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OS CONCEITOS DE REGIÃO E REGIONALIZAÇÃO: ASPECTOS DE SUA EVOLUÇÃO E POSSÍVEIS USOS PARA A REGIONALIZAÇÃO DA SAÚDE

Por:   •  22/12/2021  •  Resenha  •  851 Palavras (4 Páginas)  •  199 Visualizações

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RESENHA DO ARTIGO:

OS CONCEITOS DE REGIÃO E REGIONALIZAÇÃO: ASPECTOS DE SUA EVOLUÇÃO E POSSÍVEIS USOS PARA A REGIONALIZAÇÃO DA SAÚDE

Fabio Betioli Contel possui graduação em Geografia, e mestrado e doutorado em Geografia Humana. Sendo que a maior parte da sua formação foi na Universidade de São Paulo (USP), onde é docente do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. O artigo analisado busca refletir os conceitos de região e regionalização que aparecem ao longo do século XX, trazendo-os para uma discussão atual a respeito da área da saúde.

As noções de “região” e “regionalização” enquanto conceitos da geografia humana passaram por longos processos de estudo e significação até chegarem nas definições que fazem mais sentido de acordo com aspectos socioculturais, políticos, econômicos e territoriais da atualidade. Nesse sentido, Contel procurou retomar os conceitos de região e regionalização a partir de três debates importantes presentes na interface da geografia e da saúde:

  1. O resgate de conceitos ligados à tradição da relação homem/meio na fase da “transição epidemiológica”;
  2. A releitura da geografia das “redes urbanas” como elemento para se pensar as atuais redes de atenção à saúde e para o uso do “complexo industrial da saúde” como mecanismo de desenvolvimento regional;
  3. A utilização dos conceitos de região e regionalização com origem no marxismo para enfatizar os aspectos materiais e imateriais que estão na base da formação de regiões no atual período da globalização.

Na primeira vertente, vê-se uma necessidade em criar uma classificação para regionalização à medida que a “geografia regional” surgia na Europa e Estados Unidos. Dentro dessa perspectiva físico-territorial, com a adição do fator da interferência humana, Vidal La Blache propôs a ideia de que a homogeneidade dos elementos do meio natural somada às ações dos homens em determinada área seriam os pontos de partida para a delimitação de uma região, definindo, a partir dessa linha de pensamento, o que ele chamou de “gênero de vida”. Dessa forma, percebe-se, que as primeiras definições de regionalização tinham foco maior para a paisagem e menos atenção às relações humanas em si, dentro de um mesmo espaço (e para além deste).

Com o fim da segunda guerra mundial, o debate região/regionalização adquire um novo aspecto: as redes de cidades, que é a segunda vertente discutida pelo autor. Nessa época, espalhava-se pelo mundo um grande de otimismo proporcionado pelos avanços tecnológicos nas áreas da informática e da comunicação. Assim, as pessoas começaram a estar cada vez mais conectadas com outras distantes de sua localidade. Nesse contexto, iniciaram-se na Europa as primeiras discussões introduzindo a noção de redes urbanas e seu papel decisivo no processo de formação das regiões. Um dos objetivos da busca pelo aprofundamento dos estudos regionais pelos geógrafos europeus consistia, em direcionar o pensamento para a ideia de planejamento regional e este enquanto dever estatal.

O terceiro debate tem suas bases a partir dos anos 60, com a utilização dos conceitos de região e regionalização pela ótica do marxismo, de forma a enfatizar os aspectos materiais e imateriais que estão na base da formação de regiões no período da globalização. Nesses estudos, o geógrafo francês Bernard Kayser, citado pelo autor, levantou uma compreensão de como as regiões são formadas, tendo como base de análise cinco fatores para o que ele considerou o “processo liberal” da regionalização: naturais, históricos, quanto à polarização, à comunicação e à administração. A partir da visão desse autor, que reconhece as regiões como organismos vivos e necessitados de coesão para funcionarem, Kayser (1971, p. 83) considerava que “[...] a regionalização é o meio, assegurando a melhor utilização possível do espaço, de contribuir ao desenvolvimento”. Após esses momentos, nos anos 70, todas as teorias passam por diversas críticas pautadas em uma abordagem marxista.

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