Construindo o Planeta Terra

ROTEIRO

Roteiro, produção e edição: Alice;

Filmagem e organização: Yasmin Cristina;

Atuação: Gregório de Matos: Vitória Neves;

                 Plateia: Rayanna, Hágata, Yasmin Soeiro, Yanna.

PRIMEIRA CENA

(Gregório em pé recitando o poema ‘Não é fácil viver entre os insanos [...]’ enquanto a plateia está sentada assistindo).

Gregório: Não é fácil viver entre os insanos, erra, quem presumir, que sabe tudo, se o atalho não soube dos seus danos [...]

(plateia concentrada na recitação)

Gregório: O prudente varão há de ser mudo, que é melhor neste mundo, o mar de enganos, ser louco cos demais, que ser si...

Interrupção

Yanna: Ora, não entendo o que aqui ocorre.

Olhares confusos da plateia, foco em Gregório;

Gregório: E quem és você, querido ouvinte?

Yanna: Ninguém importante para ser apresentado. Poderia eu, perguntar o que essas palavras significam? Eu diria que são belas, mas não compreendo a maioria delas.

Silêncio, todos esperando alguma reação;

 Hágata: Na verdade, nós que não compreendemos vossas falas. O que há de errado? Não reconhece esta figura ao seu lado?

Yanna: Afirmo-lhe que nunca o vi. Pode, assim, explica-la à mim?

 Foco em Gregório observando o desenrolar da situação

 

Yas. Soeiro: Além de uma figura poética, defende suas ideias à beça. (risada de yas soeiro)

Rayanna: Sua linguagem ás vezes é inapropriada, mas nunca ignorada.

Hágata: Seus ensinamentos seguem três linhas: lírica, satírica e religiosa.

Rayanna: Formando opiniões escandalosas.

Yas soeiro: Ser o maior poeta barroco brasileiro o torna irreverente ao afrontar os valores e a falsa moral da sociedade.

Hágata: Há de saber que ele denunciou as contradições da sociedade baiana e criticou os mais diversos grupos: governantes, fidalgos, comerciantes, escravos...  Fez sua voz e razão sua propriedade.

Rayanna: Não é surpresa que recebeu o apelido de “Boca do Inferno”, não quando utiliza palavras tão baixas. Acredita quem quiser, mas ele ainda conseguiu tornar seus pensamentos eternos.

Yas soeiro: Boatos de que deixava seus textos impressos e colados, com uma cola feita de farinha de mandioca, em frente às igrejas.

Gregório de Matos: Não me importa quem tu és, mas me importa o seu interesse em saber sobre minha história. Nasci em 23 de Dezembro de 1636 em Salvador, Bahia. Meu pai era um fidalgo português e minha mãe baiana. Estudei Humanidades no Colégio da Companhia de Jesus e depois fui para a Universidade de Coimbra cursar Direito.

Hagata se dirige à yanna;

Hágata: Se me permites, diga-nos agora se entende tal importância.  

Yanna: Peço perdão pela minha ignorância, e veja minha gratidão por tais atitudes suas. Chama-se Boca do Inferno, mas há de acabar com o mesmo que ocorre entre nós.

Troca de cena

Todas juntas recitando o “Poema I”