RESUMO DO FILME “12 HOMENS E UMA SENTENÇA”
Por: Adiel Coelho • 24/5/2019 • Trabalho acadêmico • 624 Palavras (3 Páginas) • 374 Visualizações
RESUMO DO FILME “12 HOMENS E UMA SENTENÇA”
O filme “12 homens e uma sentença” nos expõe, de forma lúcida, como um bom trabalho hermenêutico pode ser importante e até utilizado como instrumento fundamental na análise jurídica. O filme em referência, quase que em sua totalidade se passa no interior da sala dos jurados de um tribunal americano, na cidade de Nova York.
Nota-se as instruções do juiz de forma clara e objetiva para a regra básica daquele juízo e consequente definição do veredito: os jurados só deveriam condenar ou absolver o réu quando tivessem certeza do veredito. Em caso de dúvida ou discordância quanto à sua culpa ou inocência, deveria se utilizar do bom senso e fazer com que prevalecesse a inocência, até que existisse unanimidade de vereditos entre os doze jurados. Isso porque a pena, caso condenado, seria a morte.
Como expectador, vemos apenas aquilo que está diante de nós, os fatos no calor do momento, porém o que o juiz quer dizer é que precisa ter certeza para condenar ou absolver um indivíduo, a fim de não cometer injustiças condenando um inocente ou absolvendo um culpado.
A condenação injusta, seria uma medida cruel para com o réu, pois estaria sendo-lhe privado o direito de viver, e o pior, por um crime que ele não teria cometido. Já a absolvição do mesmo, sendo ele culpado, seria uma injustiça para com a sociedade, colocando-a em risco pois um indivíduo perigoso, estaria livre para o convívio social.
Por isso há a necessidade que o júri seja imparcial, analise meticulosamente os fatos e as circunstancias, certificando-se de fazer uma análise criteriosa das provas, testemunhos e indícios, enfim de todas as provas apresentadas no devido processo legal.
Sem nenhuma discussão dos aspectos descritos anteriormente, quando se recolheram à sala do júri, onze dos doze jurados já estão convictos da culpabilidade do réu. Já há um prejulgamento que a meu ver, é baseado numa verificação muito rasa e superficial.
Quando parece que eles não vão demorar muito para decidir um veredito de culpado, apenas um deles que não tem tanta clareza e mantem o que chama de “dúvida razoável”, diz que deveria reconsiderar qualquer acusação. Este que se opõe ao pensamento da maioria, apresenta então seus argumentos e pede uma nova votação para saber se mais alguém ainda poderia mudar de opinião. Voto a voto, as dúvidas, antes mascaradas por uma aparente clareza, começam a surgir.
Quando estes, provocados pelo oitavo jurado, conseguem rever seus conceitos, fazer uma nova análise das provas e deixar seus interesses pessoais de lado, todos eles, um a um, vão reavaliando sua forma de pensar a respeito do fato em questão.
Questionados, confrontados e por fim encurralados por suas consciências eles acabam vendo que, talvez pudessem ter condenado um homem inocente à morte. Os jurados se permitiram passar a exercitar a sua capacidade de enxergar por detrás do que antes eles próprios haviam analisado. E essa capacidade se deve, unicamente, à disposição por não se ater ao significado frio, puro e simples, das palavras, dos dados, provas, indícios, depoimentos, circunstancias e, até mesmo, do inconsistente álibi do réu.
Ao reconsiderar sua decisão e analisar o caso mais lentamente, eles tiram novas conclusões e no decurso dessa nova deliberação, todos esses homens vão expondo seus medos, suas experiências de vida, suas personalidades e preconceitos, e acabam vendo que eram esses valores que os fazia condenar aquele jovem.
Isso talvez seja o mais magico do filme, o espelho que ele coloca diante de nós para nos dizer que, sob muitas das opiniões ou crenças que mantemos e defendemos, existem razões que não ousamos confessar. Mesmo em um contexto onde há um réu que não conhecemos.
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