Filme Da Pra Fazer

O filme é um relato da luta anti-manicomial que ocorreu na Itália. No decorrer da história, são narradas as condições nas quais os pacientes julgados como clinicamente incapazes se encontravam antes da intervenção de Nello, que foi contratado para o cargo de diretor da Cooperativa composta pelos mesmos.

A princípio, a função de Nello era apenas gerenciar as atividades dos sócios, que realizavam trabalhos como pregar selos e etiquetar preços, como forma de garantir-lhes alguma utilidade, posto que a maioria havia sido recusado pelos familiares já que eram considerados “inúteis” para o mercado de trabalho.

A proposta de Nello era fundar uma Cooperativa de Sócios onde as ideias e as habilidades de cada um seriam parte fundamental na execução dos ofícios. Dessa forma eles se uniram para realizar trabalhos com parquet, que inicialmente foram financiados por Nello, até conquistarem notoriedade e reconhecimento com a ideia brilhante de fazer mosaico com as sobras de madeira.

A Coorporativa 180 foi elemento crucial para estes pacientes pois, foi por meio desta que eles passaram a se reconhecer como indivíduos “normais”, que tem controle de suas vidas, aprendendo a conquistar e utilizar o próprio dinheiro.

Relacionando as ideias centrais de direitos humanos e relações de trabalhos tratadas no filme com o conteúdo estudado durante este período, é importante destacar alguns pontos explicitados no filme.

Em relação às garantias dos direitos humanos, das quais são assegurados a todos o direito à liberdade que, no caso, seria a escolha do que julgam ser melhor. No filme esse elemento pode ser constatado quando os sócios exercem seu direito ao voto, opinando entre as propostas que foram apresentadas, inclusive, uma feita por Nello para abdicarem de seus salários para um bem maior. No entanto, eles se posicionaram contra tal ideia. Analisando o filme do ponto de vista do que foi exposto na matéria de sociologia, podemos observar as ideias elaboradas por Marx sobre as relações de trabalho. Um dos conceitos observados no filme é o de classe para si, que é a junção de indivíduos que possuem a mesmas condições materiais de existência e se agregam para defender seus interesses. Fato esse que pode ser constatado no filme quando os sócios se uniram em prol da fundação da Cooperativa, e, a todo momento este conceito foi reafirmando quando as decisões eram tomadas de forma coletiva, levando em consideração a vontade da maioria.

Débora Juliane Damasceno