Linchamento Físico e Virtual: Causas e consequências sob a análise do caso
Por: vitoriapinon • 29/3/2020 • Artigo • 641 Palavras (3 Páginas) • 184 Visualizações
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB – Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais – FAJS
Disciplina: Monografia I
Tema: Linchamento físico e virtual: causas e consequências sob a análise do caso “a chacina do Guarujá (2014)”.
Aluna: Vitória Pinón Fernandez
AVILA, Gustavo Noronha de; RAMOS, Marcelo Buttelli. “EU, VIGILANTE”: (re)discutindo a cultura punitiva contemporânea a partir das redes sociais. Revista de Estudos Criminais, n.52- Doutrina Nacional, p. 147-161, janeiro/março. 2014
INTRODUÇÃO
O imediatismo e a busca de reafirmação no âmbito das redes sociais estão cada vez mais acentuados. Neste liame, os autores abordam a cultura punitiva existente nas redes sociais.
REDES SOCIAIS E VIGILÂNCIA
Atualmente as redes sociais são as principais difusoras do medo e da insegurança, uma vez que expõe uma sociedade violenta e desorganizada. “a banalização do mal faz a violência ganhar um status de “destino nacional””. (página 149).
Neste seio, a sociedade se encontra em colapso, em uma paranoia em torno da insegurança pública criando estereótipos sociais que legitimam o discurso do extermínio dos agressores virtuais.
Com o advento da globalização, a internet é quem movimenta o campo da comunicação, tomando o espaço da mídia tradicional que detinha a circulação de noticias controladas e supervisionadas para a disseminação de noticias amplificadas, interpretadas por uma “sociedade marcadamente desigual, predatória e punitivista, tal como é a brasileira”. (página 150).
Estas manifestações cruéis pelas mídias geram o fenômeno do “etiquetamento”. Decorrente da insegurança e do fluxo informacional, os indivíduos inseridos socialmente são convidados a opinar sobre questões criminais. Estes sujeitos na grande maioria das vezes são respaldados por discursos sensacionalistas com o intuito de “apontar e catalogar –com uma facilidade incrível- os responsáveis pela violência urbana, a quem querem encarcerar, neutralizar”.
Nessa perspectiva algo que caótica: i) acirrados debates são travados entre aqueles que, na contramão do discurso punitivo, buscam argumentar a prevalência dos direitos individuais, e aqueles que se fizeram enamorados pelo ideal salvacionista e higienizador consubstanciado na teoria da nova defesa social 15; ii) imagens de suspeitos são publicadas sem qualquer preocupação quanto à fonte (e, mais importante, sem qualquer respeito ou consideração no que toca à dignidade daquele que se envolve numa situação problemática); iii) a cada descoberta de um crime violento, setores bastante específicos da sociedade convulsionam - numa serie sucessiva de espasmos histéricos - clamando por "justiça"; iv) a escalonada da violência é explicada, à direita e à esquerda, pelo velho argumento da "impunidade", que se pretende suficiente para fins de legitimar o endurecimento cíclico do sistema penal; v) atualmente e por fim, a "pena" projetada/desejada como "solução" é, senão o linchamento , a morte. (página 152).
O discurso dos dias de hoje demandam um endurecimento do sistema penal brasileiro através do populismo punitivo que indicam o fracasso dos mecanismos de controle estatal da criminalidade. “O sistema penal somos nós”. (página 155).
A (CONTRA)INTRUMENTALIZAÇÃO DAS MÍDIAS ÁGEIS NA ERA DO PUNITIVISMO: COMO A VELOCIDADE DAS REDES SOCIAIS PODE REPRESENTAR UM RETROCESSO NO DEBATE SOBRE OS DIREITOS DO HOMEM APRISIONADO
Linchamento virtual?
[...] em torno da implicação negativa das redes sociais no que tange ao debate sobre a violência urbana, o crime e as suas formas de controle é a de que este é o espaço de manifestação pretensamente público e plural, cujo princípio básico é a formação de comunidades para o diálogo, tornou-se, em larga medida, um grande confessionário, onde cada usuário despeja no ciberespaço (muitas vezes anonimamente) as suas impressões sobre cada um [...]. (página 156).
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