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OS PRECURSORES DA SOCIOLOGIA

Por:   •  19/8/2018  •  Projeto de pesquisa  •  1.831 Palavras (8 Páginas)  •  419 Visualizações

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Resumo (anotações livres) do professor Wallace Sá aos alunos do colégio Termomecânica/SBC-SP

OS PRECURSORES DA SOCIOLOGIA (Filósofos Sociais)

  • Antes da sociologia propriamente dita, existiam debates sobre a vida social, feitos pelos chamados “filósofos sociais”: J.J. Rousseau, Saint-Simon, Proudon, Spencer, Comte etc.
  • Interessante  Rousseau teve cinco filhos e todos entregues a orfanatos, pois não tinha como sustentá-los. Essa culpa se expressa em sua obra. Também, foi amigo íntimo de Diderot e depois afastou-se acusando-o de perseguí-lo (que “louco da cabeça”! rsrs). Tinha sintomas psicóticos. 

  • Rousseau, teceu forte críticas à propriedade privada, que, para ele, era a causadora da pobreza e da miséria entre as pessoas.
  • Interessante  Muito provavelmente, influenciou Karl Marx (de tal forma que me arrisco a dizer que em Marx “não há novidade” ao criticar a propriedade privada).
  • Saint-Simon, que em sua biografia era, desde de cedo (infância), considerado um “renegador dos princípios de seus pais” (entenda-se, aqui, principalmente, a religião católica dos pais), lançou as bases do socialismo – ou seja, uns dos influenciadores de Marx e Engels.
  • Faço questão de grifar essa relação com os pais, pois entendo que isso diz muito sobre a vida (carácter) de um homem. Claro que não se pode concluir se ele era uma pessoa boa ou ruim somente com essa frase, na verdade, teríamos que estudar muito mais, porém, essa informação nos deixa em alerta – um sadio “pé atrás”.
  • Proudhon criou o termo “socialismo utópico” e os fundamentos do anarquismo. Aliás, com ele, surgiu pela primeira vez a interpretação teórica de oposições entre classes sociais -  o proletariado e a classe capitalista.
  • Spencer, foi fortemente influenciado pelas ciências biologias e a psicologia (freudiana). Foi considerado ultraliberal (visão que defendia o capitalismo – liberalismo econômico).
  • Interessante   influenciou Darwin – drama pessoal (casado com a prima de primeiro grau): morte da primeira filha (12 anos). Isso pode ter conduzido-o a uma “revolta” contra Deus.  
  • Depois, seria bom investigar o nível de influência sobre Durkheim.

AUGUSTE COMTE

  • Segundo Nildo Viana (2006, p. 24), o positivismo é a “doutrina que postulava, entre outras coisas, que era necessário utilizar o modelo das ciências naturais e aplicá-las ao estudo da sociedade”.

