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Quase tudo que você queria saber sobre tectônica, mas tinha vergonha de perguntar.

Por:   •  18/11/2021  •  Resenha  •  2.868 Palavras (12 Páginas)  •  265 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO [pic 1]

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E TEORIA

Fichamento Seminário TA2

Professora: Maria Cristina Cabral

Nomes: Eric Cardoso, Geovanna Bianco, Fabrício Gaspar e Thaís Santos Data: 27/01/2021

1 Referência bibliográfica

AMARAL, Izabel. Quase tudo que você queria saber sobre tectônica, mas tinha vergonha de perguntar. Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, São Paulo, n. 26, p. 148-167, dec. 2009. Disponível em:

<http://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/43644>. Acesso em: 05 maio 2017. 2 Apresentação da autora da obra

Izabel Fraga do Amaral e Silva é arquiteta e urbanista formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, 1995 - 2000), com mestrado em História e Teoria da Arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGAU-UFRN, 2001 - 2004) e possui doutorado no programa de Ph.D. em Aménagement da Universidade de Montreal (Canadá, 2005-2010), além de ter sido bolsista da Capes e assistente de pesquisa no Leap – Laboratoire d’étude de l’architecture potentielle. 

3 Breve síntese da obra

No trabalho Quase tudo que você queria saber sobre tectônica, mas tinha vergonha de perguntar, de Izabel Amaral, parte de sua tese de doutorado Ph.D. em Aménagement da Universidade de Montreal, publicada em 2009, a autora irá abordar o conceito de tectônica no campo da arquitetura e do urbanismo, o que para ela, mesmo que frequentemente definida como “arte da construção”, o termo deve ser observado paralelamente aos seus significados ao longo dos anos.

Em seu trabalho, Amaral não tentará definir o termo tectônica, mas buscará através da história e de autores estudiosos do tema, demonstrar as variadas definições desta expressão. O texto tenta nos mostrar a variedade de sentidos associados ao termo tectônica durante os três últimos séculos, que levaram a mais de um significado e definições de seu conceito, até hoje, ainda não totalmente definidos. 

Desta forma, a autora vai buscar entender a evolução do conceito de forma cronológica, desde sua derivação do grego tekton (carpinteiro), passando pelo século 18 onde era definido

com uma consciência técnica da física da construção, mas que começará a ganhar novos significados a partir do século 19, com as contribuições dos teóricos alemães Carl Bötticher e Gottfried Semper e no século 20, com Kenneth Frampton.

Logo no início de seu trabalho, Amaral aponta que o século 18 é o momento em que a técnica começa a ganhar autonomia em relação à arquitetura, começando a estabelecer uma nova compreensão da física da construção, a partir do desenvolvimento das ciências do cálculo, sendo para a autora, o ponto primordial para dar início a modernização do termo tectônica como conhecemos hoje.

Como exemplo dessa nova ordem de construção, a autora destaca a igreja Sainte Geneviève, em Paris, e as pontes de Jean-Rodolphe Perronet, apontando como construções que dependem do conhecimento técnico e do cálculo para sua construção, sendo obras fundamentais para a noção de tectônica, pois exige o conhecimento técnico da construção como parte essencial do entendimento da arquitetura.

No século 19, o termo vai aparecer na Alemanha com o objetivo de explicar a arquitetura em sua relação com a construção, sendo vinculado ao arquiteto e teórico Karl Friedrich Schinkel, que por sua vez influenciará Carl Botticher, por volta de 1840, no desenvolvimento de suas teorias associadas à arquitetura grega. No entanto, no século 19, Amaral vai optar por dar destaque às contribuições do arquiteto alemão, Gottfried Semper, desenvolvidas na obra Der Stil, em um debate em torno da noção de estilo, também ligado à arquitetura grega.

Já no século 20, sobretudo com o modernismo, o conceito de tectônica perde espaço nos debates da arquitetura e urbanismo, priorizando à noção de espaço arquitetônico, e em segundo lugar a de função, deixando de lado a de tectônica. Como relembra a autora, o próprio Le Corbusier recomendava “estética do engenheiro” porque ela obedece às “leis naturais da economia, da eficácia, e deveria oferecer balizas à concepção arquitetônica”, sendo então, desnecessário que os meios construtivos tivessem uma relação direta com a forma, as técnicas e a física da construção. 

No entanto, após os anos 60 a tectônica é retomada em três ocasiões e voltará a ganhar importância com Kenneth Frampton, sobretudo com a primeira publicação em 1983 com o texto Towards a critical regionalism: Six points for an architecture of resistance, e a segunda em 1990, Rappel à l’ordre: The case for the tectonic, nas quais o autor representa o conceito de tectônica como dimensão material, construtiva e tátil da arquitetura em oposição à abordagem cenográfica do pós-modernismo. A terceira publicação, em 1995, é de sua principal obra, Studies in tectonic culture, no qual o autor aplica os conceitos de tectônica nas obras de importantes arquitetos, como Frank Lloyd Wright e Mies van der Rohe. Esse livro é considerado a mais importante obra sobre a noção de tectônica, o grande responsável pela popularização e atualização do conceito hoje em dia. 

Na parte final de seu artigo, Amaral faz uma breve comparação entre os conceitos de tectônica defendidos por Semper no século 19 e os mais novos conceitos de Frampton para a palavra no final do século 20. Antes de entrar na comparação direta de sua evolução, a autora já demonstra uma semelhança entre as concepções do termo, no qual os dois períodos de grandes debates sobre o tema se deram em crises disciplinares da arquitetura e de polêmica no meio cultural. E, por isso, em suas obras, a noção de tectônica situa-se em um debate crítico, respectivamente, do ecletismo e do pós-modernismo. No centro da argumentação desses dois teóricos encontra-se a preocupação com as relações legítimas da forma arquitetural à sua matéria física, aponta a autora. 

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