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Sobre tipos de cores

Por:   •  6/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.099 Palavras (9 Páginas)  •  464 Visualizações

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Das telas para as prateleiras.

Direto do universo das fanfictions,  jovens escritoras conseguem alcançar o sonho de publicarem suas obras em livros, da internet para todas as livrarias do Brasil.

Por Barbara Batista.

Dentre as centenas de funcionalidades da internet, a publicação de textos autorais é sem dúvida uma das mais utilizadas. E é através da internet que podemos encontrar com facilidade um punhado desses trabalhos.

Pode ser em um blog, um tumblr, uma publicação no Widbook ou em um site de fanfictions, o local de postagem varia de acordo com o perfil do escritor. São milhares de romances, contos e poemas postados e atualizados diariamente. Existem histórias, formatos e temáticas para todos os gostos, idades e preferências.

Não existe ainda uma pesquisa específica para contabilizar esses números, mas com poucos minutos de pesquisa na internet já conseguimos ter uma pequena noção da dimensão desse universo das publicações online. É seguro afirmar que o número, tanto de histórias quanto de autores, atinge facilmente a casa dos milhares – isso se considerarmos apenas as obras escritas e publicadas em língua portuguesa.

E entre tantos escritores e tantos trabalhos publicados online, existem alguns que conseguem, com muito esforço e talento, se destacar no meio.

Andréa Prado tem 23 anos e publica suas histórias na internet desde os 14. Começou com fanfictions – as ‘ficções de fãs’ – mas logo começou a trabalhar com histórias originais. Foi em 2012, com a publicação de Psicose, que o sucesso de Andréa começou. Sob o pseudônimo de Andie P., Psicose foi conquistando leitores e fãs, e no ano passado, foi parar nas prateleiras e nos sites das principais livrarias do país, rebatizado para Insanatório.

A pouca idade não impede Andréa de tratar de temáticas mais sérias em sua obra: Insanatório conta a história de Melissa, uma psiquiatra recém-formada que vai trabalhar em um manicômio judiciário, onde se envolve com um de seus pacientes, Corey, que foi preso injustamente e luta para não perder a sanidade dentro da instituição.

Psicose começou como um passatempo no meio da rotina de estudante de direito, mas lá no fundo, o sonho da publicação sempre existiu. A ideia de transformar Psicose em livro só apareceu depois do boom na internet e de várias sugestões dos leitores.

Andréa levou alguns “nãos” de editoras, mas não se abalou. Com o suporte incondicional dos milhares de leitores através dos sites e das redes sociais, Andréa continuou apresentando sua obra para diversas editoras até ouvir o ‘sim’ definitivo. Após revisões e alterações ao longo da história, o trabalho foi finalmente publicado.

Entre as mudanças, a do título é a mais notável. Segundo Andréa, ela trocou Psicose por Insanatório porque não queria vinculações ao filme de Hitchcock. Já na história, Andréa fez alguns cortes para deixar o conteúdo mais apropriado para leitores mais jovens, pois a versão original foi postada com classificação etária para maiores de dezoito anos, por conter sexo e violência explícitos.  

O sucesso ainda surpreende. “Ainda não acredito que tanta gente já tenha lido “Psicose”, que tanta gente tenha gostado daquela história que surgiu tão de repente na minha cabeça... É surreal” diz Andréa.

Após uma estreia bem-sucedida, Andréa já está trabalhando no lançamento de seu segundo livro, intitulado “Disturbia”, e será uma continuação de “Insanatório”.

Andréa faz parte de um grupo pequeno, mas bastante significativo, de jovens escritoras que têm o sonho da publicação alcançado, e que fogem da imagem padrão que permeia o imaginário popular, de que um escritor é sempre alguém mais velho, vivido e ‘intelectual’. A maioria das autoras e autores da internet é jovem, que trabalham ou estudam (muitas vezes em áreas bem distantes de Letras e outros) e originalmente postam suas histórias na internet como um trabalho paralelo, cuja recompensa vem em forma de comentários e reconhecimento de seus leitores.

Estrelas da internet.

Como Andréa Prado, muitas das jovens autoras publicadas por editoras saíram de um local muito vasto e peculiar da internet – as fanfictions. O termo em inglês é usado para designar todo trabalho realizado por um fã, relacionado a algum filme, seriado, livro, banda de música, histórias em quadrinhos e animes, publicadas sem fim lucrativo ou de promoção.

Um exemplo que ganhou fama internacional é da trilogia de livros “Cinquenta Tons de Cinza”. Originalmente, a história era uma

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fanfiction do universo de Crepúsculo e estrelava os personagens da saga de Stephenie Meyer dentro do enredo criado pela britânica E. L. James, em um universo totalmente diferente do original.

Mas antes de irem parar nas prateleiras das livrarias, essas autoras percorrem um longo caminho na internet, dentro de um espaço bastante competitivo.  Elas chegam a ter mais de uma história postada antes de atingirem o “sucesso” nas redes – mas após o sucesso, se tornam nomes de peso entre os leitores e escritores da área.

 É o caso de outra jovem escritora, Camila Sodré. Como Cah Sodré, Camila já escreveu e publicou várias histórias.  Nenhuma virou livro – ainda. Mas não é por falta de incentivos de leitores.

Com 25 anos, Camila escreve fanfictions desde os 16. Com uma base de leitores fiéis e várias histórias de sucesso, Camila, assim como outras jovens escritoras, também sonha em chegar até as prateleiras das livrarias.

Eu sempre tive vontade de escrever um livro, sendo adaptado de uma fanfic, ou não” comenta, “Já comecei algumas obras inéditas, mas nunca levei adiante. Quem sabe com uma fanfic, não é?”.

Focada no segmento das fanfictions interativas – onde, o leitor pode inserir o nome de qualquer personagem ou ídolo na história sem que isso altere o enredo criado pela autora – Camila ficou tão famosa, que sua história mais recente, “Behind The Scenes”, foi eleita a Fanfic do Ano no site onde é publicada após votação popular. Mas esse não foi seu primeiro sucesso.

“Já tive outra história eleita Fic Do Ano: Summertime, em 2011, mas nada comparado com o sucesso de Behind The Scenes agora. Com pouco mais de um ano da história no ar, hoje o grupo no Facebook que reúne minhas leitoras já está beirando 8 mil membros, e todo dia tem gente nova. Fico extremamente lisonjeada” conta.

Formato de folhetim.

A postagem das fanfictions e dos originais seguem uma regra incomum para os romances: são atualizados em periodicidade, mais ou menos como os antigos romances de folhetins publicados nos jornais. O período entre uma atualização e outra pode variar de acordo com a rotina do autor ou o desenvolvimento da história.

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