Decomposição dos impactos direto, indireto e induzido
Por: Nonato Borges • 10/4/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 837 Palavras (4 Páginas) • 1.475 Visualizações
Decomposição dos impactos direto, indireto e induzido
A construção de multiplicadores contribui para enriquecer o processo decisório dos policy maker no momento de definir as políticas públicas de desenvolvimento regional.
Por exemplo, se o objetivo de uma política de incentivo ás as atividades é maximizar a agregação
de valor, o uso de multiplicadores de impacto ajuda a identificar as atividades com maiores potencialidades de alcançar tal objetivo.
Em síntese, um multiplicador mostra o impacto global de variações na demanda final da atividade j sobre uma variável econômica de interesse.
Esse efeito global pode ser decomposto em impactos direto, indireto e efeito-induzido. Conforme Feijó et aí. (2001):
a) multiplicador direto - mede o impacto de variações na demanda final do j-ésima atividade, considerando somente as atividades que fornecem insumos diretos a essa atividade;
b) multiplicador indireto - mede o impacto de variações na demanda final do j-ésima atividade, considerando somente as atividades que fornecem insumos indiretos a essa atividade;
c) multiplicador efeito-induzido - mede o impacto de variações na demanda final do j-ésima atividade, considerando a variação adicional da demanda provocada pelo incremento no nível de rendimentos da economia quando uma atividade é estimulada.
Serão construídos multiplicadores para três variáveis
macroeconômicas: valor adicionado, emprego e rendimento (remuneração do pessoal ocupado).
Essas variáveis possuem alto grau de importância para se estabelecer uma tipologia das atividades mais relevantes em termos de "merecimento" de uma política de incentivo.
Apesar disso, esta sistematização da técnica de cálculo de multiplicadores, é passível de replicação em outras variáveis.
Tomando-se, como exemplo a variável emprego, o multiplicador direto é aquele que mostra o requerimento de emprego por unidade de produto de cada atividade, ou seja:
[pic 1]
(1)
Em que Ej e Xj são, respectivamente, o nível de emprego e de produção na atividade.
Os multiplicadores, direto e indireto do emprego mostram o impacto de um aumento na demanda final da atividade j sobre o emprego total, dado o encadeamento das atividades do modelo aberto de Leontief. Nesse caso:
[pic 2] (2)
Em que:
eDIR = vetor dos multiplicadores direto, indireto e induzido do emprego (ou efeito total).
Assim, de posse do vetor do multiplicador direto (eD) obtido a partir de (1), os multiplicadores indireto (e') e efeito-induzido ( e R ) são deduzidos pelas expressões:
[pic 3] (3)
[pic 4] (4)
Outros multiplicadores podem ser calculados de forma análoga.
Exemplo: para a Renda.
O multiplicador de renda apresenta, para a atividade j, o volume de renda do salário, resultante do aumento de uma unidade monetária na demanda final. Por meio dos dados da TRU, é possível obter o valor da renda dos salários por atividade econômica. O
multiplicador de renda direto é dado por:
crj = sj / xj
Em que:
crj = multiplicador de renda direto;
sj = valor dos salários da atividade j;
xj = valor bruto da produção da atividade j.
Com a fórmula acima obtêm-se os coeficientes técnicos de renda direta. Para obter os coeficientes técnicos de renda direta e indireta, aplica-se a seguinte fórmula:
CW = CR (I − A)−1 . Y
Em que:
CW = multiplicador de renda direto e indireto;
CR = multiplicador de renda direto;
I = matriz identidade;
A = matriz dos coeficientes técnicos diretos;
Y = demanda final.
Encadeamento produtivo e atividades-chave
A abordagem tradicionalmente utilizada para identificar, de forma sintética, o encadeamento entre os atividades envolve o cálculo de índices de ligações para frente (forward) e para trás (backward). Simplificando, o índice de ligação para frente mostra quanto determinado atividade é demandado por todas as atividades, enquanto o índice de ligação para trás mostra quanto uma determinada atividade demanda das demais atividades.
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