  • Nome completo de Comte: Isidore Marie Auguste François Xavier Comte. Nasceu em Montpellier, na França, em 19 de janeiro de 1798 (importante lembrar o ambiente de revolução – Francesa). Faleceu em 5 de setembro de 1857 em Paris.
  • Relações familiares sempre foram conflituosas, por isso, ainda jovem, rompeu com a família (a exemplo de Sani-Simon). Com 16 anos, ingressou na Escola Politécnica de Paris. Muito versado em matemática (chegou a dar aulas). Uma das ideias mais insistentes em sua mente era a de que “tudo é relativo, eis o único princípio absoluto” (um paradoxo, ou contradição de ideias – parece apontar a confusão que era a cabeça desse homem).
  • Dica de vídeo no youtube sobre o Positivismo, com James Burke: “De Sant-Simon a Einstein. https://www.youtube.com/watch?v=jpkGprrEE50 
  • Sua grande Teoria, é a chamada: Os três Estágios Sociais (os estágios do desenvolvimento da história social do Homem):
  • 1º - Teológico (estágio da Ficção, onde o imaginário divino, o sobrenatural, imperava nas mentes (e isso é uma inverdade, segundo outros pontos de vista!). Também, tem três períodos: fetichismo, politeísmo e monoteísmo);
  • 2º - Metafísico (Poder da abstração, a matemática, a Filosofia);
  • 3º - Científico (positivo - a subordinação da imaginação fantasiosa à observação científica, empírica, ou seja, ao fato).
  • Detalhe   essa ideia está estruturada a partir das observações dele sobre a biologia, mais especificamente, nas fases de desenvolvimento corpóreo Humano (Infância, adolescência e fase adulta).
  • A sociologia positivista de Comte apresenta ainda um elemento fundamental do estudo científico das sociedades, a distinção entre:  
  • estática (estrutura da natureza social) e [pic 1][pic 2]
  • dinâmica (é a lei da história, é o consenso social, todos os elementos que solidificam a sociedade). [pic 3]
  • Essas duas ideias são categorias centrais na teoria do autor. A estática sociológica, contêm os elementos da “ordemsocial, que são cinco: a religião, o governo, a linguagem, a família e a propriedade. Ou seja, na estática, o positivismo estuda o consenso (coesão) social. Já a dinâmica investiga as etapas (os três estágios mencionados anteriormente) percorridas pelas sociedades humanas.
  • A dinâmica está subordinada à estática (a sociologia dinâmica é o resultado da análise de Comte sobre a teoria dos três estados (teológico, filosófico e positivo), pois trata da evolução e dos estágios passados pelos homens até a sociedade plena, organizada). A estática é a ordem; a dinâmica, o progresso (bandeira brasileira).
  • Outros três temas básicos, ou seja, assuntos recorrentes na obra de Comte, são:
  • Primeiro, seria necessário criar uma filosofia da história (da ciência), para mostrar as formas de pensar;
  • Segundo, classificação das ciências baseada na filosofia positiva (deve surgir uma ciência que explique todas as ciências, a sociedade(s) como “um todo” completo – a Sociologia)
  • Terceiro, a reforma das instituições na sociedade, por meio da sociologia, mas com a criação da religião positiva (ou religião geral, de todos) para a renovação social (considerava que a religião era importante por transmitir a moral).
  • Interessante  Hoje, percebe-se claramente esse movimento na ONU.
  • Também, é “senso comum” que a religião só tem importância por formar valores. Ou seja, ela é vista socialmente como útil, e só, e isso é uma visão preconceituosa!
  • Podemos perceber, aqui, uma reação às tendências dos iluministas que, em sua visão, apenas criticava e destruía, não transformava e recriava a sociedade. Já o “positivismo” (em oposição à filosofia iluminista, pois não possuía caráter destrutivo), estava exatamente preocupado em organizar a realidade.[pic 4]
  • Comte tentou demonstrar a “função social” da religião para a sociedade. Segundo ele, a religião implica uma característica da natureza humana. Tem por princípios o aspecto intelectual, que é o dogma; o aspecto afetivo, que é o amor que se exprime no culto; e o aspecto prático, que Comte chama de regime. É pelo culto que se regulam os sentimentos, e o regime é a forma pela qual se estabelece o comportamento público ou particular de cada seguidor. É a religião que constitui a base da ordem social. Daí a necessidade de o positivismo ser uma religião, a religião positiva (e geral, da humanidade)
  • Importante saber que iniciou um curso, em sua casa, que resultaria em uma de suas principais obras, Curso de filosofia positiva, publicada em 1830. Esse curso não passou da terceira aula, devido a problemas psicológicos enfrentados pelo autor. A depressão iria perseguí-lo por sua vida e lhe causaria problemas como a separação de sua esposa (ex-prostituta, só destaquei por que pode ter relação de causa com sesu problemas psicológicos) e a não admissão em concursos para obter a cátedra (possibilidade de dar aulas na universidade). Continuou como examinador dos ingressantes na Escola Politécnica, cargo de que seria demitido em 1844.
  • passou a ser sustentado por admiradores, como o filósofo Stuart Mill. 
  • De um modo geral, a influência universitária do positivismo declinou na França após a morte de Littré – discípulo de Comte (1881) e o desaparecimento de sua revista La philosophie positive. Nos anos 1880, Spencer e o evolucionismo concentravam toda a atenção. Não houve assim continuidade direta entre a tradição positivista e o nascimento da sociologia universitária. A inovação proveio, na realidade, de uma outra geração intelectual.
  • Algumas Frases dele são:
  • “A ciência definitiva tem que ser aquela que olha a visão particular que cada indivíduo tem e como todas essas visões se agregam, no modo como uma sociedade opera em sua época.” Relativismo científico – não há absoluto.
  • “Para explicar convenientemente a verdadeira natureza e o caráter próprio da filosofia positiva, é indispensável ter, de início, uma visão geral sobre a marcha progressiva do espírito humano, considerando em seu conjunto, pois uma concepção qualquer só pode ser bem conhecida por sua história. Estudando, assim, o desenvolvimento total da inteligência humana em suas diversas esferas de atividade, desde seu primeiro vôo mais simples até nossos dias, creio ter descoberto uma grande lei fundamental, a que se sujeita por uma necessidade invariável e que me parece poder ser solidariamente estabelecida, quer na base de provas racionais fornecidas pelo conhecimento de nossa organização, quer na base de verificações históricas resultantes de um exame atento do passado. Essa lei consiste em que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por três estados históricos diferentes: estado teológico ou fictício, estado metafísico ou abstrato, estado científico ou positivo (COMTE, 1996, p. 22).
  • Vemos, pelo que precede, que o caráter fundamental da filosofia positiva é tomar todos os fenômenos como sujeitos a leis naturais invariáveis, cuja descoberta precisa e cuja redução ao menor numero possível constituem o objetivo de todos os nossos esforços, considerando como absolutamente inacessível e vazia de sentido para nós a investigação das chamadas causas, sejam primeiras, sejam finais. É inútil insistir muito sobre um princípio, hoje tão familiar a todos aqueles que fizeram um estudo um pouco aprofundado das ciências de observação. Cada um sabe que, em nossas explicações positivas, até mesmo as mais perfeitas, não temos de modo algum a pretensão de expor as causas geradoras dos fenômenos, posto que nada mais faríamos então além de recuar a dificuldade. Pretendemos somente analisar com exatidão as circunstâncias de sua produção e vinculá-la umas às outras, mediante relações normais de sucessão e de similitude (COMTE, 1996, p. 26).
  • História do positivismo no Brasil
  • Foi na América do Sul, em especial no Brasil, que se propagou efetivamente o positivismo – fontes apontam para 1850, no Segundo Império, onde a monarquia gerava insatisfação.
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  • https://www.youtube.com/watch?v=GZI5qkW9H00 (professor que gosto: Vinícius Reccanello)
  • A filosofia positiva no Brasil sofreu inflexões e adaptações comparada à francesa. O século XIX no Brasil foi tomado pelos positivistas, principalmente, pelos estudantes das escolas secundárias e cursos técnicos
  • Seus seguidores participaram do movimento republicano em 1889 e influenciaram a Constituição de 1891, bem como, a inscrição na bandeira nacional: “O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim”, ou seja, Ordem e Progresso

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