O Patrimônio Cultural Material
Por: Ana Felix • 23/3/2023 • Pesquisas Acadêmicas • 610 Palavras (3 Páginas) • 70 Visualizações
Patrimônio Cultural Material
Constitui todos os bens materiaisconsiderados tangíveis de um povo. Ou seja, museus e outras obras arquitetônicas, esculturas, pinturas, sítios arqueológicos, bibliotecas e outros que possuam valor histórico e cultural.
Estação da Luz
A Estação da Luz, localizada na cidade de São Paulo, chama a atenção pela sua arquitetura que lembra grandes obras inglesas. A semelhança não é coincidência, já que o arquiteto responsável pelo projeto foi um britânico. Além disso, todos os materiais usados na obra da Estação da Luz foram trazidos da Inglaterra. O que muita gente não sabe é que o famoso prédio que conhecemos hoje não foi a primeira Estação da Luz.
A Estação da Luz foi aberta ao público no dia 1º de março de 1901. Para contar sua história, precisamos voltar no ano de 1867, na inauguração da primeira ferrovia construída na cidade, a São Paulo Railway Company (SPR).
Financiada com capital inglês, a ferrovia com 159 km ligava o município de Santos ao de Jundiaí, tendo como ponto de passagem a cidade de São Paulo. Ela também cruzava os municípios de Cubatão, Santo André (Paranapiacaba), Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Mauá e São Caetano do Sul. Diante desse contexto, a cidade de São Paulo precisava de uma estação que fizesse uma conexão entre às fazendas de café paulistas e o Porto de Santos. É aí que surge o projeto da Estação da Luz.
Mas a primeira Estação da Luz não ficava situada no mesmo local que está hoje. De acordo com registro da época, ela ficava um pouco além da atual avenida Prestes Maia, em um terreno situado próximo ao endereço atual.
Alguns anos depois, mais precisamente em 1888, o prédio da Estação da Luz foi derrubado e outro maior foi feito em outro local, dessa vez entre as atuais ruas Florêncio de Abreu e avenida Cásper Líbero. O objetivo era atender à demanda cada vez maior de passageiros e mercadorias que embarcavam e desembarcavam na Estação da Luz.
Já em 1900, foi feita a terceira Estação da Luz, localizada no mesmo endereço até hoje. Não houve inauguração da nova unidade, pois o tráfego de pessoas foi sendo transferido aos poucos. Nesse período, todas as personalidades ilustres que iam à São Paulo eram obrigadas a desembarcar na Estação da Luz. Empresários, intelectuais, políticos e até mesmo reis eram recepcionados em seu saguão e se despediam lá.
A Estação da Luz também foi a porta de entrada para os imigrantes, que trouxeram o crescimento para a região do Bom Retiro. Mas a partir dos anos 40, o transporte ferroviário começou a perder força para outros meios de transporte que despontavam, como avião, ônibus e carro. Diante desse contexto, o bairro da Luz e a estação começaram a se degradar, perdendo seu status.
Em 1947, a Estação da Luz foi nacionalizada com o nome de Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (EFSJ). Mesmo com a degradação, em 1982 a Estação da Luz foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat), comprovando sua importância para a arquitetura da cidade.
Nas décadas de 1990 e 2000, a Estação da Luz passou por uma série de reformas. Uma delas foi projetada por Paulo Mendes da Rocha e seu filho Pedro Mendes da Rocha. O objetivo principal foi adaptá-la para receber o Museu da Língua Portuguesa. Paulo Mendes da Rocha também é o responsável pela reforma da Pinacoteca de São Paulo, localizada em frente à Estação da Luz.
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