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LIVRO “MITOLOGIA GREGA VOL.1”

Por:   •  5/12/2018  •  Relatório de pesquisa  •  1.251 Palavras (6 Páginas)  •  191 Visualizações

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LIVRO “MITOLOGIA GREGA VOL.1”

DE JUNITO BRANDÃO

1. CAPITULO 1:  MITOLOGIA GREGA: PRELIMINARES

I – Na primeira parte do primeiro capitulo, Brandão irá atestar que o mito se apresenta em forma escrita, e a escrita por sua vez, desfigura o mito de algumas de suas características, tal como suas variantes; a escrita enrijece-o e fixa-o sob uma única forma definitiva. Por outro lado, a escrita distancia o mito do momento da narrativa, das circunstâncias e da maneira como este – a narração – converter-se-ia numa espécime de ação sagrada. “Um mito escrito é como uma foto para uma pessoa viva.” Ainda, segundo Brandão encontramos um semi-poblema na mitologia grega. Nela, não encontramos um único mito em contexto ritual, como as demais mitologias. A mitologia grega nos chegou através da poesia, da arte figurativa e da literatura erudita, uma documentação de cunho profano, mesmo que tivesse por suporte o mito. Mesmo que o liame desse suporte entre as artes e a religião fossem grande, os poetas não obedeciam a critérios, exclusivamente religiosos, mas também a ditames estéticos, visto que toda obra de arte possui exigências intrínsecas. A distância entre narrar um mito, que é uma práxis sagrada  em determinadas circunstâncias e para determinadas pessoas, e compor uma obra de arte alicerçada no mito, vai de uma distância muito grande. Brandão dá como exemplo dessa deturpação a famosa lei das três unidades(tempo,ação e lugar) – embora sua formulação seja tardia, ela está presente na tragédia clássica -, que não é válida para o mito, que se desloca livremente no espaço e tempo. Para reduzir um mitologema a uma obra de arte, o poeta terá que fazer alterações violentas, a fim de fazer com que a ação resulte única, se desenvolva num mesmo lugar e caiba num dia. Tanto que, não é à toa que a tragedia grega se inicia in medias res. Brandão continua, e diz que a redução de um mito a uma obra de arte trás, também, consequências à documentação mitológica. Insto é, o mito vive em variantes, ora a obra de arte só pode apresentar uma dessas variantes, impondo assim uma só das diversas variantes à consciência publica. Isso canoniza o mito e traz um esquecimento de variantes menos importantes artisticamente, mas, porém importantíssimas do ponto de vista religioso

II – Na segunda parte do primeiro capitulo, Brandão começa dizendo que os mitos não sofreram alterações tão-somente pelos poetas e artistas – que, ainda assim, o aceitavam e o mantinham(o mito) –, mas também pelos Pré-socráticos que tentaram – não todos – desmitizar ou dessacralizar o mito em nome do logos, da razão. Ele continua, e diz que a ascensão do racionalismo jônico coincide com com uma crítica cada vez mais corrosiva da mitologia “clássica” - de Homero e Hesíodo em si – e que se em todas as línguas europeias o “mito” denota “ficção”, é porque assim proclamaram os gregos há vinte e cinco séculos. Ressalta que, a crítica dos filósofos jônicos não visava o pensamento mítico ou a essência do mito, mas sim aos atos e atitudes dos deuses. Em nome de uma ideia cada vez mais elevada de deus, era impossível – para os pré-socráticos, mas especificamente Xenófanes – que um Deus verdadeiro fosse injusto, vingativo, adúltero e ciumento. Xenófanes, repele a ideia de que os deuses tenham um princípio e que se assemelhem aos homens, pois Xenófanes concebe a ideia de um Deus mais sério, que esteja acima de todos os deuses e homens; que nem sua forma e pensamento se assemelhe aos mortais. Nessa continuidade de “golpes contra o mito”, Demócrito, com seu sistema mecanicista , reduz tudo a entrechoque de partículas insecáveis, ingênitas denominadas átomos.  Assim Demócrito, diz que os deuses vulgares e a mitologia nasceram da fantasia popular. Para Demócrito, os deuses existem, mas são entes superiores aos homens, embora compostos ainda de átomos e, portanto, sujeitos à lei da morte. Brandão continua e diz que existem outros dois entraves para o mito: a dicotomização e a politização.  A primeira teve por Corifeu(521-411 a.C), um dos maiores poetas e religiosos de Hélade, acometido em nome da moral, afirmou que apenas uma, dentre as diversas variantes de um mitologema, pode ser considerada verdadeira e que só pode atribuir aos deuses as ações de caráter bom. Tal como em Ésquilo, que depurou o mito e extraiu dele somente a variante sadia, dizendo que os poetas devem ser imperiosos e honestos, pois são modelo educador dos jovens, tal como é o professor para as crianças. Brandão, fala da politização, que fez com que todos os heróis tivessem, em sua trajetória – já que era uma característica dos heróis: a peregrinação – passado por Atenas. Isso se deu por um interesse politico, de hegemonia politica, fabricando genealogias aos heróis e atribuindo-lhes importantes fatos históricos com total inversão cronológica.

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