Resenha sobre o livro "Aspectos Históricos da Urbanização".
Por: jessica_depaula • 28/3/2021 • Resenha • 900 Palavras (4 Páginas) • 505 Visualizações
LAMPARD, Eric E. Aspectos Históricos da Urbanização. In. HAUSER, Philip M. e SCHNORE, Leo F. (Org.). Estudos de Urbanização. São Paulo: Pioneira, 1975. cap. 14, p. 487-520.
Jessica de Paula Oliveira Ferreira
O livro “O Estudo de Urbanização”, teve sua primeira edição publicada em 1965, cuja década ficou conhecida pelo marco da explosão demográfica mundial. Philip Morris Hauser e Leo Francis Schnore, autores principais, dentre as especialidades de demógrafo e cientista social, respectivamente, reuniram e coordenaram um grupo interdisciplinar de especialistas de credibilidade internacional, com o objetivo de apresentar pesquisas em urbanização.
E dentre o grupo, o Professor de História Eric E. Lampard da Universidade Estadual de Nova York em Stony Brook, que publicou diversos livros, em que a maioria deles é relacionados à temática da revolução industrial, urbanização e o crescimento econômico das cidades, foi convidado para abordar o capítulo sobre os “Aspectos Históricos da Urbanização”, presente na edição lançada no Brasil em 1975 pela Editora Pioneira, do qual será discorrido a seguir.
Eric Lampard aborda no capítulo, os conceitos de urbanização (behavioral, estrutural e demográfico), a história da urbanização (urbanização incipiente e efetiva) e a dimensão socioestrutural (urbanização clássica e industrial).
O conceito de urbanização behavioral, segundo Lampard, é em relação a certos comportamentos ou pensamentos dos indivíduos, independentemente de seu âmbito social e local, tidos como “urbanos”. Já a urbanização estrutural, ignora o comportamento ou pensamento “urbano” do indivíduo, e foca-se nas atividades padrão da população global, com o objetivo de abordar modelos econômicos relacionados com o desenvolvimento. E o urbanismo demográfico, que supõe a urbanização como um processo de concentração populacional, em que reconhece apenas duas variáveis: população e espaço.
Já em relação a história da urbanização incipiente e efetiva, em que a incipiente está relacionada ao resultado de uma organização urbana de adaptação coletiva ao meio físico e social, e a efetiva que tem a capacidade organizacional, além da adaptação coletiva ao meio, de produzir, armazenar e utilizar reservas sociais, desenvolvendo núcleos de funções especializadas.
E a dimensão socioestrutural, que é dividida em duas vertentes: urbanização clássica, cujo aspecto estrutural de urbanização não é industrial, em que as concentrações populacionais não se alteram muito durante consideráveis períodos de tempo, e a urbanização industrial cujos fatores em ascensão são os econômicos e populacionais.
Lampard, defende a noção de urbanização, enfatizando a ideia de processo social que antecede e acompanha a formação das cidades. Entretanto, ele apresenta falhas nos estudos históricos das cidades que necessitam de motivos justificáveis de maneira empírica apropriada, que desencadearam o processo de formação das mesmas, já que o histórico é baseado em observações limitadas pelo tempo e o espaço, fazendo com que tais estudos generalizem o historismo.
E segundo o autor, para contemplar um estudo histórico completo da urbanização, é necessário abranger outros especialistas de diversos ramos, para tratar dos aspectos behavioristas, estruturais e demográficos do urbanismo, em conjunto em seus quadros de investigações. E para tal, quatro variáveis também podem contribuir e serem utilizadas para explicar o processo de urbanização e indicar como surgiu no passado e fornecer um esboço do seu possível futuro imediato, que são: população, tecnologia, organização e ambiente.
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