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A DESIGUALDADE DE GÊNERO E A NECESSIDADE DO MOVIMENTO FEMINISTA NO BRASIL

Por:   •  14/3/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.049 Palavras (13 Páginas)  •  411 Visualizações

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A DESIGUALDADE DE GÊNERO E A NECESSIDADE DO MOVIMENTO FEMINISTA NO BRASIL[1]

Marina Broch[2]

Marcio Renan Hamel[3]

RESUMO

O presente artigo aborda nuances do movimento feminista no Brasil, desde seu surgimento até os dias atuais, nos quais vem ganhando maior visibilidade ao passo que busca principalmente a igualdade de gênero e o respeito aos direitos da mulher. A violência doméstica, fruto do machismo incutido na sociedade brasileira, acaba com a vida de mulheres todos os dias, sendo um dos motivos pelos quais é evidenciada a necessidade da busca por igualdade, e o feminismo, por sua vez, surge para discutir e tentar mudar essa realidade.

PALAVRAS-CHAVE: Feminismo; Igualdade de Gênero; Violência Doméstica.

THE INEQUALITY OF GENDER AND THE NEED FOR THE FEMINIST

MOVEMENT IN BRAZIL

ABSTRACT

This article discusses the nuances of the feminist movement in Brazil, from its emergence to the present day, in which it has gained greater visibility whereas seeking mainly on gender equality and respect for women 's rights. Domestic violence, as a result of the chauvinism instilled in the Brazilian society, ends the life of women every day, being one of the reasons why it is evident the need to search for equality, and feminism, in turn, arises to discuss and try to change this reality.

KEY-WORDS: Feminism; Gender equality; Domestic Violence.

Introdução

        Podem-se encontrar indícios do surgimento do movimento feminista no Brasil principalmente a partir do século XIX, quando as primeiras manifestações pela luta dos direitos civis, políticos e sociais aconteceram, desafiando desde aquele tempo injustiças que acometiam as mulheres da época e, infelizmente, algumas que seguem até os dias atuais, a fim de alcançar a igualdade de gênero. A desigualdade política foi um dos pontos no qual muito da luta se projetava, sendo apontado como o primeiro de três grandes momentos do movimento feminista, juntamente com a reivindicação pelo direito ao divórcio, educação e trabalho, já num segundo momento, a liberação sexual se apresentou também como uma pauta devido ao aumento dos contraceptivos, e em terceiro, a luta de caráter sindical.

Ainda que o século XIX possa ser considerado uma marca da modernidade, o mesmo redesenhou as experiências feministas. Este século popularizou o ideal da mulher restrita à esfera doméstica, limitada ao cuidado do lar e da família, ao mesmo tempo em que aprofundou o imaginário da segregação sexual dos espaços públicos e privado, reforçando a inferioridade feminina e negando às mulheres muitos direitos[4].

        A luta feminista sempre teve muito de seu foco voltado para a emancipação feminina diante da relação de dominação masculina na sociedade, no qual a mulher era vista sempre em posição subjugada em todos os aspectos referentes a sua vida. Isso ainda acontece atualmente, tendo destaque os papéis atribuídos para cada um dos gêneros e evidenciando a diferenciação pejorativa entre mulheres e homens mesmo com toda a força que o movimento ganhou através dos anos e conquistas, do avanço social e bem comum que deveria ser almejado.

Além disso, a violência resultante da não igualdade de gênero e a sobreposição do gênero masculino sobre o feminino adquirem aspectos que transmitem tal violência em formas verbais, psicológicas e físicas, aumentando assim o número de vítimas do problema que é o machismo e que afeta não somente mulheres, como também homens e assim, todo o conjunto que forma a sociedade.

Dessa forma, a presente pesquisa apresenta uma análise hermenêutica acerca do tema proposto em duas seções: a primeira parte aborda os reflexos de uma postura machista na sociedade, abordando o poder e a sobreposição do gênero masculino sobre o feminino; enquanto que a segunda seção faz uma reflexão da violência de gênero e da lei Maria da Penha. Ao fim, a nota conclusiva aponta, entre outras observações, à emergência do movimento feminista e também da premente necessidade de novas conquistas no tocante à igualdade de gênero.

        

I - Os reflexos de uma sociedade machista

        Desde os primórdios da humanidade as mulheres foram representadas como o sexo frágil, impotente, submisso e inferior comparado ao homem. Isso é facilmente verificado quando se analisa o fato de que as mulheres eram impedidas de estudar, sendo obrigadas a se voltarem à atividades relacionadas aos cuidados do lar e dos filhos, e, além disso, por muitas das faces da sociedade antiga, sendo úteis apenas e meramente como meio para a procriação. 

        A ideologia atrelada à forma de se compreender o feminino e o masculino, no qual a histórica desigualdade de gênero se mostra em setores diversos, constrói uma ideia errônea com relação aos gêneros.[5] Por vezes traz uma conotação do que é certo e do que é errado relacionado a determinado gênero, tal como espécies de regras de conduta para cada um, e aquele que não segue tais regras, fica deslocado daquele ideal imposto e conseqüentemente, por não se enquadrar naquele padrão, adquire diversas conotações pejorativas associadas à sua imagem.

Conforme observa o filósofo canadense Kymlicka, os teóricos contemporâneos abandonaram de forma progressiva a suposição de inferioridade da mulher, e aceitaram que as mulheres devem ser vistas como livres e iguais, no domínio público e privado. No entanto, ainda que as democracias liberais tenham disposto estatutos antidiscriminação, ainda não conseguiram propiciar a igualdade sexual[6].

        Ademais, os esteriótipos associados ao gênero, acabam por incorporar na sociedade um nível muito alto de machismo, com pré-concepções acerca dos gêneros de forma muito intensa, tanto que não apenas homens, como também mulheres reproduzem tais ideias machistas. A forma pela qual essas ideias são criadas no pensamento das pessoas e refletidas na própria cultura, faz com que de certa forma se enraíze e seja considerado como natural por alguns, tanto que é assim que a mídia geralmente retrata o feminino, em comerciais que claramente colocam a mulher numa posição degradante ou que transmita à elas falta de inteligência, fragilidade, ou sendo um símbolo sexual.

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