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Faculdades Metropolitanas Unidas

Por:   •  12/5/2020  •  Resenha  •  3.178 Palavras (13 Páginas)  •  241 Visualizações

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Faculdades Metropolitanas Unidas

Unidade: Itaim Bibi - Matutino

Curso de Direito: Ciências Políticas

Professor: Wanderley Andrade da Costa Lima

As dificuldades para aplicar a teoria de Thomas Hobbes no Estado contemporâneo

ThaliaSouza Macedo - 6671139

Isabela Maretti - 6635473

Thomas Campedelli Borges - 7247222

Marcos Aguileras Martins - 6677404

São Paulo, 2020

Parte I – O Homem

Na primeira parte da obra O Leviatã, Thomas Hobbes passa a discorrer os alicerces fundamentais de toda sua teoria. Hobbes expõe e discorre sobre o que seria a sensação, tão presente nas relações humanas, tais como seus desdobramentos – imaginação, ilusão, outros – e o poder destes ante aos homens, que se apegam firmemente à crenças atreladas àquilo que crêem ter sentido, seus significados e eventuais profecias oriundas de tais visões.

A compreensão da sistemática humana para idealização do pensamento e interpretação daquilo que capta, compreende e transforma em resposta – uma vez que todo movimento resulta em outro movimento – é aquilo que Hobbes associa ao princípio das ciências, lógica, cálculo e tudo aquilo que permeia uma sociedade. Ao homem tais questões são tão inerentes, que não há de ser possível uma construção de sociedade sem estas figuras.

As asserções que homens criam através da linguagem e do reconhecimento de cálculos, sinais e teoremas faz com que se desenvolvam teorias, que se discorrem através da utilização das palavras para que sejam ensinadas para uns e estudadas por outros. A capacidade do homem de fazer tais observações e de debate-las também o permite raciocinar sobre suas asserções e as consequências delas.

Sequenciando esta suposição, o autor nos descreve as paixões humanas como aquilo que causa no ser humano a vontade idealizadora do esforço, que, logo após sua existência, gera o movimento voluntário, qual seja falar, andar, mover o corpo.

Decorrente deste movimento que nos gera sensações, exsurgem o desejo e a aversão – opostos, mas oriundos de um mesmo objeto, dividindo-se em respostas opostas: o desejo atrai aquilo fruto do raciocínio do movimento, enquanto a aversão o repele, rejeita. Logo, deste silogismo criam-se os conceitos de “bom” e “mau”, que são gerenciados e utilizados ao longo de toda a obra, em sua maioria associados a natureza do homem.

Cada razão para desejo ou aversão por algo, em específico, dão origem aos sentimentos do homem: gentileza, ambição, esperança, avareza, interesse, repulsa. Todos estes intrinsicamente ligados ao raciocínio do homem ao imaginar-se no lugar daquele que viveu o fato, ou vivendo o evento propriamente dito. Desta feita, muitos dos movimentos voluntários praticados pelo homem provém da aprovação e desejo daquele resultado, no caso do desejo; ou na negativa e abster-se de agir, no caso de previsão de um resultado não desejado e prejudicial para si.

Justamente do interesse humano de atrair para si ou evitar proximidade com algo, utiliza-se a mais importante de suas habilidades, a linguagem, para conquistar seu objetivo. A oratória e a dialética são as ferramentas mais importantes de qualquer governante ou indivíduo que se proponha a comandar, persuadir ou gerenciar um povo ou grupo social.

A partir do décimo capítulo do livro, Thomas Hobbes passa a desenvolver seu conceito de poder, sua estrutura e de quais sensações e movimentos humanos ele é constituído e mantido. O poder se constitui das paixões humanas pelo orgulho, honra, desejo de reconhecimento, altos poderes de Estado, bem como torna o homem poderoso temido.

A honra é ponto importante do poder, uma vez que facilita sua chegada em posições privilegiadas e a fazer boas alianças. Destarte, nem todo poderoso mantém-se honroso, uma vez que pode ser acometido de grandiosa arrogância ou prepotência, agindo de forma temerosa e desarrazoada com seus súditos.

De toda forma, para se obter honra os homens submetem-se ao feitio de prazeres e paixões de outros homens influentes e importantes, provando sua integridade e caráter dignos de um título de nobreza, cargo ou similar.

Fato é que, sendo todos os homens movidos por paixões diferentes, movimentar-se-ão de formas diferentes, amarão e desprezarão coisas diversas uns dos outros. Tais divergências colidem entre si, fazendo com que homens busquem sobrepor suas vontades uns contra o outro. Eis a natureza do homem: buscar liderar uma relação de poder para que se mantenha satisfeito e sem oposições às suas paixões.

Lidando com esta realidade, exsurge a religião como uma forma de ligar o homem aos seus mais primitivos instintos, sensações – dentre elas a imaginação de um ser divino, criador de todas as coisas, neste caso, Deus – e que receberiam todas suas preces e seriam voltadas suas paixões.

Ante a necessidade do homem de apegar-se a Deus e suas paixões submeterem-se ao crivo das leis bíblicas, fatalmente homens movidos por seus interesses pessoais certamente valem-se da ignorância de outros, valendo-se de falsas profecias ou conhecimentos religiosos para conquistar fama e poder diante de leigos nesta seara, bem como estabelecer ordem na sociedade civil através da religião.

O controle social através da religião, para Hobbes, depende de como o clero trata o povo, bem como da mantença das crenças e imaginações divinas de forma pura e livre de desilusões, que pudessem desencadear eventuais incrédulos ou rebeldes. Assim como o líder de Estado deveria manter seu povo modestamente satisfeito, sem reclamações que ensejassem balbúrdias ou sua eventual queda.

Certamente, é impossível, dada da natureza do homem em buscar a satisfação de suas próprias paixões e rejeitar a ideia de submeter-se para satisfazer às paixões de outrem, que se mantenha constantemente a plena paz entre todo o povo. Quanto mais se tiver, mais se buscará, mais ambição se criará e muito mais o homem buscará pra si, ainda que custe a diminuição do bem, interesse ou espaço de outro. Daí, a figura padronizada do homem que Hobbes discorre em sua obra, e a constante luta pela construção de uma sociedade com o máximo de equilíbrio possível, com homens ponderando e equilibrando seus instintos e ideais, na busca de uma sociedade justa, onde a paz social reine.

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