Resenha do Livro O que é Patrimônio Histórico
Por: VIT_CS • 17/3/2019 • Resenha • 1.281 Palavras (6 Páginas) • 314 Visualizações
Resenha do livro - O que é patrimônio histórico (Editora Brasiliense – São Paulo, 2006) de Carlos A. C. Lemos.
A abordagem do livro, traz a conscientização de preservação através do conhecimento no que se refere ao patrimônio histórico de uma nação. Iniciando assim a divisão desse acervo em três classificações segundo VarineBoham arqueólogo, historiador e museólogo francês, são eles: os elementos pertencentes à natureza, o conhecimento, às técnicas, ao saber e ao saber fazer (elementos não tangíveis) e os chamados bens culturais, que demonstram ser o foco do texto, sendo estes constituídos por objetos, artefatos e construções obtidas a partir do meio ambiente e do saber fazer.
Em continuidade, Lemos se dedica em um dos capítulos do livro sobre a classificação: dos artefatos, o autor critica a saída de um artefato de seu meio de origem, tendo cada objeto seu significado que se relaciona com o acervo para qual fazia parte. Se posiciona também contra a “sacralização do objeto”, onde se considera importante objetos que são frutos de afirmações sem a devida comprovação da veracidade destas.
No que diz respeito a preservação dos bens destaca que sobressaem-se os da classe excepcional sendo estes considerados representativos, quando a conservação na verdade deveria ser dos bens culturais usuais oriundos do coletivo.
Em diante desse capitulo o autor apresenta três temas básicos para o acerca do assunto em questão: Por que preservar, o que preservar e como preservar.
Por que preservar? O autor enfatiza a importância da preservação para a compreensão de nossa “memória social”, para que não sejamos despersonalizados de cultura, seguindo a tendência, através dessa intensa globalização, de uniformização de pensamento. Segundo Lemos (2006, p. 27)
O termo preservar deve ser aplicado com toda amplitude de seu significado. É dever de patriotismo preservar os recursos materiais e as condições ambientais em sua integridade, sendo exigidos métodos de intervenção capazes de respeitar o elenco de elementos componentes do Patrimônio Cultural. É dever, também, de patriotismo preservar o saber brasileiro fazendo com que os conhecimentos de fora valorizem-no em vez de anularem-no, [...]
“Mas a quem interessa essa preservação?” A vários grupos, segundo Lemos, que defendendo assim seus interesses, dividiram o Patrimônio Cultural em vários setores. Como exemplos desses grupos, os professores de engenharia e arquitetura que possuem interesse na preservação de edifícios antigos para evidenciarem aos alunos as evoluções das técnicas através do tempo, assim como artistas, preservando obras por admiração e prazer, a indústria do turismo preservando bens com o objetivo de trazerem lucros e outros diversos grupos mencionados pelo autor, que acerca disso, apresenta desaprovação dessa divisão do patrimônio e sugere que este seja “visto sob um enfoque global”.
O capitulo adiante traz o segundo tema básico, dando assim abertura para contextualização da problemática do Brasil, tendo o país a preocupação com a preservação por volta da década de 20 tendo somente um “projeto digno de elogios” segundo o autor, em 1936 através de Mario de Andrade, segundo Lemos (2006, p. 41):
Mário incluía tudo, queria “catalogar”, todas as manifestações culturais do homem brasileiro, não só os seus artefatos, mas também registrar a sua música, seus usos, costumes assim como o seu “saber”, o seu “saber fazer”.
Andrade então desencadeou os surgimentos de inúmeras leis de preservação através da defesa do patrimônio artístico nacional, enfatizando a importância de reunir os patrimônios criando políticas que venham contribuir para a preservação do todo, cooperando então para a criação do SPHAN que, apesar de não atender todos os pontos do projeto de Mario de Andrade, defendia-se o interesse público.
O próximo capitulo traz consigo a pergunta de como preservar? Que segundo o autor a melhor forma seria mantendo o uso do edifício nas condições de seu projeto, evidência de que essa solução funciona seriam os templos católicos, que são em sua maioria conservados, visto que o programa não se altera diferentemente das moradias que estão sempre em processo de modificação atendendo as constantes inovações.
Apresenta-se pois o dilema abordado pelo autor ao decorrer desse capitulo, a situação das edificações, que devido a lentidão da conscientização acerca da preservação, agora necessitavam de restaurações recorrendo a pesquisa de vários métodos. São exemplos de métodos: Método romântico, em que, segundo o autor, baseava-se na preservação do original do edifício, descartando todos os acrescimentos adicionados posteriormente. O método historicista a favor do restauro de acordo com o projeto original, devidamente documentado, não aceitando “fantasias” como no romântico. Método arqueologista que baseia-se na aceitação das ruinas com atenção para a preservação dos acrescimentos, quando estes possuíam algum valor histórico. Método científico que delimita que as restaurações devem ser visíveis, com a tecnologia atual ao mesmo tempo que se deve caracterizar por ser um “estilo neutral” sendo esse o método mais utilizado desde
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