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Minhas Conclusões e Comparações Sobre os Pensamentos de Rubem Alves e a Aprendizagem

Por:   •  2/12/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.308 Palavras (10 Páginas)  •  229 Visualizações

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Aluno: Rian Jeison Morais dos Santos Matrícula: 202010161

      Aprendizagem em sua teoria é um processo de mudança de comportamentos que são adquiridos através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Ou seja, aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. De acordo com a nova ênfase educacional, centrada na aprendizagem, o professor é coautor do processo de aprendizagem dos alunos. Nesse enfoque centrado na aprendizagem, o conhecimento é construído e reconstruído de maneira contínua.

      Rubem Alves defendeu em sua tese que a memória não carrega conhecimentos que não fazem sentido e não podem ser usados. E ele chegou a comparar a mesma com um escorredor de macarrão onde tem a função de deixar passar o inútil que se foi aprendido temporariamente e guardar o útil e prazeroso. Isto é, se determinado conhecimento adquirido por nós foi esquecido, não fazia sentido para nossa memória e foi apagado, como a água que escorre e vai parar na pia e logo em seguida no esgoto. E com base nisso, o autor apontou a ineficácia dos vestibulares e outros exames oficiais para medir o aprendizado dos alunos, quando o aprendizado pode ter sido de fato genuíno ou totalmente superficial e que será esquecido em alguns meses.

      Diferente de Rubem Alves, a autora Nicolli Yamada defendeu a tese da importância dos vestibulares e a experiencia que os mesmos podem transmitir aos alunos que estão saindo do ensino médio e entrando na fase adulta. A autora afirma que nas carreiras onde a competição têm maior valor é necessário um maior preparo, o que em algumas escolas públicas estaduais e municipais de ensino fundamental e ensino médio acabam sendo inferiores ao de escolas particulares, o que mostra uma falta de infraestrutura nessas escolas, podendo se relacionar com a falta de investimento do governo. Além disso, os vestibulares também mostram a concorrência no mercado de trabalho para os adolescentes que começarão seus primeiros passos como adultos, assim dando-lhes uma pequena amostra de como é a vida na fase adulta e os preparando para a concorrência que haverá após sua formação na faculdade.

      Já o pesquisador Simon Schwartzman concordou com Rubem Alves quando afirmou em sua tese que os vestibulares são problemáticos e ineficazes e apontou que a solução para esse impasse seria especializar a prova e dar a chance ao aluno de colocar em prática aquilo que lhe interessa, e não o contrário; afirmando que o problema dos vestibulares é obrigar todos os alunos a fazerem a mesma coisa, visto que são todos diferentes, com interesses diferentes e que aprendem coisas distintas uns dos outros, isto é, um aluno interessado em cursar medicina vai ter muito mais interesse em Biologia do que um aluno interessado em ser professor de história. Além disso, Schwartzman também apontou alguns dados que comprovam a ineficiência educacional do país. Dos alunos entre 15 e 17 anos, 33% estão atrasados, 15% abandonaram a escola e 35% estão acima da idade adequada para o ano que cursam.

      De acordo com a bíblia e a religião cristã, é desejo de Deus que o ser humano se destaque em sua educação. Isso significa que ele deseja que você tenha sua educação de maneira piedosa. É por isso que na bíblia existem versos que falam sobre aprendizado e educação. Por exemplo, "A mente do prudente adquire conhecimento, e o ouvido do sábio busca conhecimento." Provérbios 18:15. Entrado em total concordância com as afirmações de Rubem Alves, a Bíblia afirma que é importante adquirir conhecimento que o ser humano deve trabalhar muito para de tornar sábio e provido dos conhecimentos científicos e acima de tudo espirituais. Outro versículo do livro sagrado que entra em concordância com o texto sobre moluscos e homens, é “Dê instruções a um homem sábio e ele ainda será mais sábio, ensine um homem justo e ele aumentará seu aprendizado.” Pois, ao meu ver, essa afirmação bíblica condiz exatamente com o papel do professor que foi pregado pelo escritor não só nesse texto, mas também em diversos outros momentos de sua vida, em que Rubem transmitiu a ideia que o papel do professor deve ser ensinar através da instigação da curiosidade de um aluno que por si só já é sábio mas que possui conhecimentos limitados e para o mesmo se tornar mais sábio, ele precisa ter a curiosidade de aprender sobre assuntos que ele não conhece ou até mesmo não possuía interesse prévio.

      Os objetivos da aprendizagem atualmente são classificados em: domínio cognitivo que são ligados a conhecimentos, informações ou capacidades intelectuais; domínio afetivo ligados a sentimentos, emoções, gostos ou atitudes; domínio psicomotor que ressaltam o uso e a coordenação dos músculos. Sob esse prisma, no domínio cognitivo temos como exemplos as habilidades de memorização, compreensão, aplicação, análise, síntese e a avaliação; no domínio afetivo temos habilidades de receptividade, resposta, valorização, organização e caracterização e no domínio psicomotor apresentamos habilidades relacionadas a movimentos básicos fundamentais, movimentos reflexos, habilidades perceptivas e físicas e a comunicação não discursiva.

      Um dos assuntos favoritos de Rubem Alves é o modelo de ensino tradicional no Brasil, ele defende que devemos seguir os ensinamentos de Piaget, e que a educação brasileira atual deve passar por muitas mudanças. O mesmo afirma que na educação a coisa mais deletéria na relação do professor com o aluno é dar a resposta. Rubem prega a ideia de que o papel do professor deve ser provocar a curiosidade e a pesquisa. No sentido de acordar a inteligência, o escritor fala que os alunos, sejam crianças ou velhos, devem desenvolver os fascínios pelos caminhos desconhecidos. E por isso ele faz críticas constantes aos vestibulares, chegando a afirmar no texto “sobre moluscos e homens” que se os professores das universidades fizessem o vestibular, seriam reprovados, assim como os professores de cursinhos de preparação e especializados em uma área específica. Com base nisso, Rubem defende que um adolescente também não possui preparação para passar em uma prova que nem mesmo um adulto considerado preparado ou até mesmo mais inteligente ou mais provido de conhecimentos passaria. Para Alves, os professores têm que pensar menos nas tecnologias do ensino e começar a sonhar junto com os alunos. Além disso, ele fala que os educadores devem passar a ouvir mais os estudantes e assumir a função de jardineiros.

     Em discordância à Rubem, na avaliação de Mario Sergio Cortella, um dos principais nomes da área educacional no Brasil, educação é responsabilidade da família, cabendo aos professores exclusivamente o processo de instrução escolar. ele afirma, entretanto, que o conceito de educação tem sido confundido na atualidade, exigindo dos professores a formação também de pais e responsáveis. E prega que explicar as responsabilidades de cada um é papel do professor. Cortella acredita que a função da escola é, acima de tudo, a formação de natureza técnico-científica cidadã. É escolarizar, isto é, oferecer ferramentas que a cultura letrada carrega dos vários campos da atividade humana para uma cidadania de convivência. E com base nisso, o filósofo afirma que não é tarefa das escolas, assumir o conjunto de educação de jovens e crianças, confundindo escolarização com educação. Educação é a formação integral de uma pessoa, que compete à família; escolarização, um pedaço da educação, este sim pertinente à escola, o qual deve ser partilhado com instituições sociais, poder público, mídia e com a própria família.

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