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A Inteligência Artificial

Por:   •  15/11/2018  •  Monografia  •  1.835 Palavras (8 Páginas)  •  156 Visualizações

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Susskind(2013) lista treze tecnologias em seu livro que podem ser consideradas disruptivas para o mundo jurídico. Cada uma das tecnologias relacionadas a seguir pode incorporar IA à medida que compreenda a interpretação dos dados pela máquina.

        A primeira tecnologia que pode ser citada é a compilação automatizada de documentos, “trata-se da possibilidade de, por meio de questões colocadas pelos usuários, o sistema gerar minutas personalizadas de documentos.” Tais sistemas podem ser operados de forma eletrônica e podem ser considerados disruptivos pela redução de tempo proporcionada na elaboração de documentos. Diversas startups já oferecem tais serviços no país, como Finch Soluções e a já mencionada anteriormente a Netlex(SPERANDIO, 2018).

        Conectividade ininterrupta, num ambiente tecnológico que exige que os agentes estejam sempre conectados, também o advogado terá de se manter plugado boa parte do tempo para atender demandas de seus clientes, o que certamente impactará sua vida profissional, social e pessoal(SPERANDIO, 2018).

        

        Mercado legal eletrônico, Assim como já é uma realidade o compartilhamento de opiniões sobre a qualidade de serviços de hotéis, restaurantes etc., os clientes passarão a postar suas impressões sobre o resultado do trabalho dos escritórios. O modelo atual, no qual os advogados contam com a baixa interação entre clientes no que diz respeito à comparação da qualidade dos seus serviços, será alterado para uma situação de total transparência e possivelmente a divulgação da classificação dos escritórios por tipo de serviço e qualidade.(SPERANDIO, 2018).

        Os métodos de ensino por meio eletrônico vão transformar a maneira como os escritórios de advocacia lecionam treinamento a sua equipe. Em vez de cursos com assuntos pré determinados, serão disponibilizadas ferramentas de aprendizagem interativa com adaptações a necessidades específicas de cada advogado(SPERANDIO, 2018).

        Para Alexandre Bertoldi(2017, apud SPERANDIO, 2018), a forma de aprendizagem praticada antigamente era o proof reading: ao mesmo tempo em que se revisava documentos para se corrigir os erros de datilografia, o advogado conhecia por meio do conteúdo que estava analisando. Para ele, nos dias atuais, ainda que qualquer advogado seja capaz de elaborar um contrato com o auxílio de modelos prontos, muitos não chegaram a assimilar conhecimento suficiente. O que segundo Bertoldi, pode representar um obstáculo para o advogado ascender posições maiores dentro das empresas e escritórios.

        Para Rodrigo de Campos Freire(2017, apud SPERANDIO, 2018), o fato de que muitos diretores de departamentos jurídicos não sejam egressos dos cursos de Direito demonstra a falta de treinamento dos advogados em ferramentas de negócios.

        Nesse sentido José Eduardo Carneiro Queiroz(2017, apud SPERANDIO, 2018) aponta que grande parte dos advogados ainda resistem ao uso das tecnologia disruptivas. Por vezes, conforme ele, essa resistência é decorrente do treinamento recebido pelo advogado, que o leva a se considerar a pessoa mais bem preparada para criar um contrato sobre o tema de sua especialidade.

        Susskind(2018) aponta que vários tipos de assistência jurídica já se encontram disponíveis na internet, não meramente na forma de conteúdos classificados por assunto como também no modelo de perguntas e respostas para casos específicos. A possibilidade de acesso de tais conteúdos pode transformar a maneira tradicional de trabalho de advogados que pautam sua atividade nos serviços de consultoria prestados a clientes particularmente. Tendo em vista que atualmente pode-se recorrer à internet para obter assessoria a custos baixos ou até mesmo gratuitamente, é fato incontroverso que os clientes deixarão de pagar por tais serviços futuramente. Existem empresas brasileiras que já atuam com esse tipo de serviço, são elas: Juridoc, Looplex e Sigalei.

        Como ocorre com alguns serviços disponíveis na internet, o compartilhamento na internet de serviços providos por profissionais independentes e acessíveis a qualquer usuário, muitas vezes a custo zero, pode atender diversas demandas por serviços jurídicos, esse tipo de plataforma é conhecido como marketplace. Kevin Kelly(2016) explica o funcionamento das plataformas que foram concebidas para que as empresas pudessem compartilhar serviços e produtos com outras empresas.

        Já existem startups nacionais que exploram esse nicho de mercado, é o caso, por exemplo, da Nós 8, que buscam dividir conhecimento legal com vários profissionais através de solução de dúvidas, mediação de conflitos e assessoria de advogados.

        Equipes de juristas podem ser formados para dividir experiências e trabalhar assuntos que sejam de interesse coletivo, compilando dados e compartilhando conhecimentos. Susskind(2013) cita em seu livro o caso do Legal OnRamp, um sistema de cooperação para advogados de departamentos jurídicos de empresas que conforme estimativa do autor possuem a participação de advogados de mais de 40 países. Para ele essas práticas são comumente aplicadas em grupos de estudantes de pós-graduação, com integrantes de diversos backgrounds que encontram na informalidade do dia a dia com os colegas uma forma despreocupada de sanar dúvidas e dividir experiências.

        Henrique Sperandio(2018) aponta que “alguns escritórios cobram pelo serviço de house keeping, entendido como o trabalho de organização de documentos e controle do andamento dos projetos”.

        Susskind(2013) considera esse tipo de trabalho, muitas vezes repetitivo, e que facilmente poderia ser automatizado, o que pare ele indica uma evidente oportunidade para diminuição nos honorários cobrados.

        Empresas como a Linte e a Exyon são os casos mais conhecidos no Brasil, a primeira empresa oferece serviços de gestão fazendo não apenas o controle de processos como também agregando indicadores e dicas para o gestor. Já a segunda empresa brasileira citada disponibiliza programas para organização de departamentos jurídicos e escritórios de advocacia, gestão de contratos e, também, diagnóstico de risco jurídico(SPERANDIO, 2018)

        Conhecimento legal incorporado, Haverá um dia em que qualquer equipamento ou ambiente poderá ser disponibilizado com conhecimento legal incorporado. Um dos exemplos que Susskind108 usa é o do carro à prova de motoristas alcoolizados; ao detectar um indivíduo com níveis de álcool acima do permitido, um software incorporado no veículo travaria o sistema de ignição. O motorista não necessitaria saber detalhes sobre o nível de álcool permitido, pois o próprio automóvel já estaria equipado com tais informações.

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