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A Gênese de uma nova ética profissional

Por:   •  10/9/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  646 Palavras (3 Páginas)  •  287 Visualizações

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1. Gênese de uma nova ética profissional.

A compreensão do significado histórico do CE de 1993 implica na ruptura com o conservadorismo ético-político do Serviço Social. Assim nesse caso, sua existência é inseparável da ruptura ética realizada pelo Código de 1986, no interior do processo de construção do Projeto Ético-Político do Serviço Social (PEP). Para entendê-lo melhor citarei as principais determinações históricas que promoveram a erosão do Serviço Social tradicional e sua renovação.

As condições que propiciaram o processo de renovação da profissão no Brasil, na década de 1960, iniciaram-se nos anos 50 em uma crise do próprio padrão de desenvolvimento capitalista e de um processo de erosão das bases de legitimação do tradicionalismo profissional que atingiu proporções internacionais.

Assim os anos 1960 assinalaram inúmeras manifestações de protestos direcionados a diferentes níveis de reivindicações político-econômicos e ideocultural, instituindo um clima cultural favorável ao questionamento de valores tradicionais. Destacou-se, o protagonismo social dos jovens e das mulheres, que como crescimento das ocupações que exigiam grau universitário permitiu o acesso á universidade, propiciando a politização das mulheres e dos jovens, sua mobilização coletiva e principalmente o seu questionamento em relação a valores familiares e sociais.

Segundo Hobsbawm,a inserção das mulheres na educação superior e das mulheres casadas no mercado de trabalho ,articulada ao reflorescimento dos movimentos feministas dos anos 1960,significou um fenômeno revolucionário com inúmeros desdobramentos éticos, políticos e culturais

Na América Latina, no interior das determinações, já assinaladas, surgiu em 1965, o movimento de reconceituação Latino-Americano: movimento com varias correntes e perspectivas teóricas que põe em questão o Serviço Social tradicional . Suas vertentes mais críticas desvelaram o papel político da profissão que questionaram os referenciais a-históricos e acríticos que a influenciaram –sua ’’neutralidade’’ política seu conservadorismos -,reclamando uma intervenção comprometida com as classes subalternas.

Segundo Netto (1991, p.135-136), a renovação do Serviço Social brasileiro demandou a laicização da profissão; instaurou um pluralismo teórico, político e ideológico, permitiu a interlocução da profissão com o debate e a produção das ciências sociais, inserindo a profissão como protagonista no âmbito da cultura acadêmica e possibilitou a constituição de uma “vertente de ruptura” com o tradicionalismo profissional.

Portanto, pode-se concluir que a busca de ruptura com o conservadorismo profissional e produto histórico de uma pratica social coletiva construída historicamente a partir de inúmeras determinações que não se esgotam no CE; percorrendo um processo desencadeado desde os 1950 impulsionado pela erosão das bases do tradicionalismo profissional e pela renovação da profissão nos marcos da crise do capitalismo pós-guerra, pela eclosão de movimento revolucionária e contestatória, em nível mundial e latino-americano, e no Brasil, no âmbito da autocracia burguesa, na década de 1960.

Esse processo de renovação favoreceu o surgimento de um pluralismo profissional no qual surgiu a possibilidade de questionamento

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