Gestão de Custo

CESED – CENTRO DE ENSINO SUPERIOR E DESENVOLVIMENTO

FACISA – FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Rangel Santos Lopes

FORMAÇÃO DE PREÇO NAS ORGANIZAÇÕES DE SERVIÇOS CONTÁBEIS: um estudo de caso numa organização contábil sobre a utilização da tabela de referência do Sindicato dos Contabilistas da Paraíba

Campina Grande-PB

Setembro/2016

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a concorrência cresce em ritmo acelerado, exigindo que as organizações estejam cada vez mais preparada para manter-se no mercado, utilizando as ferramentas operacionais no processo produtivo e ainda mão de obra qualificada para a execução de suas atividades.

As empresas de serviços contábeis, devido ao aumento das obrigações empresariais e a adoção de novas tecnologias, deparam-se ainda com o problema de formulação de seus próprios honorários. Segundo Thomé (2001), avalia que se torna impossível fixar o preço correto para o serviço contábil a ser cobrado, isso devido à complexidade e distinção de cada cliente, surgindo deste modo cobrança de honorários diferentes.

Diante disso, as empresas precisam encontrar parâmetros adequados para formular os referidos honorários, o que normalmente varia, considerando o tamanho de cada cliente, a região de atuação, e a qualidade nos serviços solicitada por cada cliente. Devido a esses problemas em relação a formulação dos preço, o problema no estudo fica configurado no fato de não existir uma metodologia de cobrança de serviços honorários seguido por toda a categoria dos contabilistas, o estudo buscou a seguinte resposta: Existe lucratividade de um escritório de contabilidade na cidade de Campina Grande, utilizando a Planilha de Referencial de Serviços Contábeis da Paraíba?

Dessa forma, o objetivo geral deste estudo é avaliar o uso da Planilha de Referencial de Serviços Contábeis utilizado pelo escritório, para formação do preço cobrado por seus honorários, na cidade de Campina Grande – PB. Com isso, buscou-se analisar a metodologia e os critérios que são utilizados para a criação de preços de honorários cobrado pelo escritório de contabilidade que não utiliza a planilha na criação de seus preços, de maneira a comparar se o não uso da planilha sugerida pelo SINDICONTABEIS-PB é possível obter lucro.

Já os objetivos específicos foi traçado de maneira a apresentar o conceito e contexto de empresas de serviços contábeis; entender o que é qualidade nos serviços na perspectiva dos serviços contábeis, bem como a satisfação na prestação de serviços contábeis; formulação do preço de serviços e ainda avaliar o uso da planilha de referencial de forma a identificar se há lucratividade em sua utilização por parte do escritório avaliado.

O presente estudo mostra a viabilidade de se aprofundar no assunto em questão, pois a escassez de trabalhos que trata do uso da planilha de referencial no serviços contábeis, mostra a dificuldade na definição dos valores a serem cobrados e ainda causa problemas com a concorrência do mercado que utilizam preços irrisórios. Em vista disso, o estudo mostra sua extrema relevância, porque nos mostra uma forma de proceder a formação do preço dos honorários contábeis, de maneira que seja saudável tanto para o escritório de contabilidade, como para os clientes.

Este estudo foi desenvolvido no escritório de contabilidade localizado na cidade de Campina Grande, o qual não utiliza o uso da planilha de referencial do Serviços Contábeis como parâmetro para formulação de seus honorários. Objetivando avaliar a influência da planilha na lucratividade ou não da empresa, a metodologia utilizada mostra-se como parâmetro para viabilizar o uso da Planilha de Referencial dos Serviços Contábeis, desta forma foi realizada uma análise comparativa dos valores cobrados pelo escritório e o que estabelece a planilha de referencial. Os valores cobrados pelo escritório, foi obtido a partir do estudo de caso, e de uma entrevista não estruturada com o contador, além de serem analisados leitura do tema abordado.

O presente artigo está divido em 5 seções, primeiramente com a introdução; na seção 2 temos a apresentação do conceito e contexto de empresas de serviços contábeis. Em seguida é apresentado os conceitos de qualidade e satisfação na prestação de serviços; e informações de custos na formação de preços dos serviços contábeis, complementando com os métodos de custeio. A seção 3 apresenta a metodologia da pesquisa; a apresentação e análises dos dados na seção 4. E por fim, as considerações da pesquisa e as referências utilizadas.

2   FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo é apresentado o conceito e contexto de empresas de serviços contábeis, os conceitos de qualidade nos serviços e satisfação na prestação de serviços. Em seguida são abordadas as informações de custos na formação de preços dos serviços contábeis, abrangendo os métodos de custeio. E por fim, é apresentado a planilha de referencial de serviços contábeis.

2.1 CONCEITO E CONTEXTO DE EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS

        Com o aumento da concorrência é cada vez mais comum, no mercado empresarial, as pessoas procurarem se legalizar.

        O site empresômetro MPE (2016) informa que no Brasil existem 17.409.114 empresas ativas, sendo 29% do regime normal, 31% do Simples Nacional e 40% do SIMEI (Microempreendedor Individual). Na Paraíba, o mesmo site divulga que são 196.132 empresas ativas no Estado, sendo 24% do Simples Nacional.

        No ramo contábil, são muitas as empresas prestadoras de serviço. Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2016), o Brasil conta com 55.547 escritórios de contabilidade.

        O estado da Paraíba possui cerca de 700 empresas contábeis. O CFC aponta que o Estado possui atualmente 4.434 contadores e 2.017 técnicos em contabilidade.

        De acordo com Eckert (2005, p.21) “as empresas de serviços contábeis são organizações que prestam serviços de natureza contábil para pessoas físicas e jurídicas, das mais diversas atividades econômicas. Elas centralizam, registram e interpretam as informações e ocorrências que acontecem com seus clientes”.

        As empresas contábeis podem ser:

1. escritórios contábeis: é a sociedade de mais de dois contadores ou técnicos, visando estabelecer uma parceria por cotas de responsabilidade limitada ou nome coletivo;
2. empresas individuais: são aquelas em que o contador ou técnico contabilista exerce a profissão de maneira autônoma.

O autor Thomé (2001, p.60) afirma que “a finalidade das empresas contábeis é prestar serviços ligados à área de auditoria, consultoria, e estão organizadas da seguinte maneira: departamento contábil, fiscal, pessoal e legalização das empresas”.