Resenha: Economia sem truques

O livro economia sem truques, como sugere o nome, tenta e consegue com maestria, fazer com que o entendimento da economia fique mais fácil. O livro busca sair de uma formalidade acadêmica e até mesmo mais complexa, para adotar uma metodologia usando o cotidiano de um leitor leigo no assunto, para explicar a economia. Ele foge de tabelas, cotações, e outras coisas mais profundas da economia, para explicar a economia com situações cotidianas e comuns.

O livro além de divido em 20 capítulos, tem outra divisão em duas partes. A primeira parte lança fundamentos básicos e de entendimento mais acessível da economia, associando-os com situações conhecida, como a lei imposta pelos Estados Unidos para evitar o trabalho infantil em Bangladesh e as consequências dessa imposição. A segunda parte se encarrega de aplicar, conceitos e fundamentos tratados no inicio, em temas mais recorrentes no pais.

Esta estrutura diferenciada, faz com que o livro se torne algo de destaque no aprendizado da economia e enfatiza ainda mais a sua característica de tentar ser algo mais claro e direcionado para não acadêmicos, mas para aqueles que buscam conhecer o ambiente econômico. É incrível a forma como os assuntos vão se ligando com o passar dos capítulos com conceitos tratados em capítulos anteriores. Isso faz com que vá criando uma certa linearidade mantendo sempre uma conexão.

Um dos pontos a serem observados no livro, é a importância que os autores dão as escolhas. É possível dizer que isso é o principal ponto de partida do livro, as análises das escolhas individuais levam os autores a afirmar que elas são o que fazem a diferença na economia.

No que diz respeito as modificações na economia os autores criticam o que eles chamam de “Economágica”, que em uma forma bem rasa para conceituar, pode ser caracterizada pela forma como o estado intervém na economia, segundo eles, através de decretos que apenas lançados não são benéficos. Para enxergar isso podemos relembrar o primeiro capítulo do livro, onde é comentado o decreto estadunidense que em tese seria para melhorar a vida das crianças em Bangladesh, porem teve um efeito contrário e veio a piorar.

Em seguida é levantado pelos autores, a intervenção do estado em determinados campos que incidem na economia. O autor fala de casos como o da lei do decimo terceiro salário e se encarrega de mostrar como ela é inútil, evidenciando que ela não incide sobre nenhum dos fatores que incidem na formação do salário, que segundo eles são duas escolhas: as escolhas das empresas que demandam trabalho e dos trabalhadores que vendem seu trabalho. O autor evidencia o fato da lei não incidir nessa relação de escolhas, assim o que ocasionou apenas um salário a mais porem salários sendo menores.

Outros inúmeros fatos, historias e falhas de mercado foram citadas e contestadas. Ficam claras as ideias dos autores de que não haja interferência do estado em certos âmbitos da economia. Porém defendendo que isso possa ocorrer quando ocorrem coisas totalmente negativas para toda a população como o caso da violência e poluição.

Um dos momentos em que os autores justificam a interferência do estado é no caso da poluição causada pelos enormes congestionamentos na cidade de Londres.

Por fim, o livro se mostra linear e de fácil entendimento, uma verdadeira ajuda para quem quer conhecer melhor