do indivíduo, mas sim a do agrupamento humano, da cidade. O escândalo histórico de que falam os partidários do modelo culturalista é o desaparecimento da antiga unidade orgânica da cidade, sob a pressão desintegradora da industrialização. Jhon Ruskin, um dos representantes do modelo tinha como ponto de vista que a história deveria ser feita com a arquitetura de uma época e depois esta deveria ser conservada, pois podemos saber mais de uma cidade e de sua cultura com seus destroços do que pela poesia e pela história. As construções civis e domésticas são as mais importantes no significado histórico.
Tendo em vista todos esses modelos pode-se concluir que o urbanismo se inicia muito antes do ato de urbanizar, racionalizar, projetar uma cidade, o urbanismo se inicia quando estudiosos começam a focar suas atenções nos problemas enfrentados pelo homem referentes a seu habitat, se inicia quando eles começam a idealizar modelos de cidades.
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