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Democracia

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Por:   •  9/9/2013  •  Resenha  •  421 Palavras (2 Páginas)  •  377 Visualizações

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um quadro onde, de um lado predominava o pessimismo e a perplexidade por parte dos adeptos do nacional-desenvolvimentismo, e de outro afirmavam-se os argumentos dos neoliberais que defendiam a abertura externa imediata e a rápida integração ao mercado mundial, a resposta dos países do Cone Sul deu-se a partir de uma perspectiva intermediária. A criação do Mercosul (Mercado Comum do Sul) em março de 1991 entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, ainda que mantendo as aberturas individuais, criou um espaço novo de integração regional. O acercamento Brasil-Argentina constituía a espinha dorsal desta integração regional que, ao contrário do que geralmente se afirma, não foi resultante unicamente da democratização, mas fruto de um processo anterior e bem mais complexo e profundo, do qual a redemocratização constitui apenas um dos aspectos.

No quadro internacional adverso que se criara desde o choque petrolífero de 1973 e da reorganização da economia internacional que se seguiu, a América Latina foi revalorizada como espaço prioritário para a política externa brasileira. O governo Geisel tratou de negociar com Buenos Aires o contencioso de Itapu, especialmente após 1976, com o início do Processo na Argentina (o Regime Militar). Quando ocorreu a Guerra das Malvinas em 1982, em pleno quadro da crise da dívida externa e da Nova Guerra Fria, o apoio brasileiro à Argentina amadureceu um processo de crescente convergência entre os dois países.

O retorno da democracia se dá portanto num conjuntura adversa do ponto de vista econômico e diplomático. Neste contexto, em 1985 foi assinada a Declaração de Iguaçu, em 1986 a Ata para Integração e Cooperação Econômica, e em 1988 o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento Brasil-Argentina. O que estava por trás desta cooperação era uma reação à marginalização crescente da América Latina no sistema mundial, a tentativa de formular respostas diplomáticas comuns aos desafios internacionais, a busca de complementaridade comercial, a criação de fluxos de desvio de comércio e um esforço conjunto no campo tecnológico e de projetos específicos.

Assim, o Mercosul não constituía um fim em si mesmo, nem o aspecto comercial representava o objetivo essencial, mas fazia parte de um projeto mais abrangente de redimensionamento da inserção internacional dos países da região. Quando os EUA anunciaram as articaulações para a criação do NAFTA (como reação ao estabelecimento do Mercosul e da União Européia), o Brasil respondeu lançando em 1993 a iniciativa da ALCSA (Área de Livre Comércio Sul-Americana) e estabelecendo com os países sul-americanos e africanos a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZoPaCAS), numa estratégia de círculos concêntricos a partir do Mercosul.

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