RESENHA - O PRINCIPE DE MAQUIAVEL
Por: lspublicidade • 17/8/2017 • Resenha • 3.905 Palavras (16 Páginas) • 351 Visualizações
INTRODUÇÃO
Nicolau Maquiavel nascido em 03 de maio de 1469 e é falecido em 21 de junho de 1527, foi o primeiro grande pensador da Idade Moderna, vivendo bem na época da Renascença Italiana na cidade de Florença, Itália, escreveu este livro em 1513, porém o mesmo só foi publicado postumamente em 1532. Ele começa o livro com uma dedicatória ao “magnífico Lourenço de Médici”, porém originalmente sua intenção era de dedicar o livro a Giuliano de Médici, filho de Lorenzo I de Médici, que morreu em 1516 aos 27 anos de idade.
O livro o Príncipe de Maquiavel é utilizado até hoje por grandes governantes, é o site Wikipédia fala que:
É este livro que sugere a famosa expressão os fins justificam os meios, significando que não importa o que o governante faça em seus domínios, desde que seja para manter-se como autoridade, entretanto a expressão não se encontra no texto, mas tornou-se uma interpretação tradicional do pensamento maquiavélico (WIKIPÉDIA).
Sua obra é dividida em 26 capítulos onde o livro retrata a experiência de Maquiavel diante dos problemas vivenciados, e oferecendo ao Príncipe Lorenzo de Médici uma forma de se manter permanentemente no poder, sem ser odiado pelo seu povo. No capitulo 01 ao capitulo 14 o autor descreve sobre os principais tipos de governo: monarquias e repúblicas. No capitulo 15 escreve como o príncipe deve utilizar seus vícios e virtudes para que o seu povo o adore. No capitulo 16 é explicado ao príncipe como cuidar de suas finanças e agradar a seu exército para que eles continuem sendo fiéis. No capitulo 17 defende que é melhor o príncipe ser temido do que amado, pois sendo assim o medo de uma punição fará com que pensem duas vezes antes de traí-lo. No capitulo 18 argumenta que o príncipe deve manter sua palavra quando necessário desde que não seja contra seus interesses, procurando imitar os animais como a raposa com sua astúcia e o leão com sua força. No capitulo 19 ele defende que o príncipe não faça coisas para ser odiado. Dos capítulos 20 ao capitulo 23 explica como manter seu povo feliz, mantendo distância de bajuladores e controlando seus ministros e conselheiros. No capitulo 24 explica como os príncipes italianos perderam seus Estados, é como ele deve proceder para isto não lhe aconteça.
Nos dois últimos capítulos fala como tomar a Itália, é sobre as mudanças que os lideres devem ter para que possam se manter no poder por mais tempo.
RESENHA
Maquiavel começa falando de dois tipos de estados: repúblicas e principados e diz que os principados são hereditários ou novos, onde os novos são adquiridos por virtude ou por força. Os principados hereditários, já estão acostumados a serem governados pela família do príncipe, sendo assim são fáceis de manter, porque a tradição mantém a posição do príncipe estável, enquanto ele não é odiado. Principados novos sempre causam problemas para o príncipe, pois as pessoas estão dispostas a mudar os governantes para melhorar suas vidas, mas o povo descobre que as coisas podem ficar piores, porque um novo governante deve ferir aqueles que são conquistados. Os territórios conquistados que são iguais ou parecidos com a linguagem e costumes do príncipe, são fáceis de se manter, pois o novo governante não precisa mudar seu modo de vida. Para Maquiavel um príncipe inteligente tem que governar os principados hereditários, pois ele não terá tanto trabalho já que os mesmos estão acostumados com o tipo de governo da família do príncipe, sendo assim são mais fáceis de se governar, principalmente quando estes novos principados têm a mesma linguagem e costume do príncipe. Os novos territórios que são diferentes na linguagem e nos costumes do príncipe; são difíceis de se manter, pois o novo governante precisa se mudar para lá, para criar as colônias, proteger as nações vizinhas, enfraquecer os grupos adversários e proteger contra as nações estrangeiras que possam atacá-lo, além de lidar com problemas políticos, pois as guerras nunca são evitadas, apenas adiadas. Todos os principados são governados ou por uma única pessoa ou por seus ministros nomeados. O nobre hereditário que detêm o poder que foi passado de seu pai para ele, tem a lealdade de seus súditos. Se o invasor tinha um exército forte o suficiente para vencer, seria fácil manter seu território, porque as pessoas não são leais aos governantes. Em um reino como a França, os nobres são sempre ambiciosos e prontos para se voltarem contra o rei, principalmente se eles tiverem ajudado a conquistar o país. Agora se o território conquistado anteriormente era uma república, onde os cidadãos estavam