A ATIVIDADE COMPLEMENTAR: CULTURAL 10
Por: Kah Silvano • 5/6/2022 • Trabalho acadêmico • 1.082 Palavras (5 Páginas) • 118 Visualizações
UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
Bacharelado em contabilidade
CAROLINE SILVANO DOS SANTOS
ATIVIDADE COMPLEMENTAR: CULTURAL 10
MARGIN CALL
GUARUJÁ
2022
INTRODUÇÃO
Margin Call: O dia antes do Fim (2011), de J.C. Chandor, é um filme que explora uma madrugada de Nova Iorque, se passando praticamente todo dentro de uma grande instituição financeira, com poucas cenas no lado externo.
O plot do filme gira em torno de diversas figuras relevantes da organização, tendo que lidar com uma descoberta preocupante. Após um dia de demissões em massa, Eric Dale (gerente de risco sênior) – que está incluso dentre os demitidos – tenta alertar que tem um trabalho não finalizado, mas não tem a oportunidade de expor isso para a firma. Ele então entrega ao jovem Peter Sullivan um pendrive com suas descobertas não finalizadas. Apesar dos empregados remanescentes comemorarem por serem “sobreviventes”, esse clima é abatido após o fim do turno, em que Peter fica até mais tarde verificando o trabalho deixado por Eric e o completa, descobrindo que a empresa e o mercado estão à beira do colapso.
Desse ponto em diante, o filme vira um dominó de convocações – Sullivan chama seu amigo Seth (analista junior) e Will (seu supervisor) para constatarem o dano que ele descobriu; Will por sua vez chama Sam (chefe do departamento de gestão de riscos) para verificar e este, por sua vez, pede a análise de Jared (diretor da divisão) e da chefe de gestão de risco Sarah Robertson. Quando nenhum deles consegue vislumbrar qualquer esperança, o CEO John Tud e o conselho da empresa são convocados para uma reunião de emergência – tudo na mesma madrugada.
Entre a caçada para encontrar Eric Dale e a explicação do jovem Peter Sullivan para os grandes chefões da organização, o filme não explora praticamente nada de pessoal dos personagens de forma objetiva, apenas pequenos traços são levantados – Sarah dedicou mais tempo a empresa do que a maternidade, Sam teve o casamento destruído e não conseguiu enterrar sua querida cachorra antes de resolver todos esses problemas, Seth só pensa em dinheiro, Sullivan é um engenheiro de formação que trabalha com números com facilidade e John Tud é um capitalista inescrupuloso.
Talvez para garantir o foco do roteiro, o filme não explora descrições maiores sobre nada, apenas as intensas reações ao problema.
ENTRE A ÉTICA E O SUCESSO
Já nota-se que o filme tem paralelos reais com crises ocorridas entre 2008 e 2009, explorando a forma que aquela empresa se encontra diante da explosão de sua própria bolha e o do mercado em si.
O debate ético toma forma em torno de Sullivan e Sam, que demonstram uma certa preocupação com as pessoas externas à empresa, sabendo que o que eles descobriram aquela noite, em breve, será algo negativo para o mercado em geral. Sam também se preocupa com seus colaboradores, atuando como um líder que se vê diante de pessoas as quais sabe que irá perder até o fim do dia.
Já do lado de Seth, o jovem parece se preocupar mais com o próprio emprego e passa boa parte do filme embriago sem parecer tomar parte do problema. Sarah representa uma profissional com longa carreira, produtividade e dedicação que é sacrificada quando a corta aperta, levantando a questão de até onde a carreira deve ser o foco de uma pessoa e se existe reciprocidade por parte da empresa. Jared é descrito como um “garoto de 15 anos mimado” e a maior parte de suas falas parecem só visar o lado da empresa. Por fim, John Tud é, como o espectador, o leigo que quer entender o que se passa – ele não entende a linguagem técnica das explicações de Sullivan sobre a análise de risco, mas entende de capital, além de ser o grande centro da antiética do filme.
Ciente da perda irreparável, ele decide vender seus ativos sem valor para os clientes, traindo suas confianças e manchando posteriormente a imagem da empresa de forma igualmente irreparável (como alerta Sam insistentemente) – mas John não tem interesse em proteger a imagem. O que importa é a liquidação da empresa para salvar seu capital. Inclusive, o filme revela que o problema não era bem uma surpresa.
Como futuros administradores, creio que os alunos possam destacar a relevância do trabalho de Sullivan e Eric Dale. A análise profunda iniciada por Dale e a habilidade com números, de forma geral, que ambos possuem, demonstraram a importância para se conhecer a empresa. Note que, através dos números, até mesmo John Tud, que não entendia nada do negócio (“fale como se fosse explicar para uma criança”, pede o CEO na reunião) consegue entender o problema e pensar em uma decisão.
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