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A Ética Profissional Resumo do Livro: O Que o Dinheiro Não Compra

Por:   •  27/1/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.957 Palavras (8 Páginas)  •  999 Visualizações

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS CESA

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO DISCIPLINA- ÉTICA PROFISSIONAL PROFESSOR- PEDRO IVAN COUTO DUARTE MANHÃ CD

JULIETA BRENDA FERNANDES MORÃO

RESUMO DO LIVRO “O que o dinheiro não compra – Os limites morais do mercado” DE MICHAEL J. SANDEL.

CRATO – CE 2020

Referências:

  • J. SANDEL, Michael. O que o dinheiro não compra – Os limites morais do mercado. Ed. Civilização Brasileira, 2ºedição, 2016.

O QUE O DINHEIRO NÃO COMPRA – OS LIMITES MORAIS DO MERCADO

O livro “O que o dinheiro não compra” de Sandel é divido em introdução, capitulo 1 - Furando a fila, capitulo 2 – Incentivos, capitulo 3 – Como o mercado descarta a moral, capitulo 4 – Mercados na vida e na morte, capitulo 5 – Direitos de nome.

No que tange a introdução, o autor fala que se pode considerar que tudo está à venda citando alguns exemplos como: barriga de aluguel indiana, o direito a ser imigrante nos Estados Unidos e até mesmo o upgrade em uma cela carcerária. Nesse capítulo introdutório Sandel faz uma relação entre o fim da guerra fria, do triunfalismo de mercado e da crise financeira, e aponta como o responsável desse fim a ganância, que levou o mercado a assumir riscos de modo irresponsável. Entretanto, para o próprio autor o que realmente justificou o fim do triunfalismo foram a extensão de mercado e de valores de mercado.

O autor convida o leitor a refletir sobre alguns aspectos e até onde deve- se deixar a prevalência de mercado interferir neles, ou seja, até que ponto o mercado deve ter domínio sobre algo que não deveria nem ter um preço, como saúde, educação, meio ambiente, deveres cívicos, entre outros. Ele diz que as coisas importantes da vida - ingressos para shows de rock, consultas particulares com médicos, acesso às filas mais curtas para check-in nos aeroportos - estão sendo trocadas por dinheiro. "O alcance dos mercados e o pensamento orientado para o mercado para aspectos da vida tradicionalmente governados por normas que não são de mercado é um dos desenvolvimentos mais importantes do nosso tempo", escreve ele, exigindo "um debate público sobre o que significa manter os mercados no lugar ".

No primeiro capítulo, Sandel se utiliza da descrição e da análise de alguns fatos do cotidiano que dizem respeito ao mercado ao redor do mundo, aqui especificamente, aos Estados Unidos, usando o título Furando a Fila, como centro. Esse capítulo traz uma prática alvo de críticas, que é ultrapassar as pessoas apenas pelo fato de poder pagar por isso. É visto que cada vez mais as

práticas de mercado estão adentrando de maneira mais forte e notável na sociedade, e que vão desde atitudes pequenas até coisas maiores, sem que ocorra um questionamento sobre aquela ação ou se ela é mesmo correta. O autor explica que são sinais dos tempos, em que a ética da fila vem sendo trocada por uma ética de mercado, sendo mais notória a entrada do capital em esferas da vida social que antes eram alheias ao mercado.

Sandel também destaca que muitos economistas não vêem problema na atitude das filas, porque defendem a liberdade individual e a maximização do bem-estar, porém, Sandel rebate tais pensaamentos com o argumento “...a disposição de pagar por um bem não mostra realmente quem é que lhe atribui mais valor. Isso ocorre porque os preços de mercado refletem não só a disposição, mas também a possibilidade de pagar.” Ele se utiliza até do exemplo do baseball, em que algumas pessoas pagam para sentar nas cadeiras mais caras do estádio, chegam atrasadas e saem antes de o jogo acabar, anunciando que possuem mais poder aquisitivo do que amor pelo esporte, terminando com o pensamento da utilidade pública “quem dá mais valor pela coisa, paga”.

Para o autor, se uma pessoa se propõe a pagar por alguma coisa, isso não significa que ela dê mais importância àquilo que está sendo adquirido, isso, na verdade, pode demonstrar o contrário. Alguém pode pagar apenas para que tenha uma exclusividade, mesmo que não ocorra ali o interesse. Esse tipo de comportamento, como no caso das filas no Congresso Americano, implica em um empecilho para a participação de outras pessoas excluídas de usufruir de tais bens e direitos.

Sandel reconhece que "conforme os mercados alocam recursos com base na capacidade e vontade de pagar, as filas alocam recursos com base na capacidade e vontade de esperar". Além disso, "não há razão para supor que a disposição de pagar por um bem seja uma medida melhor de seu valor para uma pessoa do que a disposição de esperar". Sandel acha que deu um golpe fatal no argumento econômico pró-mercado com isso, mas o que ele não entende é que o mecanismo de preços fornece um sistema descentralizado de sinais e incentivos que nos ajudam a coordenar melhor nosso comportamento.

Considere que uma fila mais longa sem preços não envia sinais aos produtores para produzir mais de um produto pelo qual as pessoas estão fazendo fila. Usar preços em vez de filas tem a vantagem de disseminar informações sobre oferta e demanda. Sandel não vê as vantagens da coordenação na alocação de preços e reclama da "tendência dos mercados em mudar filas e outras formas não mercantis de atribuir produtos". Ele descreve a substituição de preços por filas como "lugares que os mercados invadiram".

No que diz respeito à corrupção, o autor fala que tudo aquilo que tem um preço é tratado como mercadoria, o motivo pelo que quando se é permitido a fixação de preços para propagandas estampadas no corpo (tatuagens nas costas, braços, etc), aquisição de órgãos humanos, venda de autógrados de ídolos e até atendimentos médicos prioritários, estamos lidando com casos de corrupção de valores intrínsecos a essas questões. Tudo aquilo que merece tratamento digno e com respeito não deve ser tratado como mercadoria, pois tal tratamento acaba por corromper e degradar a ação.

No segundo capítulo, Sandel fala dos incentivos financeiros, ele descreve que atualmente é preferível se utilizar de subterfúgios de mercado para conseguir resolver or problemas sociais, isso significa que, ao invés de ocorrer uma reflexão sobre os problemas e resolvê-los de acordo com os valores éticos e morais que são inerentes a eles, prefere-se “mercantilizar” a solução, se utilizando de incentivos financeiros e algumas outras estratégias de mercado. O exemplo dado é o da organização caritativa Project Prevention que oferece 300 dólares para que mulheres viciadas aceitem ser esterilizadas ou se submeterem permanentemente ao controle de natalidade, por causa de problemas que estavam sendo observados em bebês frutos de mães viciadas. Sandel também mostra o pensamento de quem se opõe a esse ato, com o argumento que oferecer a “recompensa” financeira às viciadas seria uma forma de coerção, porque muitas mulheres que se encontram nessa situação são vulneráveis e tendem a viver em bairros pobres, e isso acabaria financiando o crime, então ao invés de isso ajudar, iria piorar a situação.

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