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O Ensaio sobre a Dadiva

Por:   •  20/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.220 Palavras (5 Páginas)  •  432 Visualizações

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Ensaio sobre a Dadiva

Há anos nossa atenção dirige-se para o processo de regime contratual e para o sistema de prestações econômicas, desde as sociedades consideradas arcaicas. Pode-se dizer que esse sistema se iniciou na era primitiva e hoje em dia ainda seguimos o mesmo padrão, "herdadas" desde aquela época. De todos os fatos sociais temos o ato involuntário como o traço mais profundo.

Seguimos um método em que graças a documentos e estudos filosóficos temos acesso à consciência das sociedades, pois se trata de termos e noções, restringindo assim as comparações.

Nas economias e direitos que procederam a nossa, não se constata troca de riquezas, de bens ou de mercadorias em mercados entre indivíduos. Em primeiro lugar, não são indivíduos, são coletividades que se obrigam mutuamente, trocar e contratar. As pessoas presentes ao contrato são pessoas morais: clãs, tribos, famílias, que se enfrentam e se opõem seja em grupos frente a frente num terreno, seja por intermédio de seus chefes, seja ainda dessas duas maneiras ao mesmo tempo.

As prestações e contraprestações acabam se estabelecendo de uma forma voluntaria, por meio de presentes, mesmo que as vezes sejam no fundo uma rigorosa obrigação, sob pena de guerra privada ou pública.

A evolução sempre foi algo natural, um dos primeiros grupos de seres com os quais os homens tiverem de estabelecer contrato, e que estavam la para contratar com eles, eram os espíritos dos mortos e os deuses.  Eles são os verdadeiros proprietários das coisas e dos bens do mundo. Com eles sempre foi mais fácil e seguro intercambiar. Os deuses que dão e retribuem estão presentes para dar uma coisa grande em troca de uma pequena.

Mais tarde, na evolução reaparecem os homens, voltando a ser representantes dos deuses e dos mortos.

O Kula é um sistema que engloba a totalidade da vida civil e econômica das Trobriands. Os Vaygu’a fazem trocas, as quais se encaixam em outros tipos de trocas que são muito variadas. Todos os Kulas, com exceção das uvalaku dão ocasião ao gimwali. Os Kula constituem uma associação, a qual começa por um primeiro presente, sendo esse o vaga. Não há certezas sobre o vaga, se ele será dado e as solicitações serão aceitas. A maneira como é feita a solicitação e a aceitação de presentes é costumeira. Aceitar algum presente é mostrar que quer entrar no jogo. Os presentes geralmente são preciosos e ao recebê-lo, esta se comprometendo a dar o vaga.  As dadivas de partida são superiores as dadivas de chegada. Existe todo um ciclo quando se envolvem as dadivas. Durante o periodo que dura as transições há uma troca de moradia e de comida. Todo Kula intertribial é o mais solene e o mais dramatico dentro de um sistema geral.         Apenas os chefes dos grupos locais e que saem de suas casas negociam e casam-se. O sistema das dadivas é o que transpassa a vida economica e moral dos trobriandeses. Os Trobriandeses e os Neocaledonio desenvolveram caracteristicas que viriam a se verificar nas sociedades aos arredores.  Onde se é identificado o Potlatch, há outras sociedades que fazem o sistema das dadivas também. Durante a estação do kere-kere não se pode recusar nada a ninguem.  Todos as ilhas da Asia meridional conhecem um mesmo sistema juridico e economico.  Essas tribos possuem uma economia extra-domestica e um sistema de trocas muito evoluido. A economia é muito extensa.

             No sistema de dadivas, a vida material, a vida moral e a troca funcionam de forma obrigatoria porem ao mesmo tempo desinteressada. O potlatch é o proprio sistema das dadivas trocadas. A certeza da retribuição faz com que as dadivas sejam circuladas.  Em alguns lugares de potlatch deve ser gastado tudo que se tem e não se pode conservar nada. O antagonismo e a rivalidade são a base de tudo. Tudo se é concebido como se fosse uma luta de riqueza. Os bens são perdidos como na guerra. A noção de honra que é fortemente marcada, causa devastações. É considerado honra os serviçoes mutos em porlatch tlingit haida. O potlatch é um fenomeno social no qual consiste da reunião das tribos, dos clãs e das familias.

           A essencia do porlatch é a obrigação de dar. Fica clara a obrigação de convidar quando se é de clã para clã ou de tribo para tribo. Os convidados devem ser pessoas quem podem e que consentem ou que vem para a festa. O potlatch é um ato fundamental para que haja um reconhecimento de todos os sentidos. Não se pode recusar uma dadiva. O potlach todo é a obrigação de retribuir. Sempre se é retribuido com juros. Quando não se pode retribuir o potlach, o homem perde a condição de homem livre.

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