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A Globalização

Por:   •  20/6/2018  •  Resenha  •  1.535 Palavras (7 Páginas)  •  181 Visualizações

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A globalização se constitui enquanto uma fábula contada para persuadir as grandes massas sobre as “verdades universais”, imprescindíveis para a perpetuação de um sistema que se fundamenta sobre a tirania da informação e do dinheiro. Ao que tudo indica, este processo eclodiu após a Segunda Guerra Mundial, sendo este um dos fenômenos mais influentes na sociedade moderna. A “era da informação”, atributo inerente a globalização e que é o reflexo da evolução das técnicas, em consonância com o papel central que o dinheiro ocupa nas economias mundiais, produzem em conjunto um sistema de violência estrutural que erradica a potencialidade intelectual e moral do ser humano.  

Pretende-se enfatizar os reflexos da globalização primordialmente no que tangem ao Direito do Trabalho, motivo pelo qual se ressalta as características da transição do modo de produção agrícola para o industrial e a conseqüente substituição da mão de obra humana por máquinas. Isto porque passa a existir no mundo um mercado global comandado pelas grandes empresas, que são as detentoras do capital e da mais-valia, que adentra as fronteiras de todos os países, tornando os Estados dependentes e submissos às ordens destes atores hegemônicos.

O produto dessa gerência global pelo mercado econômico consiste numa série de influências nas relações entre os indivíduos e entre estes e o Estado. Em primeiro lugar, ressalta-se a utilização instrumental da educação à serviço do mercado, de modo que ao invés de ter como propósito a formação moral e política dos cidadãos, ela é oferecida apenas na medida em que forma profissionais capacitados para atender as demandas econômicas. Assim, forma-se um aglomerado de pessoas apáticas, que desde o nascimento estão inseridas numa lógica cíclica de acumulação e endividamento, de forma que são doutrinada pela ciência contaminada pela ideologia. Em resposta a estas expectativas amoldadas na ordem social, encontram-se legitimadas as formas mais bárbaras de exploração da mão de obra desses “cidadãos”, abandonados pelo Estado, este que se encontra profundamente submetido ao capital.

Percebe-se que historicamente o homem e sua força de trabalho foram se desvalorizando perante as justificativas da globalização. Sendo assim, o trabalho do indivíduo chegou ao ponto da alienação, ou seja, o trabalhador não se apropria mais do que é produzido. O homem não encontra reconhecimento no trabalho, que está longe de ser sua realização enquanto indivíduo, mas sim de sua escravidão e desumanização. É a alienação da própria vontade do ser humano e de seus sentidos sendo utilizados pela sociedade capitalista.

No mundo em que as mercadorias possuem mais valor do que a força de trabalho do homem, ele está como a principal e mais desvalorizada entre elas. A riqueza produzida fica nas mãos dos exploradores, e o salário é apenas para a sobrevivência básica. Por esse motivo, é que a sociedade está submissa a vontade do capitalismo, pois é ele que controla os meios de produção e a vida do trabalhador para continuar explorando a mão de obra humana. Nas relações de posse, um indivíduo é o que ele tem. Um rico tem muito valor para sociedade, mesmo sendo o mais explorador. Essa forma de enxergar o mundo é a ideologia dominante, com a qual é necessário romper e criar solidariedade para com os trabalhadores que enfrentam essa realidade diariamente.

O Estado foi se constituindo para servir a classe detentora de poder econômico. A alienação política existe, pois quem governa costuma defender os interesses dos exploradores e dominantes da classe trabalhadora, derrubando a ideologia da construção de uma sociedade mais democrática. Basta olhar para quem consegue chegar ao poder e a realidade na qual vivem. Em sua grande maioria, as leis, a educação e a segurança pública possuem uma natureza de classe, podendo ser utilizadas para continuar o ciclo de reprodução do capital.

Incontestável é o fato de que o mundo passa por constantes mudanças. Com tal característica, é possível afirmar que nada é mais fundamental a uma sociedade do que uma revolução, pois através desta é possível que novas questões sociais surjam e prosperem para que haja a modificação de um contexto social estabelecido por uma minoria dominante que constituem sociedades que podem ser interpretadas como obsoletas, arcaicas e injustas.

        Nessa perspectiva, durante todo o decorrer da história até o mundo moderno, é possível dizer que a globalização de fato conspirou muito para que houvesse uma mudança radical dos paradigmas que regiam a sociedade medieval. A Revolução Industrial, trazida pela burguesia, foi a porta de entrada para que houvesse essa transformação econômica e social no mundo. Contudo, é preciso questionar a aplicação dessa mudança na sociedade atual, ou seja, teria a globalização trazido benefício à população e, principalmente, no que tange a classe trabalhadora, quais seriam o papel interpretados por essa classe numa sociedade frenética, que produz e instiga o consumo, que prioriza a economia e o lucro, demasiadamente?

        Em relação à aplicabilidade da globalização na sociedade contemporânea, pode-se perceber que o fenômeno tomou conta de grandes áreas como a econômica, a política e influenciou o desenvolvimento de um mundo que inspira informações novas. Com a crescente urbanização, houve uma tendência de fazer trabalhadores migrarem para mais perto das indústrias, formulando a denominada cidade global “reflexo, em toda sua plenitude, sem pudores ou vergonha, da estrutura capitalista da era da Globalização” (DINIZ, 199, p.59). A estruturação dessas cidades proporcionou para a fomentação de uma sociedade que priorizava máquinas, instigava o consumo e, ao mesmo tempo, barateava extremamente a mão de obras dos trabalhadores. Com o relampejo dessa produção em massa marcado pelas grandes indústrias e o reflexos negativos trazidos por ela, o índice de desemprego aumenta consideravelmente e, consequentemente,a pobreza. O cenário desse contexto industrial era de total despeito a dignidade humana dos trabalhadores.

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