O Processo e Ideologia
Por: Liisps • 31/5/2018 • Resenha • 1.152 Palavras (5 Páginas) • 424 Visualizações
Constituição, Estado e Processo
Resenha crítica
Este trabalho busca levantar uma crítica sobre a obra Processo e Ideologia do autor Ovídio de Araújo Baptista da Silva.
Prof. Carlos Augusto Pires Brandão
Lissandra Pimentel de Sousa
Floriano-PI
2018
Resumo da Obra
Logo no início, Ovídio Baptista critica o paradigma racionalista e filosofias liberais iluministas em tentarem fazer do direito uma ciência, bem como sobre a necessidade de superar o dogmatismo, para que o direito aproxime-se do seu leito natural de ciência da cultura.
Ovídio Baptista aponta que nossas instituições tanto universitárias como legislativas impõem o comportamento dogmático, onde o sistema obriga-nos a pensar o direito processual civil como instrumento conceitual.
Nota-se diversas considerações sobre ideologia elencadas pelo autor com intuito de facilitar a compreensão do tema com o direito processual civil, citando Francis Bacon, o mais ilustre representante do racionalismo como sendo o autor da primeira manifestação do pensamento ideológico e sua célebre doutrina dos ídolos. Embora nunca tenha usado o termo ideologia a própria concepção dos idola, como uma falsa representação da realidade coincide para a maioria das doutrinas como pensamento ideológico.
Ovídio Bapstista cita vários autores que contestaram a utilidade do conceito de ideologia, e sustentaram o fim das ideologias como forma de conquista do pensamento contemporâneo, bem como alerta sobre dois riscos sobre a discussão ideológica. O primeiro risco está representado pela tendência que temos de atribuir a nossos opositores a condição de ideológicos, na suposição implícita de que temos acesso a verdade absoluta. O segundo risco é de que o “outro” não conseguiria atingir a nossa verdade, tida como única e válida.
O autor destaca a interpretação do pensamento de Fukuyama sobre o “fim da história”, onde seus argumentos insistem que as ideologias dos escravos foram responsáveis pela realização das sociedades baseadas na liberdade. Ele imagina uma sociedade tolerante e conformada com o próprio destino.
De acordo com o autor, devemos nos livrar das ideologias totalizantes capazes de submeter-nos a um relativismo e a um historiscismo absoluto, onde os pontos de vista teriam idêntico valor. São trazidas as objeções contra a validade da ideologia, bem como o tratamento dado por aqueles que a rejeitam.
O autor enfatiza diversas teorias de diversos pensadores e os conceitos que eles dão a ideologia, utilizando o pensamento de Karl Mannheim, bem como a dificuldade na busca de um conceito de ideologia minimamente incontroverso.
De acordo com Ovídio Baptista, Karl Mannheim utiliza o que os marxistas chamam de “falsa consciência”, que nos auxiliarão nas distorções causadas pela ideologia, destacando-se a descrição da ideologia burocrática.
Ao analisar o pensamento de Karl Mannheim ou pensamento utópico, podemos distinguir facilmente ideologia, utopia . Mannheim opõem ideologia e utopia, uma vez que o pensamento ideológico se identifica com o passado que se busca perenizar, já a utopia procura introduzir na realidade algo futuramente desejado.
Destaca-se entre as formas de distorções ideológicas trazidas por Mannheim aquelas, é a representada pelas práticas, que tendo sido válidas para uma determinada situação histórica, deveriam ser abandonadas, por se mostrarem não mais condizentes com as novas experiências políticas, sociais, econômicas e filosóficas.
De acordo com Ovídio Baptista, o conhecimento torna-se ideológico quando deixa e levar em conta as novas realidades, lindando com as situações práticas através de formas de pensamentos que as ocultem ou a retratem através de categorias impróprias.
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