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Trabalho

Por:   •  16/9/2015  •  Monografia  •  649 Palavras (3 Páginas)  •  194 Visualizações

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vidro, porém são latentes a proteção e o carinho que sente ao lado do avô. Por

meio da linguagem do olhar, os dois se relacionam afetuosamente, mas de forma

emudecida, talvez pelos segredos guardados naquele olho de vidro. São essas

dúvidas do neto que levam a criar fantasias da história por meio da imaginação

e das experiências de seu cotidiano, dando vida ao que lê. Com isso, os variados

sentidos que surgem da leitura dependem do trabalho do leitor, uma vez que é

esta a instância responsável pelo processo de atualização da obra. Assim, esta

comunicação tem o intuito de analisar o leitor implícito e os espaços vazios

durante a narrativa. Narrado em primeira pessoa, o livro conta a história de um menino que queria saber quais mistérios estavam escondidos nos olhos de seu avô. Essa característica lembra um diário pessoal, local onde são escritos fatos cotidianos e relevantes, que marcam a vida e se fazem importantes ao longo dos anos. Os capítulos não são titulados, tampouco numerados, mas separados por um espaço e um traço entre um episódio e outro, sem muita ordem cronológica. Essa construção é própria da memória

O menino era curioso e guardava na memória as minúcias dos fatos ocorridos. Um exemplo é o dia que estava no quintal com seu avô embaixo de um pé de jabuticabas. Para o menino, eram milhares de olhos pretos espiando-o e convidando-o a saboreá-los. Depois, compara os olhos azuis de seu avô ao mar e explica que "ver o mar com olhos azuis é o mesmo que ver a noite com olhos pretos" Outro desejo era o de saber se o olho de vidro continha lágrimas. O menino explicava que o avô tinha motivos para chorar, mas não chorava e dizia que não ver o mundo inteiro deveria trazer ansiedade. "A lágrima sempre salgou meu sofrimento com seu mistério" "um filho para cada dia da semana, ou para cada fase da Lua, ou para cada cor do arco-íris, ou para cada nota musical TRECHOS : “Ele jamais acreditou que, em terra de cego, quem tem um olho é rei.”, “Tudo no mundo é, em parte, uma verdade e, por outra parte, uma mentira.”, “Meu avô imaginava sempre, eu acreditava. Vencia as horas lerdas deixando o mundo invadi-lo por inteiro. Ele hospedava essa visita sem espanto. Saboreava o mundo com antiga fome.”,,

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