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OS IMPACTOS DO SISTEMA JURÍDICO EM RELAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO PORTO DE SANTOS

Por:   •  27/3/2016  •  Projeto de pesquisa  •  2.914 Palavras (12 Páginas)  •  504 Visualizações

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MARCO AURÉLIO FREITAS VIEIRA

OS IMPACTOS DO SISTEMA JURÍDICO EM RELAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO PORTO DE SANTOS

 

Projeto de dissertação para o programa de Mestrado Acadêmico de Direto e Desenvolvimento – Fundação Getulio Vargas.

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo investigar os impactos do sistema jurídico que compõe a normatização específica no Porto de Santos em relação ao desenvolvimento econômico sustentável. A sustentabilidade está em pauta no contexto regional. Contudo, será a região que se beneficia na prática desta sistemática?  A pesquisa terá ponto de partida na análise da estrutura legal portuária, a evolução histórica da temática e o mapeamento do atual cenário e todos os atores nela inseridos. Em sequência, a pesquisa terá por escopo a investigação e sua aplicação pelas empresas, verificando todas as variáveis que contribuem para competitividade; quantos e quais projetos ligados à sustentabilidade são beneficiados ou impedidos pelo estrutura jurídica, assim como a qualidade dos mesmos. Com o presente projeto de estudo, espera-se identificar possíveis soluções e fomentar o debate entre todos os interessados.

I - Introdução

O Brasil conta com um Sistema Portuário composto por trinta e sete                                       portos públicos e quarenta terminais privativos em uma extensão de mais de oito quilômetros de extensão. Este sistema representa mais de noventa por cento da movimentação de carga realizada com o mercado internacional.

O Porto de Santos, objeto da presente pesquisa, tem uma extensão de cais de 15.960 metros e área útil total de 7,8 milhões de metros quadrados. Conta com 55 terminais marítimos e retroportuários e 65 berços de atracação, dos quais 14 são de terminais privados entre eles Cutrale, Dow Química, Usiminas, Valefértil, BTP e Embraport.

A região impactada pelo retro mencionado Porto é a Metropolitana da Baixada Santista – RMBS – porção central do litoral do Estado de São Paulo, que abrange áreas insulares e continentais, sendo composta por nove Municípios: Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente.

Para compreender a evolução do sistema, cumpre traçar um breve histórico do tema principal. O sistema portuário brasileiro teve como ponto de partida com promulgação da Carta Régia em 1809, o que possibilitou a abertura dos portos às nações amigas. Na década de 30 do século passado, com o intuito de modernizar as atividades, o sistema teve sua primeira reforma no Estado Novo sob a égide de Getúlio Vargas. Na sequencia, podem-se destacar ações significativas, tais como a  criação do DNPVN – Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis em 1963, a criação do Grupo Executivo para Integração das Políticas de Transportes – GEIPOTem 1965 e por derradeiro a instituição da PORTOBRÁS - Empresa de Portos do Brasil S. A em 1975 que englobou e gestão dos portos e hidrovias.

Em 1993, o advento da Lei de Modernização dos Portos marcou o setor para que tal regulação pudesse adequar a sistemáticas às demandas internacionais e trazer melhorias ao segmento. Cabe ainda destaque, que para configurar a estrutura institucional, como se apresenta atualmente, houve a criação da agência reguladora do setor a ANTAQ – Agência Nacional de Transporte Aquaviário em 2001, a criação da Secretaria Especial de Portos e em 2007 e  a instituição de Ministério próprio com uma visão estratégica e desenvolvimentista. Em 07.12.2012,  foi editada a Medida Provisória 595 – MP dos Portos, trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiência dos portos brasileiros e, principalmente, estabelecer novas regras para as concessões de portos. Tal medida, com a pressão do Governo Federal junto às casas do Congresso Nacional, foi transformada em 05.06.2013, após o acolhimento de 137 emendas, na Lei 12.815/2013.

II - Pergunta de pesquisa

Ao final da investigação, espera-se obter respostas às perguntas que respaldaram o interesse pela temática:

  • A estrutura jurídica ligada ao porto representa entrave ao desenvolvimento sustentável? Em caso afirmativo, quais?
  • Quais projetos regionais são efetivamente decorrentes de incentivos ou oriundos de políticas públicas do porto?
  • Qual o impacto dos possíveis entraves para a competitividade e dificuldade de aplicar políticas de caráter ambiental, social e desenvolvimentalista na região?

III - Justificativa e delimitação do tema (neste tópico o candidato deverá indicar a relevância do projeto de pesquisa);

A justificativa do trabalho repousa nos questionamentos acerca dos impactos que esta estrutura representa no desenvolvimento sustentável, sem que a atividade perca a competitividade internacional para atender as demandas cada vez mais exigentes no que se refere aos aspectos da produtividade, custo e meio ambiente.

Alguns fatores foram relevantes para a definição do tema, que serão pormenorizados a seguir:

         Os dados estatísticos preliminares revelam o potencial econômico das atividades ligadas ao Porto de Santos. De acordo com a Antaq, o Porto representou 27% do total movimentado no país.

         Uma parcela significativa dos investimentos é direcionada à infraestrutura. Para garantir a continuidade do crescimento do Complexo Portuário Santista foram investidos em 2014, aproximadamente, R$ 121,4 milhões, de recursos da Codesp  e do Tesouro Nacional, no sistema viário das margens direita e esquerda do Porto, na recuperação de estruturas dos cais, na modernização da Usina Hidrelétrica de Itatinga e nas obras de alinhamento do cais de Outeirinhos. Outros R$ 66,1 milhões foram aplicados para dragar um volume de sedimentos de 2,8 milhões m³ nos berços de atracação, seus acessos e nos trechos 1, 2, 3 e 4 do canal de navegação, permitindo a elevação do calado do Porto para -13,2 metros, em, praticamente, toda a extensão do canal de navegação, marca expressiva.

De acordo com relatório apresentado pela Codesp, a companhia investiu no desenvolvimento sustentável, através de um conjunto de programas ambientais e desenvolvimento de projetos visando à qualidade e preservação do meio ambiente no transcorrer das atividades portuárias. Entre as principais iniciativas destacam-se a coleta e destinação dos resíduos sólidos, os licenciamentos ambientais das obras e a implementação dos programas ambientais decorrentes desses licenciamentos, remediação e fiscalização ambiental e o controle de vetores.

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