Contabilidade e Responsabilidade Social - Copagaz

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE

ANÁLISE DO RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE E DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DA COPAGAZ

RIBEIRÃO PRETO

2014

ANÁLISE DO RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE E DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DA COPAGAZ

Trabalho em grupo apresentado como requisito parcial para a aprovação na disciplina Contabilidade e Responsabilidade Social, no Departamento de Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, da Universidade de São Paulo.

RIBEIRÃO PRETO

2014

Introdução

        Em um contexto marcado pela permanente e progressiva degradação do meio ambiente e do todo o ecossistema, pesquisadores e ambientalistas chamaram a atenção para a articulação de uma discussão ambiental. Tal necessidade deriva-se de uma percepção sobre o incipiente processo de reflexão acerca das práticas existentes e das múltiplas possibilidades apresentadas. Tornou-se imprescindível pensar em uma realidade na qual haja um novo meio de racionalidade e um espaço onde se articulam natureza, técnica e cultura.

        Refletir sobre a complexidade ambiental dá oportunidades de compreender novos atores sociais que se mobilizam pela apropriação da natureza, questionando valores e premissas que norteiam a sociedade, o que implica em mudanças no pensamento e uma transformação no conhecimento.

        Os termos desenvolvimento sustentável/sustentabilidade podem ser entendidos como uma forma equilibrada de usufruir dos recursos ambientais. A palavra sustentabilidade deriva do de termo sustentável que tem a origem latina sustentare, e significa sustentar, apoiar, conservar. É, atualmente, associada a um conceito de cuidar de todo o sistema a longo prazo para que as gerações futuras possam usar, por meio de ações como: não poluir a água, fazer o reflorestamento, separar o lixo, entre outras. Em suma, a sustentabilidade é uma forma alternativa de se alinhar os interesses econômicos de toda a sociedade, levando em consideração, também, os valores ambientais

        Se por um lado as atitudes ambientalmente responsáveis trazem às empresas não só uma maior perpetuação dos recursos e fortalecimento de sua imagem perante à sociedade, por outro lado pressionam por uma maior transparência nos negócios e pela adoção de uma postura mais responsável em suas ações com os stakeholders que com ela se relacionem. Assim, a chamada Tríade da Sustentabilidade, demonstra que os três elementos (ambiente, sociedade, economia) se correlacionam e não podem ser analisados de forma isolada. Ao distribuir riqueza e criar empregos as empresas cumprem seu papel social. Se esses empregos estiverem em conformidade legal e preservarem o ambiente em que se localize, a responsabilidade social da empresa marcará presença e a sustentabilidade estará em foco. A inseparável tríade, portanto, é o equilíbrio entre as questões sociais, ambientes e econômicas e configura-se como uma alternativa que vem alterar a paisagem das sociedades empresariais.

        Aliada à necessidade de divulgação dos negócios das empresas, a DVA (Demonstração do Valor Adicionado) tornou-se obrigatória para todas as companhias abertas, por meio da Lei nº 11.638/2007, sancionada pelo até então presidente, Luiz Inácio da Lula da Silva. O Valor Adicionado é o quanto de valor uma empresa agrega aos insumos que adquire em um determinado período. A DVA evidencia os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa e sua respectiva distribuição e é obtida a partir da diferença entre o valor da produção e dos bens e serviços produzidos por terceiros que foram utilizados no processo de produção. Sua importância se dá como índice de avaliação do desempenho na geração de riqueza, pois mede a eficiência na utilização dos fatores relacionados à produção e também como índice de avaliação do desempenho da esfera social, uma vez que demonstra, na distribuição da riqueza, a participação dos empregados, do Governo, dos agentes financiadores e dos acionistas.

        Além da DVA, como ferramenta de identificação das ações sociais das empresas, tem-se o Balanço Social que está diretamente relacionado com a responsabilidade social e caracteriza-se como a demonstração acerca dos impactos ambientais, sociais e econômicos da empresa. Há diversas formas de elaborá-lo, porém as mais utilizadas no Brasil são o IBASE e o GRI.

        Em meio a esse contexto ambiental, foi realizada uma análise do relatório de sustentabilidade e das demonstrações contábeis da Copagaz, de modo a identificar quais as ações sustentáveis realizadas pela empresa e quais os benefícios gerados por ela. Assim, o objetivo deste trabalho é investigar as ações de sustentabilidade e respectivos potenciais benéficos da empresa de Copagaz.

1. Fundamentação Teórica

        1.1 Responsabilidade Social

        De acordo com António apud Buffara (2003), o momento atual aponta um novo contexto socioeconômico-ambiental e uma nova responsabilidade a ser assumida. Assim, o papel social das organizações vem sendo redesenhando de forma mais ampla e abrangente, caracterizando-se como agentes de transformação e de influência na sociedade como um todo.

Portanto, pode-se definir a responsabilidade social como o compromisso que a empresa assume perante toda a sociedade por meio de atos os quais têm a premissa de beneficiar comunidades, meio ambente, clientes.

        É extremamente importante para a própria sobrevivência da empresa em um mercado altamente globalizado, informado e competitivo. É inegável que os consumidores levam em consideração as atitudes da empresa ao optar entre várias opções, portanto, a organização que deixa de lado as práticas sustentáveis, perde muito mais do que imagina.

        

        1.2 Sustentabilidade

        O conceito de sustentabilidade foi oficialmente apresentado na CMMAD (Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente E Desenvolvimento, 1988), e tinha como propósito conduzir a humanidade frente aos principais problemas ambientais do planeta e ao progresso, sem comprometer os recursos para as futuras gerações.