A Tecnosampa

Passo 1: 

As empresas envolvidas: A Tecnosampa é uma empresa brasileira de médio porte com aproximadamente 15 anos de existência e 100 funcionários, oferecendo ao mercado serviços de desenvolvimento de sistemas de informação. Os destaques da Tecnosampa no mercado são: inovações e compromisso de entrega.

A Steinadler, por sua vez, é umas grandes indústrias químicas multinacional, com sede na Alemanha, com 45 anos de existência e filiais espalhadas em todos os continentes, sua especialização é no ramo de tintas e solventes (domésticos e industriais). No Brasil, a Steinadler possui uma filial importante.

A Parceria: Desde a inauguração da filial brasileira da Steinadler seus executivos notaram a necessidade de tropicalização dos sistemas de informação da matriz os executivos brasileiros acreditavam fortemente que o cenário brasileiro possuía particularidades específicas em diversos aspectos do modelo de negócio. Então concordou em iniciar uma parceria local, com uma empresa de software brasileira, com a condição de manter a disciplina descrita nas normas e regras da matriz, foi aí que começou a parceria entre Tecnosampa e Steinadler.

A empresa Tecnosampa fez um contrato de cinco novos projetos de desenvolvimento de sistemas de informação com a empresa alemã Steinadler. Nesse cenário estava Silvio Becker, gerente de projetos da Tecnosampa, ele era responsável pela execução dos projetos da Steinadler,  o presidente da Tecnosampa   Sr. Nogueira, dois vice-presidentes o técnico Ferreira  responsável pela área de operações da empresa e o comercial Sr.Perreira responsável pela conquista de novos clientes e também pela preservação dos clientes

atuais.

Entretanto, na prestação de serviços para esse cliente, Sílvio não estava confortável, pois se sentia obrigado a executar atividades que acreditava estar eticamente incorretas.

A área de TI da Steinadler brasileira era fortemente subordinada à área de TI da matriz alemã. Silvio identificou diversas dificuldades em se alinhar com a forma de condução de Oliveira, dentre as principais, duas se destacam: (1) A gestão de requisitos foi o maior desafio do projeto. Silvio constatou que Oliveira não se preocupava em apresentar claramente os requisitos (2) Os dados e ambientes adequados para o desenvolvimento do projeto foram disponibilizados muito tardiamente, ocasionando um volume considerável de retrabalho.

Todos os projetos precisavam estar minuciosamente especificados para que a verba de execução fosse liberada. O conflito interno que incomodava Silvio era ser obrigado a forjar evidências e artefatos irreais que registrariam o andamento de determinados projetos de software, entretanto projetos diferentes eram executados.

As dificuldades de gestão desse projeto eram constantemente compartilhadas por Silvio com a vice-presidência da Tecnosampa: Ferreira (Técnico e superior direto de Silvio) e Pereira. Infelizmente, as dificuldades do primeiro projeto se repetiam. Silvio atribuía à repetição das falhas ao fato de ambos os projetos estarem sob a gestão de Oliveira, a diretoria da Tecnosampa, animada com o aumento do faturamento, instruía Silvio a ser permissivo com as falhas operacionais do gestor.

No terceiro ano da parceria, novamente para a área de vendas da Steinadler, além dos problemas originais da relação Silvio/Oliveira, surgiu uma nova situação: dois projetos anteriormente criados nessa parceria continham furos de especificação (ocasionados por falhas do Oliveira) que se evidenciaram com o uso diário, os quais demandavam melhorias. Silvio propôs, então, criar uma planilha de requisitos fora de escopo, para registrar esforço para itens novos não previstos em contrato. Esses registros de execução, passaram a não refletir mais fielmente a realidade da execução, por decorrência da necessidade de “esconder” o esforço necessário para executar os ajustes de sistemas passados. Silvio estava muito descontente com essa situação, por ser a pessoa responsável por criar os registros falsos.