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Impugnação Perícia

Por:   •  28/5/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  947 Palavras (4 Páginas)  •  199 Visualizações

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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a)

JUIZ(A) DE DIREITO DA  VARA CÍVEL DA COMARCA DE XXXXXX.

Autos nº

        

JOSÉ PAULO PIRES DA SILVA, já devidamente qualificado nos autos da Ação de Concessão de Benefício Assistencial, sob o número em epigrafe, que move em desfavor do Instituto Nacional Do Seguro Social - INSS, também já devidamente qualificado, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência por sua procuradora manifestar-se sobre Laudo Pericial apresentado pela Ilustre Perita Dra. XXXX, CRM XXX, nos termos que segue:

A Ilustre perita foi designada pelo Nobre Julgador para realizar perícia a fim constatar a incapacidade laborativa do Autor, tendo em vista que o mesmo foi diagnosticado com Transtorno de Ansiedade Generalizada, CID-10 F41.1.

Para tanto, no dia 05/09/2017, fora realizada perícia médica pericial no ora demandante (ff. 115/119).

Entretanto, como será demonstrado, descabida se faz a conclusão da respeitável perita, sendo o laudo pericial confuso e insuficiente, porquanto passa-se a expor:

Das Respostas aos Quesitos Acerca do Estado de Incapacidade do Autor

A Nobre Perita fora questionada acerca da incapacidade laborativa do Autor, se temporária ou permanente, se total ou parcial, inclusive se a doença a qual está acometido lhe impediria de exercer qualquer atividade que lhe garanta subsistência.

Entretanto, as respostas da médica perita não foram esclarecedoras, limitando-se a responder ao primeiro quesito do Juízo, sendo que apenas neste quesito desenvolveu sua resposta, onde apenas dissertou sobre a enfermidade que acomete o Autor de forma generalizada à todos os pacientes, e ao que geralmente ocorre, sem contudo avaliar especificamente o Autor e responder os quesitos especificamente formulados sob o caso dos autos.

Sendo assim, merece guarida a presente Impugnação, porquanto o laudo apresentado em nada esclarece sobre a doença e a incapacidade do Autor, visto que o mesmo merece ser avaliado conforme o seu caso concreto e não como geralmente ocorre à paciente acometidos por Transtorno de Ansiedade Generalizada, CID-10 F41.1.

A perita responde ao quesito I do Juízo, f. 116 “(...) pode-se afirmar que os sintomas ansiosos da enfermidade em comento podem ser controlados, desde que a doença seja tratada e acompanhada por médico psiquiatra, não incapacitando, em geral, os doentes para o exercício de atividades laborais”.

No entanto, não responde nos autos se o Autor, especificadamente, é ou não incapaz, se limitando a responder os quesitos seguintes com a afirmação de ausência de incapacidade, sem, no entanto, desenvolver sua resposta e sem justificar quais os meios utilizados para chegar a conclusão exposta em sua resposta.

Ressaltamos ainda que a incapacidade laborativa e para atividades da vida diária do Autor já havia sido reconhecida pela perícia do próprio INSS, conforme se comprova à f. 35, onde há prova que a Perita do INSS Patrícia Maria Santos Correia, aos 18/05/2015, realizou perícia no Autor e concluiu FAVORAVELMENTE à concessão do benefício, indicando a enfermidade CID F 411.

O Motivo de indeferimento do benefício ao Autor foi devido a renda per capita superior à ¼ do salário mínimo, e não por ausência de incapacidade, f. 37.

É certo que o julgador não está adstrito à conclusão contida no laudo pericial (art. 479, CPC), mas a simples leitura do mesmo demonstra que a r. Perita não buscou comprovar a existência ou não da incapacidade laborativa do Autor, somente limitando-se a responder negativamente os quesitos apresentados.

Ora, o fato de a própria perícia do INSS concluir pela incapacidade laborativa e atividades da vida diária do Autor é suficiente para afastar a conclusão equivocada do laudo pericial, porquanto a doença do Autor lhe causa sim incapacidade laborativa, preenchendo todos os requisitos que autorizam a concessão do benefício requerido, porquanto não possui mais condições de exercer labor e sustentar a si próprio.

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