TRABALHO PÓS GRADUAÇÃO RELAÇÕES COMERCIAIS

FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAC PELOTAS

LENARA LIMADE SOUZA BETTIN

LUCIANA DUARTE SAMPAIO

VANESSA SANTANA JOHN RADMANN

Relações Comerciais Internacionais

PELOTAS, 19 JULHO DE 2018

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO[pic 1]

Faculdade de Tecnologia Senac Pelotas

Especialização em Controladoria, Perícia, Auditoria Econômico Financeiro

Relações Comerciais Internacionais

PÊSSEGO EM CALDA: UM ESTUDO ATRAVÉS DA ANÁLISE EM UMA INDUSTRIA DA REGIÃO DE PELOTAS – EXPORTAÇÃO BRASIL X URUGUAI

PELOTAS,19 DE JULHO DE 2018

 Resumo

O Rio Grande do Sul é o maior produtor de pêssego do Brasil, a cidade de Pelotas e região responde a 95% da produção de pêssego do Estado, devido a importância desse cultivo, este trabalho objetiva descrever e analisar a cadeia produtiva do pêssego em calda metades em uma indústria Pelotense à luz da metodologia de análise filière buscando destacar os pontos fortes e fracos desta cadeia. A pesquisa utilizou métodos qualitativos, descritivos e, como instrumento de coleta de dados, entrevista semiestruturada com gerente da indústria pesquisada. Através da análise pode-se identificar os “nós” da indústria, destaca-se que a empresa possui como principal desafio a gestão adequada de seus recursos, objetivando o aumento da produtividade, a diminuição de custos e o atendimento aos seus clientes de forma satisfatória.

Palavras Chave: Filière, cadeia do pêssego, fruticultura.

Abstract

The Rio Grande do Sul is the largest peach producer in Brazil, the city of Pelotas and region accounts for 95% of state peach production, due to the importance of this crop, this work aims to describe and analyze the production chain of the peach in syrup Halves in a Pelotan industry in light of the filière analysis methodology seeking to highlight the strengths and weaknesses of this chain. The research used qualitative, descriptive methods and, as an instrument of data collection, semi-structured interview with manager of the researched industry. Through the analysis one can identify the "nodes" of the industry, it is highlighted that the company's main challenge is the adequate management of its resources, aiming at increasing productivity, reducing costs and attending to its customers in a satisfactory manner.

Keywords: Filière, peach string, fruit growing.

SUMÁRIO

Introdução .....................................................................................06

Metodologia ...................................................................................08

Histórico da empresa .....................................................................08

Análise de dados............................................................................09

Produto pêssego em calda metades .............................................09

Etapas produtivas ..........................................................................10

Transporte e comercialização ........................................................11

Pêssego in natura ..........................................................................13

Embalagens ....................................................................................15

Insumos utilizados na fabricação ....................................................17

Exportação de pêssego entre Brasil e Uruguai ..............................18

Pesquisa .........................................................................................19

Da classificação e do tratamento tarifário .......................................20

TEC para produtos lácteos e pêssego em calda ............................21

Exportação Brasileira ......................................................................21

Análise sobre dados de exportação ...............................................22

Considerações finais ......................................................................24

Referências bibliográficas ...............................................................25

INTRODUÇÃO

O mercado brasileiro para produtos de frutas de clima temperado é bastante promissor, porém existem desuniformidades na qualidade de frutas, falhas no processamento, que favorecem o desperdício tanto no campo quanto na indústria, gerando a necessidade na correção de lotes defeituosos. Pelotas vivenciou, entre os anos de 1950-1970, o crescimento, o apogeu e o declínio de um importante polo de industrialização do doce de fruta, localizado na zona rural do município. A atividade do pêssego consolidou Pelotas como a cidade da tradição doceira e ajudou a projetar a cidade como a capital nacional do pêssego.

Esse processo de industrialização teve seu início no século XIX com a chegada dos imigrantes europeus. Em 1960, Pelotas chegou a 61 estabelecimentos produtivos, a produção artesanal teve seu início em 1878 pelo francês Amadêo Gustavo Gastal, em Monte Bonito (BACH; VIEIRA, 2014). Essa característica artesanal possibilitou ensinamentos e técnicas mantidas e repassadas a gerações posteriores que englobava desde a atividade fabril, colheita das frutas até a elaboração do doce em calda. As fábricas eram geralmente localizadas na propriedade, junto à residência, onde era realizada a produção que envolvia, praticamente toda a família.

Sobre o surgimento de numerosas fábricas, Bach e Vieira (2014) comentam que em 1950 e 1960 era raro produtor que não tivesse pomar e que não entregasse sua produção para alguma fábrica. Já nas décadas de 1970 e 1980 houve o declínio, devido à implantação de pomares aparados com recursos do Governo Federal destinado a áreas maiores que 100 hectares, o que obrigou pequenos produtores a trocarem suas atividades, já que sua produção não era mais comercializadas devido à garantia de matéria-prima por grandes indústrias.

Não obstante a isso, de acordo com Cassanego Junior, Maehler e Silva (2006), com o passar do tempo houve um enfraquecimento do cenário industrial deste segmento na cidade de Pelotas devido, principalmente, a abertura de mercado e a concorrência externa, gerando, como consequência, o encerramento das atividades de muitas dessas empresas. Porém, algumas empresas produtoras de conservas mantiveram-se ativas, apoiando-se, principalmente, na tradicional vocação para esta atividade.

Saliento que o pêssego está presente no Brasil há mais de 470 anos e o Rio Grande do Sul é o maior produtor de pêssego do Brasil responsável por 56,25% da produção, a região de Pelotas composta pelas cidades de Morro Redondo, Canguçu, Cerrito, Piratini, Jaguarão e Capão do Leão respondem a 95,3% da produção de pêssego. Com 6.155 hectares, 1.387 famílias produtoras e produção de 707.985.500kg a cadeia do pêssego na região de Pelotas movimenta em torno de 400 milhões de reais. (EMBRAPA, 2016).