acostumados a viver sob suas próprias leis, o príncipe deve destruí-la e ir morar lá para que possa administrá-lo conforme pensa, caso ele não destrua a cidade, esta irá destruí-lo, logo que os cidadãos se lembrem que possuíam liberdade. A dificuldade que um novo príncipe terá vai depender de sua capacidade. Para Maquiavel quando o príncipe é hereditário ele tem a lealdade de seus súditos, porém tem que tomar cuidado com os nobres que estão sempre dispostos a se voltarem contra o rei. Já quando é uma republica que o príncipe dominou tem que tomar muito cuidado com o povo, pois eles podem se tornar uma grande ameaça quando lembrarem da liberdade que possuíam. Nos dias atuais um exemplo é a revolta que está acontecendo na Líbia, onde a população foi as ruas para poder tirar do poder o ditador Muammar al-Gaddafi que comanda o país há 42 anos. Cidadãos se tornam príncipes por sorte ou por meio de capacidade, mas é melhor não confiar na sorte. Aqueles que se tornam príncipe através de suas próprias forças têm dificuldade em obter o poder, mas conseguem mantê-lo facilmente. Já os que se tornam príncipes a favor dos outros, não estão acostumados a estar no comando, e não possuem seus próprios exércitos. Também existem alguns principados que foram conseguidos através de crimes e traições. Estabelecer novos estados é sempre complicado, porque todo mundo que estava feliz com o governo antigo não vai gostar da mudança e a maioria das pessoas não apoiarão as novas mudanças, pois as pessoas são inconstantes. Francisco Sforza duque de Milão com grande virtude tornou-se príncipe por sua própria força e manteve seu estado, já César Borgia filho do Papa Alexandre tornou-se príncipe graças á fortuna e influência de seu pai, e apesar de todos os seus esforços, não consegui se manter no poder depois da morte súbita de seu pai. O principado civil é quando o cidadão se torna governante através do favor de seus concidadãos, ou seja, os outros habitantes tanto comuns quanto os nobres o ajudam a se tornar príncipe. O grande problema é que os nobres só querem oprimir o povo e o povo quer evitar esta opressão. Quando os nobres começam a sentir a pressão do povo, eles tentam fazer um dos seus próprios, príncipe, a fim de proteger os seus privilégios. Quando as pessoas sentem que não podem resistir aos nobres, eles tentam fazer um príncipe concidadão, a fim de proteger seus direitos. Independentemente de como um príncipe chega ao poder, ele deve fazer todo esforço para ganhar a boa vontade do povo, ou em momentos de dificuldade, ele não terá apoio de ninguém. Uma outra medida de força de um estado, e se um príncipe pode se defender, ou se ele deve contar com a ajuda dos outros. Um grande problema que todo príncipe enfrenta são os nobres que sempre procuram resguardar apenas os seus interesses, ou seja, como fala o ditado popular procura olhar apenas para seu umbigo, deixando de lado o que não lhe interessa. Se um governante tem seu próprio exército (ou seus próprios homens ou mercenários pagos), ele não precisa de ajuda externa, mas se ele se esconde atrás das paredes de sua cidade, ele sempre vai precisar da ajuda de outros. Se ele tem tratado os seus súditos bem, outros pensarão duas vezes antes de atacá-lo. Portanto, qualquer príncipe que tenha uma cidade forte e não fez com que o seu povo o odeie é considerada uma cidade segura. O último tipo de principado é o estado eclesiástico. Este tipo de principado é obtido através de habilidade ou sorte, e não importa como eles agem, sempre permanecem no poder. Este tipo de estado é o mais bem sucedido, pois o povo nunca pensa em se livrar deles, já que são governados por Deus. O príncipe tem que ter boas leis e bons exércitos, mas para isso tem que haver armas para que possa se defender. As armas para defender o Estado são: os exércitos próprios, mercenários, auxiliares ou uma mistura dos três. Os últimos dois são perigosos e não são confiáveis. Príncipes e repúblicas que tem seus próprios exércitos podem ter sucesso, sem precisar dos mercenários ou dos auxiliares. O grande problema de trabalhar com mercenários e que eles podem se voltar contra você, como aconteceu com a Itália quando a Igreja estava no poder, o mesmo também pode acontecer com os auxiliares. A vitória mais segura e quando se ganha com seu próprio exército e não com outros tipos de exército. O conhecimento da guerra e tão importante que não só mantém o príncipe no poder, como pode fazer com que o príncipe se torne escravo. Um dos principais exercícios militares é a caça, pois mantêm o corpo são e o príncipe fica conhecendo seu território.. A mente também deve ser trabalhada, através de leituras de histórias de guerras para que