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A SOCIOLOGIA GERAL

Por:   •  3/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.986 Palavras (8 Páginas)  •  190 Visualizações

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SOCIOLOGIA GERAL

JEFERSON RODRIGO BAIERLE

Porto Alegre, 20 de junho de 2014.

1. Como de acordo com  Milton Santos a globalização se configura? Como ele a define?

Milton Santos acredita que existem três tipos de mundos: “O primeiro seria o mundo como nos fazem ver, a globalização como fábula. O segundo seria o mundo tal como ele é, a globalização como perversidade. E o terceiro o mundo como ele pode ser, uma outra globalização.”

A Globalização como fábula. Essa é a globalização fictícia em que nos tentam passar uma visão de consumismo de concorrentes. A individualidade das pessoas é assegurada e nos fazem acreditar que o melhor para nós é a propriedade privada. Que os bens não são de todos, mas sim de poucos. E nos coagem a disputar por esses bens invés de compartilhar esses bens.

A Globalização como perversidade. As condições técnicas e tecnológicas que a humanidade possui nos dias de hoje podem proporcionar á todos uma vida digna como nunca antes foi possível. O problema é que essas ferramentas foram apropriadas por empresas capitalistas que corromperam suas utilidades, visando apenas o bem privado sem nenhum compromisso social ou moral. O desemprego e a pobreza são vistas com naturalidade, visão dessa globalização perversa. O mundo produz muito mais alimentos do que pode comer, mas a distribuição desses alimentos é totalmente injusta. O problema da fome não é uma questão de produção de alimentos, mas sim de distribuição desses alimentos.

A Globalização como ela pode ser. O Estado é indispensável para essa evolução social, Milton Santos diz: “O Estado através do exercício da política, a tendência dele é cuidar de todos os setores e todas as pessoas... É necessário um Estado que intervenha, um Estado Socializante.” Sua importância na sociedade pela função administrativa de não deixar essas empresas capitalistas usufruir dos trabalhadores e não se responsabilizar por eles, entrando e saindo de territórios à medida que querem, deixando conseqüências desastrosas naquela sociedade local. O Estado democrático é detentor de direitos e deveres que a sociedade lhe da, para representar seus objetivos. Por isso o Estado é fundamental na sociedade, e soberano a qualquer ideologia empresarial.

Milton Santos não era contra a globalização e sim contra o modelo de globalização vigente no mundo, que ele chamava globalitarismo.

2. Como a globalização se coloca para a maioria da população?

A mídia obscura. Tornou-se a ferramenta mais eficiente dessa globalização desenfreada, teve seu objetivo corrompido pela perversidade econômica. A mídia tem o poder de compartilhar pensamentos culturais por todo o mundo, mas ao contrário ela compartilha produtos e interesses econômicos.  Milton Santos diz: “O que estamos vivenciando hoje, é que o homem deixou de ser o centro do mundo. O centro do mundo hoje é o dinheiro em estado puro... e o dinheiro em estado puro só é o centro do mundo hoje, por causa dessa geopolítica que se instalou proposta pelos economistas e imposta pela mídia.”
          A mídia foi privatizada e seus donos controlam tudo que ela apresenta. Não respeitam a verdade dos fatos, mas só mostram os fatos conforme seu ponto de vista pessoal e interpretam os fatos como querem.

A globalização envolveu de tal maneira os povos na ideia de os países economicamente desenvolvidos são lugares da liberdade, igualdade e possibilidades de riquezas que fez a cada ano milhares de pessoas saiam dos seus países de origem de forma clandestina para tentar a surte no mundo capitalista. Contudo o que estas pessoas encontram são as forças nacionais que armadas procuram, capturam e expulsam os clandestinos.

3. Quais os desafios colocados pela globalização para a América Latina?

Milton Santos afirma que o Brasil jamais teve cidadãos, já que a classe rica explora as demais; a classe média no fundo não busca direitos, mas privilégios; e a classe pobre não tem sequer direitos. O que significa dizer que jamais houve neste país nem democracia nem cidadania. Esta realidade explica a presença da população nas ruas, a partir dos diversos movimentos em busca de uma globalização solidária. Ele ainda acredita que o único que pode contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população é o Estado, pois foi pensado e existe para este fim, já que, através do exercício da política, pode cuidar do conjunto da população. Contudo, este Estado precisa modificar sua atual condição, tornando-se socializante. Além de ser, indispensável que a sociedade repense e discuta a democracia, tendo em vista que as decisões mais importantes para a nação é geralmente tomada pelas organizações internacionais, bancos, FMI’s, entre outros, e não pelo povo.


           Para Milton Santos, houve um esvaziamento da palavra democracia, sendo ela utilizada, convenientemente, de forma banal. Dela restou apenas sua face eleitoral, já que a responsabilidade e a representatividade perderam forças, e não há mais por parte dos representantes uma coerência entre as ideias que professam e suas ações.
Diante do exposto, surge uma proposta de luta por outra globalização, tendo em vista que a globalização atual é contraditória e paradoxal, pois defende a liberdade ao mesmo tempo em que aprisiona as pessoas em suas amarras, comprometendo o exercício da cidadania. Neste sentido, Milton diz: “a globalização produz o globalitarismo, globalitarismo que existe para reproduzir a globalização”, sendo esse um círculo vicioso que deve ser quebrado. O desafio, então, centra-se em se aproveitar as possibilidades desse tempo e produzir formas democráticas em seu sentido pleno.
           Assim, Milton expõe o seu pessimismo diante desse tempo, mas um forte otimismo diante de outra realidade possível de ser construída. Para ele, a humanidade ainda se constituirá como tal e o que ora existe são apenas ensaios do que ela poderá ser.

4. Como as questões nacionais podem ser explicadas no processo de globalização? Como fica o Estado-Nação?

Para compreender a globalização e suas implicações no conceito de Estado é necessário observar todas as dimensões do fenômeno, bem como os impactos na própria estrutura estatal. Nesse sentido, um olhar apurado sobre as dimensões da globalização orienta a reorganização da luta por direitos e dos problemas a serem enfrentados para efetivá-los. Assim, tanto as políticas do multiculturalismo como a defesa do Estado como garantidor de direitos revelam-se de suma importância no momento histórico atual.

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