O TRANSTORNO DELIRANTE E TRANSTORNO INDUZIDO
Por: Carla Santos • 22/11/2018 • Projeto de pesquisa • 1.220 Palavras (5 Páginas) • 327 Visualizações
UMC
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
TRANSTORNO DELIRANTE E TRANSTORNO INDUZIDO
SÃO PAULO
2017
INTRODUÇÃO
Transtorno delirante, anteriormente chamado de distúrbio paranoico, é um tipo grave de doença mental chamada de “psicose”, em que uma pessoa não pode dizer o que é real ou o que é imaginado, nada e ninguém consegue convencê-los do contrário, ainda que lhes apresentem provas incontestáveis da negativa existencial de tais fatos. A principal característica desta doença é a presença de delírios, crenças inabaláveis em algo falso ou sem base na realidade.
Palavra chave: Transtorno delirante, Sintomas, Diagnóstico, Responsabilidade Civil.
TIPOS DE TRANSTORNOS:
Erotomania: pessoa acredita que alguém importante ou famosa, está apaixonada por ela, podendo entrar em contato com a pessoa que é seu objeto de ilusão, exemplo: caso do homem que tentou matar Ana Hickmann, ele acreditava que ela o amava, sendo que ela nem o conhecia. - Delírio de grandeza: pessoa com sentido sobre-inflado do valor, poder, conhecimento, a pessoa acredita que tem um grande talento ou fez uma importante descoberta. - Delírio Ciumento: pessoa acredita que seu cônjuge ou parceiro é infiel, fixa esta ideia na cabeça, e ainda que não existam provas de adultério o individuo continuará acreditando ser verdade. - Delírio de perseguição: pessoa acredita que está sendo espionada, perseguida por alguém próximo a ela ou membro do governo, que estão planejando algo contra sua vida. - Delírio somático: são os que afetam o corpo e os sentidos, pessoa acredita ter um problema médico, podem estar relacionados à aparência, doenças ou infestações. Exemplo: indivíduo que acredita ter problemas dermatológicos, como odor, infestação de insetos, ou algum órgão que não está funcionando corretamente. - Delírio misto: são pessoas com dois tipos de transtorno delirante listados acima.
Sintomas: Surge num transtorno de personalidade paranoide preexistente, a pessoa age com uma desconfiança disseminada, suspeitando das outras pessoas e suas motivações. Os sintomas começam no início da fase adulta, se estendendo por toda a vida, no começo a sensação de estar sendo explorada, preocupação com a lealdade ou fidedignidade dos amigos, vem acompanhado de mau humor, irritação, na grande maioria são acometidos por delírios não-bizarros, duram por no mínimo 1 mês, alucinações (ver, ouvir ou sentir coisas que não estão realmente presentes).
Diagnóstico e Tratamento: Depende da avaliação clínica, histórico de comportamento do paciente, o tratamento inicial sugere medicação anti-psicóticas e psicoterapia, nos casos mais graves em que o paciente é considerado perigoso caberá internação.
TRANSTORNO DELIRANTE INDUZIDO
O transtorno delirante induzido ou Folie à deux, afeta indivíduos que primariamente possui a doença psicótica e a transfere para um ou mais sujeitos, considerados secundários em relação a origem do delírio, geralmente estas pessoas são ligadas entre sí no plano emocional, passam de mãe para filho, parceiro e vice e versa, as ideias delirantes são induzidas nas outras pessoas e são abandonadas no caso de separação do vínculo afetivo com estas pessoas.
Um caso do qual podemos demonstrar claramente este problema, se trata da influência de uma mãe (psicótica primaria) que alegava ser Médium, sobre sua filha M. (psicótica secundária) ao induzi-la a acreditar que recebeu uma mensagem mediúnica, da qual mostrava que familiares da sua filha e seu esposo queriam mata-la, fazendo com que a filha acreditasse e desenvolvesse delírios psicóticos, que a levaram numa tentativa de suicídio, sendo impedida pelo esposo, quando questionada pelos médicos do que a levou atentar contra própria vida a mesma disse que não queria se matar, que foi motivada por um impulso de origem incerta para ela. Embora não vivessem em nenhuma situação de confinamento, mãe e filha tinham convivência bem próximas, eram simpatizantes do espiritismo e a mãe tinha grande influência nas atitudes de M. Infelizmente, a mãe da paciente não aceitou ir a nenhuma consulta. A cura da filha ocorreu após tratamento com medicamentos específicos e o afastamento da mãe pelo período de tratamento, que não mais a influenciou.
Sintomas: Os delírios surgem através do estreito relacionamento com outra pessoa, sua forma é idêntica aos delírios da outra pessoa, e diminuem ou desaparecem quando o indivíduo com Transtorno Psicótico Secundário é separado do indivíduo com o Transtorno Psicótico primário.
Tratamento: nestes casos, a psicoterapia e o afastamento da pessoa com o ente familiar Psicótico Primário (que se recusa ao tratamento psicológico) por tempo necessário para cura ou controle da doença podem ser suficientes, nos casos mais graves requer medicação anti-psicóticas e internação.
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