Relatorio do Filme 174
Por: micamrs18 • 28/4/2015 • Relatório de pesquisa • 605 Palavras (3 Páginas) • 230 Visualizações
RELATÓRIO DO FILME: ULTIMA PARADA 174
"Ajudar ao próximo é a justiça do homem em sociedade, mas virar as costas é uma vingança selvagem". – Alessandro de Oliveira Feitosa.
Este relato psicossocial tem por objetivo apresentar a realidade dos adolescentes que vivem na rua, o impacto da desigualdade social e invisibilidade social em sua vida.
Para entender melhor o motivo do sequestro do ônibus 174, precisa-se entender a história de Sandro Rosa do Nascimento que nasceu em 1978 no Rio de Janeiro, vivia com sua mãe na favela do Rato Molhado. Aos 6 anos de idade Sandro presenciou a morte de sua mãe, vítima de um assalto foi morta com facadas e estava grávida. Sandro então passou a viver com a tia, mas fugiu e virou menino de rua adotando o apelido de “Mancha”, a partir daí começa a sua trajetória em meio de delitos e drogas. Em sua adolescência Sandro passou pelo Instituto Padre Severino, onde era alvo de surras, maus-tratos, falta de atenção e de acompanhamento devido a um menor infrator que passa por problemas psicológicos. Sobrevivente da chacina da Candelária e do Vigário, em uma das reportagens assistidas aparece Sandro no ônibus com a refém dizendo: “Aqui não é filme de ação não hein? Aqui o bagulho é sério. Depois daquilo que vocês fizeram lá em Vigário né? Vocês (policiais) não botaram a chapa para esquentar lá em Vigário? Não mataram meus irmãozinhos da Candelária? Então, eu estava lá!’’.
A chacina da Candelária levou a morte de 6 menores e 2 maiores de idade, ocorreu na noite do dia 23 de julho de 1993, onde dois carros com placas cobertas pararam e os ocupantes começaram a atirar contra todos que estavam ali a maioria crianças e adolescentes, Sandro era um deles mais não foi atingindo. Os autores dessa chacina foram policiais militares que foram condenados.
Em um parecer psicológico é descrito que Sandro sofre ao falar sobre o assassinato de sua mãe e confessa ter perdido o sentido da vida. Observamos então que uma pessoa sem família, que viveu nas ruas, não tinha incentivo de ninguém, não teve oportunidades no mercado de trabalho, era hostilizado pela sociedade, sofria pelo fato de ser membro de uma favela, analfabeto, ser negro e pobre que para sociedade só por apresentar essas características era considerado: MARGINAL, chegamos à conclusão que o sequestro foi um ato de medo, de insegurança, de ter um meio de mostrar para a sociedade que ele existia, que ele tinha problemas, que ele precisava ser enxergado, que o fato de ser tão desprezado pelos outros causava mais raiva, deixava-o transtornado, além disso Sandro tenta descontar no Estado e na polícia toda sua raiva por ser símbolo da exclusão social.
A psicologia desde o princípio trabalha em penitenciarias, ajudando a estudar a mente de um criminoso. Se nas internações em reformatórios Sandro tivesse o acompanhamento devido de um psicólogo, sua conduta poderia ser modificada, pelo fato de perceber que tinha alguém que se importava com seu bem-estar psicológico e social. Sandro cresceu sem saber o que era ter um família de verdade, do que era ter um trabalho digno e o mais importante do que era ser VISIVEL PARA SOCIEDADE. Não podemos então julgar Sandro como assassino, mais podemos deduzir que uma vida de extremo sofrimento e trauma causa uma devastação psicológica na vida de um ser humano,
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