A Coroa do Imperador e o Território

A Coroa do Imperador e o Território

Durante a aula, enquanto a professora descarrega mecanicamente um desfile de acontecimentos, por meio de slide, os alunos tentam irrompê-la para  manifestar suas dúvidas, mas ela não da oportunidade. Apesar de a aula ser um monólogo, Laranjinha e Acerola estão conseguindo aprendendo sobre a fuga da corte portuguesa para o Brasil e vai haver uma excursão da turma de Petrópolis. Eles querem conhecer a coroa do imperador. A condição imposta pela professora é que todos passem por  uma chamada oral sobre assunto.O outro problema é que para fazer o passeio é preciso pagar uma taxa R$ 6,50 e para conseguir  esse dinheiro os dois acabam se envolvendo com os traficantes do morro onde moram.Para complicar, na véspera da excursão o morro é invadido por facção inimiga e, em meio á confusão , os dois finalmente entendem o que levou Napoleão atacar a Inglaterra e porque D. João VI teve que sair correndo para o Brasil.

E no momento da explicação do Acerola sobre a divisão dos morros, nos aponta os diferentes territórios, cada um com a sua territorialidade. E essa divisão também ocorre na trajetória dos personagens é simbolizada no deslocamento espacial deles, apontando para a mobilidade no espaço, de um lado a favela totalmente dominada pelo trafico, com péssimas condições de vida, onde falta as políticas publicas de segurança, quem manda são os traficantes, e diariamente se deparam com aquele triste realidade de não haver segurança, de que a qualquer momento “gangues”  rivais invadam o morro, como acontece no final do episódio. E de outro lado pessoas que morram em condomínios fechados e prédios, que contam com várias formas de seguranças,monitoramentos entre outros, mas nem assim estão absolutamente longe da criminalidade , afinal, os assaltos lá são freqüentes.

O episodio tematiza a guerra e o conflito, permeando através da linguagem de animação de caráter infantil a temática adulta da violência, numa alusão ao conflito do tráfico. Enfatiza a realidade das comunidades, onde os territórios são subjetivamente divididos, ou seja , onde a “guangue” do Bebê comandava não admitia que a “guangue” rival chegasse nem perto. Em ambas as partes nos deparamos com a violência , porém nas favelas a violência se encontra numa maior proporção.

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