possa saber as causas das vitórias ou derrotas. O comportamento dele também deve ser baseado na realidade é não em um mundo imaginado, pois algumas ações que parecem ser virtuosas podem arruiná-lo, já outras que parecem ser vícios podem dar segurança e bem-estar. Maquiavel diz que o príncipe tem que ter um conhecimento excepcional da guerra, e procurar exercitar o corpo e a mente, pois assim consegue adquirir conhecimento de relevo e estratégias que podem fazer a diferença em uma guerra. Outro ponto que o príncipe deve dar se preocupar é em ter um exército próprio, pois ter seu próprio exército e de extrema importância para se manter no poder, mas para isso este exército tem que estar muito bem armado para poder enfrentar os inimigos e conseguir derrotá-los. A reputação de generosidade exercida de forma virtuosa nunca é vista pelos outros, para isto ele deve manter uma exibição luxuosa. Para manter este hábito, um príncipe deve aumentar os impostos e extorquir dinheiros dos súditos, mas um príncipe sábio não se importa de ser chamado de sovina, porque é um vicio que lhe permite reinar. Todo príncipe quer ser considerado piedoso, porém deve ser temido e não amado, para que possa fazer com que seus súditos os obedeça, mas sempre tendo o cuidado para não ser odiado, mas quando comanda seu exército, ele deve ser cruel. Um príncipe deve manter a sua palavra, porém nem todos o fazem, principalmente quando vai contra seus interesses. Ele também deve saber que existem dois meios de combater: com as leis ou com a força. Para isto torna-se necessário saber como empregar bem o homem e o animal. Quando Maquiavel fala de leis deve-se agir como homem, quando fala de força deve-se imitar a raposa agindo com astúcia ou como o leão aterrorizando seus inimigos. Um príncipe deve evitar ser odiado ou desprezado, procurando manter seu povo satisfeito, pois uma conspiração vai pensar duas vezes antes de matar o príncipe para não enfurecer as pessoas, caso contrário ele deve temer a tudo e a todos. Para se manter no poder os príncipes tem tentado várias estratégias diferentes, onde cada uma tem um tipo de relação: Desarmar os súditos eles começam a odiá-lo, dividi-los em facções onde elas se mantêm lutando entre si e se esquecem do príncipe, conquistar os suspeitos ganhando sua lealdade, construir ou derrubar fortalezas dependendo de como lhe são úteis ou não, porém a melhor fortaleza e não ser odiado pelo seu povo. Outro ponto importante e escolher bons ministros, porque um governante se mostra um sábio na escolha dos homens que estarão ao seu redor, pois os mesmos poderão lhe dar idéias boas ou ruins, onde lhe cabe optar pelo que lhe convir. Os ministros devem sempre pensar no príncipe, e não em si mesmos, em contrapartida o príncipe deve honrar e recompensar o seu ministro, para que este se torne dependente dele. O príncipe também deve se proteger contra a adulação é mostrar que não está ofendido com a verdade, porém somente quando permitir que lhe falem francamente, quando pedir a opinião, pois caso contrário o príncipe não será respeitado. Se um novo príncipe segue todos os princípios, e suas ações forem consideradas virtuosas, ele estará tão seguro quanto um governante hereditário. Mas aquele que perde o Estado por incompetência é desonrado. Os governantes italianos que perderam seus Estados não tinham poder militar, fizeram com que seus súditos os odiassem, ou foram incapazes de se defender contra os nobres. Maquiavel compara a fortuna com um rio que inunda e vai destruindo tudo em seu caminho a não ser que se consiga controlá-lo, pois o sucesso de um homem não depende somente de sua fortuna e virtude mais também da sorte e de preparação, ou seja, se o príncipe não planejar possivelmente não conseguirá atingir os seus objetivos. Outra comparação é que a fortuna é igual a uma mulher, o homem que quer dominá-la dever saber como tratá-la. Dois homens podem trabalhar de modos iguais, porém apenas um pode atingir o objetivo, já os dois trabalhando de modos diferentes, todos os eles podem conseguir atingir o objetivo, dependendo da forma como vão agir; das mudanças e estratégias utilizadas para se conseguir este objetivo. No ultimo capitulo Maquiavel fala que a Itália depois de ter passado por tantos problemas está pronta para poder receber um novo príncipe. Ele fala que a família Médici poderia assumir este posto e ser muito bem recebida em todas as províncias que sofreram com os ataques estrangeiros e tentar libertar a Itália de seus opressores, mas para isto teria que reforçar seus exércitos e afirma que em todos os exércitos há defeitos e fraquezas, basta saber como explorá-los.
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