Geografia
Por: camilagonmarinho • 6/6/2015 • Ensaio • 1.371 Palavras (6 Páginas) • 432 Visualizações
Lesão osteocondral do talus através da técnica de mosaicoplastia
Revisão de casos
Carlos Renato de Moura – Chefe do Servico de Pe da Santa Casa RJ
Alexandre Toscano – Membro da Sociedade de Pe
Claudio Spezani – R4 da Santa Casa do RJ.
I - RESUMO
Clinicamente, os pacientes com lesões osteocondrais do talo referem dores inespecíficas de baixa intensidade envolvendo a articulação do tornozelo. Ainda relatam edema, estalidos, bloqueios e sensação de falseio no tornozelo afetado. Uma história prévia de traumatismo envolvendo a articulação do tornozelo é comum na maioria dos casos.
O presente estudo mostra o acompanhamento de onze casos, tratados pela tecnica de mosaicoplastia, por esse serviço, entre os anos de 2007 e 2014.
II – ABSTRACT
Clinically patients whith osteochondral lesions o the Talus refer unspecific pain of low intensity involving the ankle joint. Also report swelling, cracking, blockages and feeling misstep in the affected ankle. A history of trauma involving the ankle joint is common in most cases.
This study shows the monitoring of the eleven cases treated by the mosaicoplasty for this service, between the years 2007 and 2014.
III - OBJETIVO
Estudo retrospectivo de 11 casos tratados pela técnica de mosaicoplastia, sendo dois em 2007, 1 em 2009, 3 em 2012, 4 em 2013 e um em maio de 2014. Todos com lesão osteocondral do Tálus.
IV - INTRODUÇÃO
A lesão da cúpula do Tálus constitui um problema de saúde, resultante de um trauma no tornozelo, que leva ao afastamento do trabalho e incapacidade funcional por longos períodos. Cabe ao especialista em Pé e Tornozelo tratar a dor e restaurar a função, a fim de obter um rápido retorno às atividades laborativas.
Frequentemente as lesões ostecondrais do Tálus são conseqüentes de traumas diretos ou indiretos, levando a incapacidade e limitação funcional do tornozelo.
Os métodos de tratamento existentes na literatura, constituem-se de:
Conservador, através de repouso articular com imobilização, fisioterapia e uso de AINEs;
Cirúrgicos: a) por micro-perfurações (aberta ou artroscópica)
b) mosaicoplatia através da curetagem da área de lesão, seguido de enxerto, que poderá ser autólogo, retirado do joelho homolateral em área de ausência de carga; o heterólogo.
Nosso estudo se baseia na técnica de Mosaicoplastia Autóloga, com fragmento do côndilo femoral homolateral em área não submetida a carga.
As lesões da cúpula do tálus, por traumas diretos ou indiretos, são geralmente causadas por entorse. A lesão enfraquece com o desenvolver das atividades e pode acabar por se soltar, ocorrendo a liberação de corpos livres de cartilagem ou osso danificado no interior da articulação.
As lesões da face medial do Domus Talar ocorrem após uma inversão forçada com flexão plantar e rotação externa da tíbia. São lesões mais profundas e em forma de cálice.
As lesões da face lateral do Domus Talar ocorrem, frequentemente, por inversão forçada com flexão dorsal do tornozelo. São lesões mais raras e em forma de hóstia.
V – CLASSIFICAÇÃO
A lesão osteocondral do tálus pode ser classificada em quatro estágios, segundo Berndt e Harty, atraves de achados da Ressonância Magnética.
Estagio I: compressão trabecular sub-condral;
Estágio IIa: cisto sub-condral;
Estágio IIb: separação incompleta do fragmento;
Estágio III: presença de líquido em torno do fragmento ainda não destacado;
Estágio IV: fragmento deslocado.
VI - MÉTODOS
Foi realizado um estudo retrospectivo de 11 pacientes com lesão osteocondral do Tálus através da técnica de mosaicoplastia autógena. Sendo 8 do sexo masculino e três do sexo feminino. A idade dos pacientes foi de 35 a 68 anos, com média de 51,5 anos. O local da lesão da cúpula talar sendo 10 na região póstero-medial e 1 na região póstero-lateral, correspondendo a 90,9 medial e 9,1 lateral, respectivamente.
A técnica consistiu da abertura medial, com osteotomia longa, em V, do maléolo medial e fixação desta, após o trabalho, com parafusos de compressão. No único caso da região póstero-lateral, foi feita osteotomia da fíbula e retirada de enxerto em área do joelho sem carga, com fixação do maléolo lateral com placa e parafusos.
Todos os pacientes foram submetidos ao sistema de avaliação da American Orthopaedic Foot & Ankle Society (AOFAS) no pré-operatório e três, seis meses e anual no pós-operatório.
VI - RESULTADOS
Em todos foi apresentado melhora do escore AOFAS, sendo 4 pacientes de 45 pra 92 pontos; 3 pacientes de 51 para 98 pontos; 3 pacientes de 56 para 85 pontos, um, com quatro meses de evolução, até a confecção deste estudo, apresentando melhora significativa, de 49 para 70 pontos, com média total de elevação do escore em torno de 36 pontos.
[pic 1]
Descritivos: Osteocondral; Tálus/lesões; Tálus/cirurgia; mosaicoplastia; Tornozelo
VII - Sinais e sintomas/ Diagnóstico
Os sinais e sintomas de uma lesão da cúpula talar podem incluir:
- Dor crônica profunda no tornozelo, geralmente piora quando o peso do corpo está sobre o pé (especialmente durante a prática desportiva) e diminui quando está em descanso.
- Uma sensação ocasional de "clique" ou "prender" no tornozelo ao andar
- Episódios de inchaço do tornozelo quando em carga, que desaparecem em repouso.
Uma lesão cúpula do tálus pode ser de difícil diagnóstico, pois o local preciso da dor nem sempre é fácil de identificar. São efetuadas radiografias e a ressonância magnética, de modo a avaliar melhor o local e a extensão da lesão. A ressonância magnética constitui o exame padrão-ouro para o diagnóstico e classficaçao.
O tratamento conservador foi utilizado por uma média de seis meses, sem resultados.
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