O Mercado Financeiro
Por: Rodrigo Sousa • 5/3/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 1.834 Palavras (8 Páginas) • 186 Visualizações
INTRODUÇÃO
O sonho de operar no Mercado Financeiro não é uma criação lírica de nossas mentes, mas sim um ideal criado pelas inúmeras imagens que a mídia reproduz nos meios de comunicação. Crescemos e nos desenvolvemos para adquirir a” Mente de milionário” que os grandes investidores possuem, ou que pelo menos a mídia nos faz acreditar ter, já que do meio televiso até as produções da sétima arte, esses indivíduos da sociedade são retratados como o maior sucesso que o capitalismo pode reproduzir. Em 2020, a Bolsa de Valores brasileira conhecida como B3, teve um aumento de 50% de pessoas físicas investindo, fato que ocorreu em plena pandemia mundial, influenciado principalmente por dois fatores:
A baixa taxa Selic de juros, que ocasiona diretamente no rendimento da Poupança. E a maior problemática desse crescimento, a influência midiática, em que desde plataformas de investimentos digitais, até mesmo empresas de grande porte, venderam o ideal de investir na bolsa ou em determinadas ações através da Internet.
Esse boom de investidores iludidos são chamados agora de Traders, enganados por divulgações errôneas de uma realidade muito diferente da real, seja pelas próprias informações contábeis de empresas ou pela vida prometida por pessoas que investem, mas que na realidade, todo o ganho desse sistema de divulgação de informações falsas, é em saber o que você vai comprar ou vender para eles. Nesse espectro podemos delinear o caminho que essa pesquisa irá seguir, como e o quanto esse novo mundo de investimento digital vendido pela mídia influência os indivíduos da sociedade a investir no mercado, baseados por informações contábeis não fidedignas e muitas vezes manipuladas, e o prejuízo que elas podem causar a economia.
REFERENCIAL TEÓRICO
A globalização crescente desenvolveu a Internet em um sistema cada vez mais participativo da rotina dos indivíduos da sociedade atual, integrada quase totalmente a tecnologia. As redes sociais com o objetivo de facilitar a comunicação entre pessoas, sociedades e, até mesmo, entre empresas compuseram o atual cenário global de interligação .O avanço através de pesquisas e diversas metodologias possibilitou uma divulgação de informação quase instantânea, como demonstra a nova tecnologia 5G, que disponibiliza aos usuários destas informações maior rapidez na busca de informações sobre as empresas nas quais estejam aplicados seus investimentos ou em que desejam investir futuramente. Neste contexto, o objetivo principal deste trabalho é analisar o modo pelo qual as redes sociais (Facebook,Instagram e Twitter) afetam o nível de assimetria informacional e a manipulação do preço de ações e as decisões dos investidores, tanto dos brasileiros quanto como aos estrangeiros, durante o período do século XXI. Para atingir o objetivo proposto, usamos como base e ponto de partida a pesquisa feita por Arruda, M. P. de Girão, L. F. de A. P., & Lucena, W. G. L. (2015), que buscará avaliar os efeitos das redes sociais nas manipulações das ações da empresa através da volatilidade das ações. Os resultados da pesquisa posta em pratica com a avaliação de diversas empresas, demonstrou que as redes sociais causavam uma assimetria informacional no mercado, com destaque ao Facebook que afetava o mercado de ações brasileiros, avaliado através das sensibilidades que eram geradas em usuários ou não do site. Comprovando um dos pontos em relação a variação do mercado por contas das redes e a qualidade da informação contábil gerada.
A avaliação do efeito da assimetria informacional no mercado e a forma que é gerada na sociedade, foi exposta pelo economista George Akerlof (1970) que em sua pesquisa do mercado automobilístico dos Estados, revelou a venda de uma parcela de carros antigos mas exclusivos de décadas anteriores, dando valor ao carro apesar de sua degradação com o tempo. Sendo assim o fato é que os carros eram conservados ao máximo, mas os cliente do mercado só tinham a visão(informação) do carro para o avaliar, enquanto os vendedores detiam todo conhecimento acerca do histórico do carro e sua degradação. Em função dessa diferença entre o nível informacional, o cliente está disposto a pagar um preço mais baixo pelo veículo. Portanto, restam no mercado os produtos de baixa qualidade, sejam elas ações ou carros, o que promove a desconfiança dos possíveis minvestidores ou compradores do mercado. Dessa forma de acordo com a pesquisa de RAMOS SANTOS, Sabrina; PEREIRA BONFIM(2019), um mercado que coexiste com a assimetria informacional se habilita a ocorrer conflitos de interesse e aumento de riscos.
Nota-se que a divulgação de informação contábil confiável é um interesse geral do mercado desde seu início, dessa forma surge ao passar das décadas a demanda cada vez maior e consequentemente a criação de um órgão que regule e compactue a informação no mercado como um todo, surgindo dessa forma o CFC no mercado brasileiro, e sua contribuição a defesa da informação contábil no que dispõe a Resolução CFC N.º 785 que diz: “A informação contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e eqüitativa, de forma a satisfazer as necessidades comuns a um grande número de diferentes usuários, não podendo privilegiar deliberadamente a nenhum deles, considerado o fato de que os interesses destes nem sempre são coincidentes”.
Dessa forma ainda dispomos sobre mais uma variável que afeta as redes sociais e que ganha cada vez mais uma parcela da assimetria informacional no mercado, os traders ,que disponibilizam de ruído irracional com crenças e indicação de ações e informações errôneas nas redes afetando os preços e obtêm retornos esperados mais elevados. As indicações dos Traders aos indivíduos que acessam as redes sociais e a internet ,cria um risco no preço do ativo que impede os investidores de apostarem agressivamente contra eles ou até mesmo induzem uma população desinformado a investir em um ativo sem valor agregado ou de alto risco, induzindo o preço de uma ação de uma empresa escolhida de modo artificial de acordo com o estudo DE LONG, J. Bradford (1990),. Como resultado, os preços podem divergir significativamente dos valores originais, mesmo na ausência de risco. Além disso, assumir uma quantidade desproporcional de risco que eles próprios criam permite que os investidores ganhem mais dos que investem racionalmente e com menos risco. O modelo lança uma série de anomalias financeiras criando novamente uma bola de desinformação contábil e consequentemente uma crise gerada pela massa da população.
...