Os Comentários Seção 2 ensaio J.S Mill
Por: Thales Marros • 27/4/2022 • Resenha • 382 Palavras (2 Páginas) • 76 Visualizações
Seção 2 - ensaio “Sobre a liberdade” - J.s Mill
O primeiro argumento de Mill é que todos somos falíveis. Assumir a nossa opinião como uma certeza absoluta é um equívoco, pois, todos estamos sujeitos à influência de nossos próprios vieses confirmatórios. Nada garante que a nossa opinião seja de fato a única correta e verdadeira. Dessa forma, silenciar a opinião pode significar renunciar a possibilidade de descobrir o correto e o verdadeiro. Um exemplo ilustrativo desse ponto é a tese proposta por Galileu que, por sua vez, gerou grande controvérsia, além de ter sido objeto de repressão pela Inquisição, antes de ser aceita.
O segundo argumento de Mill inverte a lógica do primeiro argumento. A opinião silenciada pode ser errada, enquanto a nossa pode ser a certa. Sendo assim, ao silenciar a opinião estamos perdendo a possibilidade de ratificar a nossa própria opinião que é verdadeira. A exposição da nossa opinião ao contraditório é uma espécie de teste de resistência que procura demonstrar a solidez e a sedimentação da nossa própria opinião. Se ela resiste às objeções que são feitas, aos ataques e às críticas, significa que há mais razões para acreditarmos que a nossa opinião é a certa. Nesse ponto em específico é possível citar como exemplo as opiniões emitidas pelos terraplanistas e negacionistas do holocausto.
O terceiro argumento de Mill levanta a hipótese de a verdade estar dividida entre opiniões conflitantes. Assim, embora cada opinião conter uma parte da verdade, é necessário que haja o confronto de ideias, pois, somente assim, será possível sublinhar os equívocos e distorções presentes em cada uma delas a fim de realçar a verdade. Isso é observável, por exemplo, no âmbito político. Uma opinião geral ou a prevalente raramente ou nunca é única ou representante de toda a verdade.
Por fim, Mill levanta um quarto argumento. O diálogo e o confronto de opiniões são essencial para que não corramos o risco de perder de perder os fundamentos, a convicção e as razões pelas quais a opinião correta é sedimentada e acreditada como correta. Ou seja, para que não se torne uma mera repetição dessa.
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