INICIAÇÃO À HISTÓRIA DA FILOSOFIA: DOS PRÉ-SOCRÁTICOS A WITTGENSTEIN
Por: darcneice • 7/12/2016 • Trabalho acadêmico • 15.446 Palavras (62 Páginas) • 1.365 Visualizações
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Aluna: Darc Peres
Turno/semestre: Direito – matutino - 2º semestre de 2012
Disciplina: Filosofia Geral e Jurídica
MARCONDES, DANILO. INICIAÇÃO À HISTÓRIA DA FILOSOFIA: DOS PRÉ-SOCRÁTICOS A WITTGENSTEIN. 13ª Edição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010. 303 páginas.
INTRODUÇÃO
A obra, Iniciação à História da Filosofia Dos Pré-Socráticos a Wittgenstein, escrita por Danilo Marcondes, visa primordialmente ao leitor e alunos que toma seu primeiro contato com a filosofia, e ao interessado sem nenhum conhecimento filosófico prévio, com a didática clara e simples e com citações de textos filosóficos. Foram selecionados aspectos da tradição filosófica que parecem mais representativos dessa tradição ao longo da história, desde o seu surgimento até o período contemporâneo, com privilégio de uma linha de tratamento desde Platão e Aristóteles, passando pelo ceticismo no período do helenismo e pela retomada do ceticismo no início do pensamento moderno, até Descartes, os empiristas, Kant, Hegel, Max e a crítica da ideologia, chegando a questão da linguagem na filosofia contemporânea, foram destacadas as ideias influências e os acontecimentos e vice-versa. Ressaltando os filósofos mais importantes, assim como pensadores e áreas da filosofia que se destacaram, situando-se no tempo e espaço, lugares onde surgiram, contexto histórico, político e econômico. Fazendo com o leitor, desde o mais leigo ao mais esclarecidos entendam a filosofia de cada pensador e que sirva de ponto de partida, um primeiro passo, no longo, mas fascinante, caminho da reflexão filosófica.
A Filosofia surge nas colônias gregas do mar Egeu, elabora-se em Atenas, passa pelo cristianismo surgido na Palestina, desenvolve-se no mundo helênico, é apropriada pelo mundo latino e cristão, renova-se com o pensamento árabe, rompe com a tradição no início do período moderno. Mesmo havendo contestações, rupturas entre as filosofias, não foi descartada por total uma filosofia, foram algumas reformuladas e contestadas.
FILOSOFIA ANTIGA – AS ORIGENS
1. O SURGIMENTO DA FILOSOFIA NA GRÉCIA ANTIGA
Um dos modos simples e menos polêmicos de se caracterizar a filosofia é através de sua historia: forma de pensamento que nasceu na Grécia antiga, por volta do séc. VI a.C. Aristóteles, no livro I da Metafísica, talvez tenha iniciado essa concepção e definia Tales de Mileto como o primeiro filósofo. Podemos considerar tal caracterização praticamente como unanimidade, que costuma ser raro entre os historiadores da filosofia e os especialistas na área.
Os diferentes povos da Antiguidade – assírios e babilônios, chineses indianos, egípcios, persas e hebreus - tiveram suas formas de explicar os fenômenos e processos naturais, porém, só os gregos fizeram ciência. É a cultura grega que podemos identificar o principio deste tipo de pensamento que podemos denominar, nesta sua fase inicial, de filosófico-científico.
O pensamento mítico consiste em uma forma pela qual um povo explica aspectos essenciais da realidade em que vive: a origem do mundo, o funcionamento da natureza e dos processos naturais e as origens deste povo, bem como seus valores básicos.
O pensamento filosófico-científico representa assim uma ruptura bastante radical com o pensamento mítico, enquanto forma de explicar a realidade, no séc. VI a C. essa ruptura com o pensamento não se dá de forma completa e imediata.
Mythos é o termo grego que caracteriza o discurso imaginário e que às vezes pode ter o sinônimo de mentira. O mito é fruto de uma cultura, onde a transmissão é basicamente oral e de origem cronológica indeterminada, ele reflete a visão de mundo de determinados indivíduos, de uma sociedade onde presume-se adesão e aceitação por parte destes. O mito não se submete a críticas uma vez que não é justificado ou fundamentado, é de certa forma paradoxal uma vez que pretende explicar a realidade por meio do mistério e do sobrenatural, sendo assim inexplicável.
B- Noções fundamentais do pensamento filosófico-científico
A principal contribuição desses primeiros pensadores ao desenvolvimento do pensamento filosófico-científico: encontra-se em um conjunto de noções que tenham explicar a realidade e que constituirão em grande parte de conceitos básicos das teorias sobre a natureza que se desenvolverão a partir de então. Trata-se do momento de seu surgimento, a filosofia e a ciência tem ai seu início em nossa tradição cultural.
- A physis
Aristóteles (Metafísica I, 2) chama os primeiros filósofos de physiólogos, ou seja, estudiosos ou teóricos da natureza, sendo o primeiro objeto de investigação dos filósofos-cientistas é o mundo natural.
b. A casualidade
A característica central da explicação da natureza. Explicar é relacionar um efeito a uma causa que acontece e o determina.
c. A arqué (elemento primordial)
Pensamento de um elemento primordial que servirá de ponto de partida para todo progresso. O primeiro a formular essa noção é exatamente Tales de Mileto, que afirma ser a água (hydor) o elemento primordial.
c. O cosmo
Mundo natural, espaço celeste, realidade ordenada de acordo com certos princípios racionais, uma ordem hierárquica, de uma ordenação racional, harmonia e mesmo beleza, de onde surgiu o termo cosmético. Princípios das leis que regem, organizam essa realidade.
e. O logos
Significa literalmente discurso, fundamental para uma explicação, em que razões são dadas, é nesse sentido que os discursos dos primeiros filósofos, que explica o real por meio de causas naturais. O logos é difere fundamentalmente do Mythos- a narrativa de caráter poético que recorre aos deuses e ao mistério da descrição do real.
f. O caráter crítico
O primeiro a formular essa noção foi Tales de Mileto, que afirmava ser a água (hydor) o elemento primordial.
Para os filósofos da escola jônica, a explicação do mundo está nele próprio e não fora dele e é denominado como naturalismo, apresentando assim, uma ruptura radical com o pensamento mítico, apesar de não ter sido completa e imediata
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