TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

DA REVELIA - IRREGULARIDADE DA REPRESENTAÇÃO

Por:   •  2/10/2018  •  Resenha  •  1.945 Palavras (8 Páginas)  •  165 Visualizações

Página 1 de 8

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE PRUDENTE-SP

Processo

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem por meio de seus advogados manifestar-se acerca das alegações da reclamada em contestação.

I - DA REVELIA - IRREGULARIDADE DA REPRESENTAÇÃO

A assinatura digital aposta aos autos em peça contestatória pertence à “XXXXXXXXXX” e não é a mesma outorgada através de instrumento procuratório anexado aos autos, vide ID XXXXXXXXX. Sendo assim verifica-se a ausência de um dos pressupostos processuais, qual seja a representação, tendo assim configurada a situação processual da REVELIA.

Em decorrência da revelia, requer a aplicação de seus efeitos, com a desconsideração da contestação e sua retirada dos autos, bem como seja aplicada a pena de confissão à reclamada.

Entretanto, caso o instituto da revelia não seja o entendimento de vossa excelência, a presente defesa não merece prosperar porque não há sintonia com a realidade fática, a qual será demonstrada pelos fundamentos que passa a dispor

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A reclamada contesta a gratuidade de justiça, alegando que a reclamante não comprovou sua hipossuficiência e que tem salário superior ao permitido para a concessão do benefício, o que não é verdade. A reclamante não aufere renda, está desempregada, o que demonstra a inviabilidade de pagamento das custas judicias sem comprometer sua subsistência.

Trata-se da necessária observância a princípios constitucionais indisponíveis preconizados no artigo 5º inc. XXXIV da Constituição Federal, pelo qual assegura a todos o direito de acesso a justiça em defesa de seus direitos, independente do pagamento de taxas, por ausente prova em contrário do direito ao benefício.

Desta forma, considerando a demonstração inequívoca da necessidade da reclamante, tem-se por comprovada sua miserabilidade, fazendo jus ao benefício.

DO ENQUADRAMENTO SINDICAL

Alegou ainda que não houve a juntada da Convenção Coletiva de Trabalho ao processo, novamente tal alegação não condiz com a realidade já que foi devidamente colacionada aos autos, vide ID nº XXXXXXXXXX. Com essa alegação fica a dúvida se realmente a contestação apresentada é referente a esse processo.

DO MÉRITO

3.1 DA MATÉRIA INCONTROVERSA

Em nenhum momento foi contestado e/ou apresentado provas dos seguintes pedidos:

Vínculo empregatício;

Período trabalhado pela reclamante;

Não pagamento de nenhuma verba rescisória, muito menos dos salários dos meses trabalhados.

3.2 DA RESCISÃO INDIRETA

A fim de afastar a sua responsabilidade a reclamada acusa indevidamente a reclamante de abandono de emprego. Analisando o diálogo entre a reclamante e a reclamada, no qual a reclamada tenta a todo custo incutir essa situação pressionando e provocando a reclamante a desligar-se da empresa a todo custo (documento anexo à inicial, ID XXXXXXX).

No entanto o que ocorreu foi a impossibilidade da manutenção do vínculo empregatício, em consequência da conduta da reclamada pois não cumpria com os deveres de empregadora, nunca fez o deposito do FGTS, tampouco recolhimento das contribuições previdenciárias, só efetuava o pagamento do salário após inúmeras queixas da reclamante, que frequentemente tinha que comprar alimentos no local de trabalho para que não faltasse a seus filhos.  COMO SE NÃO BASTASSEM OS ATRASOS SALARIAIS, estes, quando pagos, nunca atingiram o mínimo legal, fatos cabalmente comprovados e confessos pela reclamada.

A reclamada ao suspeitar do estado gravídico da reclamante, conforme demostrado na Inicial, começou a persegui-la e tentar de tudo para que pedisse demissão ou assinasse a dispensa no escritório em que ela indicava nas mensagens.

Evidente que a reclamada estava praticamente certa que a reclamante estava grávida, conforme conversa já apresentada (ID XXXXX e ID XXXXXXXX), e não contestada pela reclamada, mas que reforçamos a seguir:

INSERIR IMAGEM AQUI

Ora! Como uma relação empregatícia pode sustentar-se diante tantas irregularidades e infrações? Como manter um vínculo de trabalho se empregadora não confia em seu empregado? Vide ID XXXXXXXXX, colacionados à inicial:

INSERIR IMAGEM AQUI

A conduta da reclamada deu causa à presente demanda. Não poderia mais haver tolerância por parte da reclamante diante das violações a seus direitos e à sua DIGNIDADE. O ambiente de trabalho tornou-se insuportável, chegando ao ápice no momento em que a reclamada AFIRMOU não existir “mais clima” para a reclamante continuar a trabalhar na padaria, vide ID xxxxxxxx – pag. x, anexo à inicial.

A prestação de trabalho tornou-se insuportável, não por um, mas por vários motivos, todos por culpa exclusiva da reclamada. Ora! Se a própria reclamada afirmou que não havia clima para a reclamante continuar a trabalhar, como pode erigir a hipótese de abandono de emprego? Não faz sentido. Parece querer beneficiar-se da própria torpeza.

Por derradeiro insta salientar que a reclamante nunca teve a intenção de abandonar o trabalho, pelo contrário. Laborou por vários meses sem a anotação do contrato de trabalho em CTPS, sem o regular pagamento dos salários, sem a contribuição previdenciária, sem os recolhimentos do FGTS, em sua conta vinculada, sem queixar-se das horas extras trabalhadas aos domingos e feriados. Apesar disso a reclamante continuava a exercer suas atividades com assiduidade, zelo e compromisso. Contudo a reclamada permaneceu inerte quanto aos seus deveres de empregadora, apenas agravando as condições de trabalho até tornar insuportável a manutenção do vínculo empregatício, conforme cabalmente comprovado inclusive por confissão da reclamada.  

Sem fundamento hábil a afastar o direito da reclamante, a contestação apresentada não poderá elidir a pretensão requerida, devendo ser declarada a rescisão indireta do contrato de trabalho.

3.3 DA INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA

Alega a reclamada que não faz jus a reclamante a indenização substitutiva pela estabilidade, por não ter pleiteado a reintegração, entretanto é insustentável essa alegação haja vista a inviabilidade deste pleito.

A impossibilidade de reintegração é consequência da conduta faltosa da reclamada, agravada pela afirmação da própria reclamada que não existia “mais ambiente adequado” (ID xxxxxxxx) para a manutenção do vínculo empregatício, tornando assim insuportável a manutenção do contrato de trabalho, impossível a convivência diária por se tratar de uma empresa de pequeno porte onde as partes teriam contato direto.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (13.4 Kb)   pdf (72.9 Kb)   docx (16 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com