Solar do Unhão Trabalho de Restauração
Por: Leticia Gonçalves • 4/12/2021 • Relatório de pesquisa • 1.033 Palavras (5 Páginas) • 181 Visualizações
Restauração Solar do unhão - Lina Bo Bardi
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma análise sobre a restauração do Solar
do unhão realizada pela arquiteta Lina Bo Bardi de 1959 a 1962, que abriga hoje o Museu de
arte moderna da Bahia.
Introdução
A Restauração é a intervenção com função de reativar a eficiência de um produto feito pelo
homem (BRANDI, 2008), qualquer atividade desenvolvida em função da conservação de
meios e objetos físicos que estão atribuídos à consistência e transmissão de uma imagem
artística, e pode-se aplicar este conceito para se compreender a reintegração de todo e
qualquer elemento para a aproximação da técnica.
Lina Bo Bardi, autora do Restauro no Solar do Unhão possuía um pensamento singular, mas
que se fundamentava notoriamente com a Carta de Veneza. E é assim que a arquiteta elabora
suas críticas, a partir da compreensão entre passado, presente e futuro, pelos tipos de
intervenções que buscam uma restituição fictícia. Para Lina, praticar o restauro é se libertar
do que se prende, entender a história como passado e considerá-la como um grande presente,
o qual desta maneira concebe-se como vivo, um presente recebido com o passar do tempo.
(FERRAZ, 1993).
História do Solar do Unhão
Casa grande, senzala, capela e chafariz à beira da Baía de Todos os Santos. Em meio à
agitada zona urbana de Salvador, existe um conjunto arquitetônico no modelo dos engenhos
antigos: o Solar do Unhão, de grande relevância cultural para capital e um importante
diferencial quando se trata de restauração.
O complexo foi construído em 1690 para a família Unhão Castelo Branco, conhecida na
época como Fazenda Unhão. No século XVIII, foi vendido e logo depois deixou de ser uma
fazenda para ser conhecida apenas como Solar do Unhão.
No século XIX, o conjunto foi alugado, dando início a um processo de degradação, no fim
dos anos 40, transformou-se em armazém para armazenagem de cacau, oficinas, depósitos
de combustíveis chegando a ser durante a 2ª Guerra Mundial, quartel para os fuzileiros
navais.
Figura - Capela do Conjunto do Unhão, utilizada como residência.
Figura: Conjunto do Unhão antes da restauração.
Em 1943 foi tombado pelo IPHAN, após um transtorno com o governador da Bahia que tinha
um projeto de construir uma avenida que margeava a encosta, dividindo o sitio ao meio.
Figura – projeto Inicial proposto pelo governador.
Fonte: Site Docomomo
Diógenes Rebouças, amigo de Lina, comandou uma ação contra e propôs um outro projeto
mais viável que não interferia nos edifícios do conjunto, assim prevaleceu este último, logo
após o mesmo foi desapropriado. As obras de restauração teve início em agosto de 1962 e
foi desenvolvida junto à construção da Avenida do Contorno por terem sido realizadas com
financiamento destinado à construção da Avenida ”consegui do Governo do Estado a
desapropriação e a verba necessária à restauração, e oito meses depois, março de ’63 o
conjunto estava praticamente pronto. ” (FERRAZ, 1993).
Figura – construção da Avenida do Contorno.
Lina Bo Bardi
Figura – Arquiteta autora do Restauro
Fonte: Site Dois pontos
Para entendermos mais como Lina pensava sobre a restauração, e mais especificamente
sobre seu trabalho realizado no Conjunto do Unhão para instalação do Museu de Arte
Moderna da Bahia, é importante conhecermos um pouco de sua trajetória.
Lina se destaca pela sensibilidade presente em suas produções e sua preocupação com as
pessoas e com o contexto, consagrada como um dos maiores nomes do Movimento
Moderno Brasileiro, quando se trata de restauração como obra, Lina desenvolveu uma
percepção sobre o tema com base nas cartas e teorias da época, mas acreditava que o
patrimônio não deveria ser apenas preservado, e sim enaltecido e caracterizado de presente
histórico, “Se acreditarmos que a antigo deve ser conservado, o local a ser previsto vira um
museu de cacarecos”. (RUBINO, 2009)
Lina sentia a necessidade de humanizar os monumentos e unir ligação que existe no passado
com o presente, via o teatro experimental como uma grande forma de aliar o local com a
característica histórica dos prédios antigos, com o conceito de alma popular, que seria as
tradições populares. “A integração do antigo na vida de hoje e a valorização
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